Three.

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O caminho todo foi o oposto do que eu achei que seria. Pensei que iriamos conversar, mas não conversamos. Não tanto. Pensei que pelo menos uma mão dele iria parar no meu joelho ou em algum lugar do meu corpo, mas isso também não aconteceu. Tentei quebrar o gelo.

— Então... – Me ajeitei no banco, meu vestido tinha subido ainda mais – Seu nome é diferente...– Ele me olhou – Eu quis dizer... Diferente de um jeito bom!

— Eu sei. – ele soltou um riso abafado, sem tirar os olhos da avenida – É um nome latino, eu sou de Porto Rico.

— Ah, entendi – Não sabia como continuar a conversa. Como eu esqueci de formar uma frase se quer?

— E o seu? – Ele perguntou – Vicky?

— Vicky. – repeti o que ele tinha dito e novamente o silêncio se fez presente.

Felizmente a boate ficava apenas alguns minutos de carro e nós já havíamos chego. Passamos por uma entrada VIP e percebi que os olhares estavam em cima de nós. Tentei não me importar com isso.

Subimos para uma parte privada da boate, com muito mais conforto e menos pessoas. Amber foi até o bar e fez sinal para que eu fosse junto.

— O que você bebe, santinha?

— Beber? – me fiz de desentendida. Eu só não tinha dinheiro para pagar.

— São eles que vão pagar, Vicky. – esclareceu

— São? – me surpreendi. Eu realmente não entendia porque eles faziam isso – Sendo assim, vodka com gim, por favor.

Amber pediu Whisky e alguns minutos depois nos foi entregue as bebidas. Sabia que se eu quisesse me soltar, teria que beber um pouco a mais do que eu sou acostumada, e isso é bem pouco já que eu sou acostumada com quase nada. Virei o copo que estava na minha mão e pedi outro logo em seguida, fazendo o mesmo com o segundo copo.

— Vamos começar nossa noite? – Disse, com as palavras um pouco mais lentas que o normal, para Amber. Ela apenas riu e caminhou de volta a Richard.

A pista de dança estava bem próxima a mim e eu não pude resistir, fazia tanto tempo que eu não dançava. Pelo que eu tinha entendido, o lance todo resumia em alguém se interessar por mim e então pagar para que eu seja sua acompanhante ou seja lá o que isso quer dizer. Mas pra isso, eles precisam se interessar por mim, e é nisso que a dança me ajudaria.

Uma música lenta começou a tocar e de primeiro momento eu não a reconheci, mas bastou as primeiras palavras cantadas para lembrar, era "Try Me". Caminhei devagar até a pista, já que estava com uma bota de salto alto e fino, e deixei que a música me controlasse.

Me mexia lentamente de acordo com a música, minhas mãos percorriam o meu corpo e eu fazia questão que prestassem atenção no quanto o vestido estava colado ao meu corpo, evidenciando minhas curvas. Meus cabelos estavam soltos e eu passava as mãos por ele também, logo depois as guiando para o meu rosto e novamente descendo pelo meu corpo.

Quando parei para prestar atenção em quem estava me olhando, reparei que Zabdiel estava encostado do lado oposto da boate, mas seus olhos estavam evidentemente fixos em mim e nos meus movimentos.

Dei um sorriso e pisquei, esperando que ele entendesse o recado. Voltei para a dança e não bastou alguns minutos para eu sentir uma mão na minha cintura, acompanhado de um ar quente em meu pescoço. Me virei rapidamente e me surpreendi com quem estava em minha frente.

— Christopher? – Repeti para ter certeza de seu nome. Ele assentiu e um sorriso safado brotou em seu rosto.

— Então, Vicky... – Ele dizia com a voz embargada, provavelmente de bebida, e com a boca muito próxima a minha – Você está disponível hoje?

Close Your Eyes.Where stories live. Discover now