Thirty two.

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Eu estava sentado em uma sala onde só havia uma mesa e duas cadeiras. Talvez seria uma sala de interrogatório, assim como os filmes mostram. Não sei, nunca estive em uma, até hoje.

Um policial estava ao lado da porta, me observando. Levei as minhas duas mãos que estavam algemadas até o meu cabelo, passando as mãos por ele, desengonçadamente. Isso não deveria estar acontecendo.

Assustei assim que um barulho alto tomou conta da sala e a porta se abriu, dando entrada a um homem, talvez o delegado, eu não sei.

Ele se sentou e abriu uma pasta em minha frente, onde havia somente alguns dados sobre mim. Mas a pasta continha também o boletim de ocorrência de Steven e uma listagem de delitos que ele mesmo havia cometido. Bom pra mim, pensei comigo.

—Então, vamos lá...-o rapaz começou.- Vejo aqui que tivemos duas ocorrências em menos de uma semana, certo? -assenti- E o senhor pode me dizer o porque disso ?

Comecei a história toda. Contei que Steve havia invadido meu apartamento e toda a história, enquanto ele ia anotando tudo. Ele se quer disse algo, apenas anotava e em algum pontos da história, ele mal acreditava. Pois é meu amigo, nem eu acredito.

LAUREN

Acordei ainda sonolenta, mal conseguia abrir meus olhos. Me lembrei da razão de odiar tomar o remédio que nos foi receitado, mesmo entendendo que se não fosse por eles eu não conseguiria dormir por um minuto se quer.

Me sento na cama e olho para o lado, percebendo que Zabdiel não estava ali. "Talvez estivesse acordado e sentiu fome", penso. Levanto e me espreguiço, sentindo os músculos do meu corpo se contrair.

Antes mesmo de pensar em ir a cozinha ou ao banheiro ouço o toque do meu celular. Vou até a cômoda e a tela iluminada faz com que um número desconhecido, porém local, aparecesse no visor.

Tive receio em atender, mas talvez fosse do trabalho, então atendo.

— Alô?

"Lauren? Sou eu, Zabdiel."

— Como assim? Aonde você está? Zabdiel, nos disseram para não sair...

"Eu sei, amor, eu sei. Queria comprar morangos e fazer um café da manhã para nós."

— Então esse telefone é do supermercado?

Mesmo sem vê-lo, sei que ele sorriu nesse momento. Então, percebo que foi pela minha inocência.

"Não, não é do supermercado. Preciso que você sente, ok? Sua voz é de quem acabou de acordar e os remédios te deixam tonta."

Sento sem responder, mas acho que ele previa que eu iria atender ao seu pedido.

"Steve me seguiu até lá e acabamos discutindo. Perdi a cabeça e... bom, nada do que já não tivesse acontecido em casa. O funcionário do supermercado chamou a polícia."

Mesmo sentada comecei a ver as coisas dobradas. Ainda com o celular no ouvido, abaixei a cabeça e fechei os olhos sentindo as lágrimas escorrerem.

— Esse número é da delegacia, não é?! Você está aí?

"Sim, amor, estou. Como ele deu queixa na primeira vez, quando aconteceu da segunda me trouxeram para cá. Estou... detido. Essa é aquela ligação que temos para fazer e eu não conseguia ligar para mais ninguém."

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⏰ Last updated: Mar 24, 2020 ⏰

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