Capítulo 32

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William Paterson Narrando

- Dois pedaços de tortas de abacaxis e dois milk shakes um de morango e um de chocolate, no ponto. - O garçom entregou os pedidos na nossa mesa enquanto os olhos dela brilhavam ao contemplar a torta de abacaxi.

Torta de abacaxi era a torta que ela mais gostava.

- Você gosta mesmo de torta de abacaxi, não é? - Questionei enquanto tomava um pouco do shake de morango.

- É a melhor torta de todo o mundo! - Ela exclamou enquanto levava um pedaço a boca. - Eu poderia comer uma torta de abacaxi inteirinha se pudesse. Não tem como não gostar.

Eu ri de seu entusiasmo ela parecia uma criança.

- Eu ainda prefiro torta de maçã. - Impliquei.

- Você é mesmo um bobo Willy. Lembra quando a mamãe fazia tortas de abacaxis no fim de semana e quando você ia lá em casa com a Emma implicava querendo torta de maçã? - Ela me perguntou enquanto eu recordava desses momentos pacíficos em nossa infância.

- Claro que lembro. - Sorri pelas lembranças das inúmeras vezes que eu e Emma visitamos a casa de Louise e a sua mãe nos servia um satisfatório pedaço de torta de abacaxi com chocolate quente.

- Pois nessas horas eu tinha vontade de tacar a minha torta em sua cara só pela sua audácia de ficar perguntando a mamãe se não teria torta de maçã. - Louise resmungou enquanto tomava um gole do milk shake.

- Qual é eu só tinha dez anos. - Tentei argumentar.

- Pois não mudou nada quase dez anos se passaram e você resmunga por tortas de maçã, o que você vê nelas, são tão sem graças e normais? - Ela rebateu levando outro pedaço de torta a boca.

- O sabor me leva as alturas fora que maçã é minha fruta predileta. - Falei me lembrando do gosto maravilhoso da maçã e me arrependendo de ter caído nas insistências de Louise e ter pedido torta de abacaxi.

Ela apenas me lançou um sorriso balançando a cabeça negativamente.

- Então o que você queria falar comigo? - Questionei enquanto terminava de tomar o milk shake e Louise limpava a boca com um guardanapo.

Observei o movimento na rua pelas enormes janelas de vidro da lanchonete o dia lá fora estava tão bonito.

- Preciso de sua ajuda. - Louise pediu enquanto aparentava um nervosismo súbito, e ela procurava não me olhar diretamente.

- Sobre? - A analisei enquanto afastava o prato da torta de perto de mim e colocava os cutuvelos sobre a mesa e juntava as mãos sob o queixo, se minha mãe visse aquilo teria um mini infarto. Ela detestava a falta de etiqueta a mesa especialmente em lugares públicos ou restaurantes e lanchonetes. E isso ia desde falar de boca cheia a colocar os cutuvelos sobre a mesa.

- Bem, como você sabe eu estou fazendo um trabalho com o Rick, como eu curso pedagogia e ele cursa letras temos que juntos procurar conciliar nossas adversidades e procurar idéias para ajudar crianças em diversos casos, não é só porque cursamos algo que envolva nossa educação que iremos ter a mesma perspectiva. - Ela fez uma pausa e então retomou enquanto gesticulava. - Por exemplo como pedagoga meu dever é trabalhar o comportamento da criança o Rick por outro lado tem o dever de trabalhar sua oralidade e especialmente por ser professor de português sua função é trabalhar com a leitura das crianças a sua capacidade de pensar, de assimliar de se encantar pela leitura. Mas... E se um dia o Rick tiver problemas com um adolescente que não tiver vontade de ler, ou se ele tiver que trabalhar com uma criança que tem dificuldade no aprendizado. O que ele irá fazer? Como irá buscar uma solução?

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