Sixteen.

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No caminho até o apartamento conversamos o tempo todo, a maioria sobre como ele conseguia lidar com a exposição e a fama sem surtar, e ele respondeu que fazia isso com muito amor porque estava vivendo o sonho de sua vida, e como qualquer trabalho as partes ruins também existem. Também disse que ele tinha se acostumado, porque vai completar quatro anos que a banda existe. Isso me fez ter a certeza que Zabdiel era uma ótima pessoa, e que eu não podia ter escolhido mais ninguém para ter esse contrato louco.

Zabdiel estacionou na garagem do seu apartamento e subimos pelo elevador, carregando as inúmeras sacolas de compras que ele havia comprado para mim. Estava ansiosa para vesti-las. Não quis admitir, mas me senti linda com elas, e eu definitivamente precisava mudar meu guarda roupa.

Ele estava carregando a maioria delas — porque insistiu — e percebi que ele estava com a sacola da loja que lingeries que eu entrei. Não consegui controlar a risada e ele me olhou curioso.

— O que tem de tão engraçado, hein?

Olhei para ele, depois para as sacolas em sua mão, e depois para ele de novo.

— É que você... Bom, você está carregando minhas lingeries. Isso é bem engraçado.

Ele fez o mesmo que eu. Olhou para as sacolas e depois para mim.

— Vai usar mais tarde?

Semicerrei os olhos sem saber o que responder, porque eu realmente não tinha entendido o que ele quis dizer. Se eu usasse ele nem saberia disso, pelo menos era o que ele tinha proposto no restaurante.

— Talvez. — Respondi.

Logo a porta do elevador se abriu e caminhamos até o seu apartamento, deixei que ele fosse na frente me guiando até o local, já que eu não lembrava muito bem.

Zabdiel abriu a porta e colocou as sacolas em seu sofá, eu fiz o mesmo, deixando minha bolsa também. Pela sala, consegui ver a porta do seu quarto aberta e as lembranças me invadiram em cheio. De repente me senti nua e envergonhada de novo.

— Está tudo bem? — Ele me tirou de meus pensamentos. Balancei a cabeça e assenti, tentando sorrir.

Ele foi até a cozinha e eu pude observa-lo abrindo a geladeira e pegando uma jarra de água e depois copos. Voltou pouco tempo depois e me entregou um deles. Ele se sentou no sofá e eu continuei em pé, mas depois me senti estranha porque ele percorria o meu corpo com o olhar, então sentei no outro sofá, o que estava com as compras, de frente para ele.

— Então, hm... — Ele parecia pensar nas palavras que ia usar. — A gente precisa combinar mais algumas coisas.

— Precisamos? — Respondi com uma pergunta e ele me olhou com a sobrancelha levantada e foi impossível não rir. — Tudo bem. Quais coisas?

— Bom, primeiro como vamos fazer quando as pessoas começarem a falar da nossa relação.

Olhei para ele e lembrei da cena do shopping. Peguei meu celular no bolso da calça e entrei no aplicativo de pesquisa, digitando o nome de Zabdiel no navegador.

— Acho que as pessoas já estão falando sobre nós.

Entreguei meu celular para ele e depois de alguns minutos rolando a página e lendo algumas notas, ele me devolveu.

— Estão. — Ele levou a mão até o cabelo e o bagunçou ainda mais, deixando os fios arrepiados. — Só que precisamos deixar essa história mais forte, ou a mídia vai pensar que é só mais um caso.

Soltei um riso nervoso porque só então fui entender que as pessoas também falariam de mim, e talvez até vasculhassem a minha vida, e ela não era tão bonita assim. E que além de verdades, falariam também mentiras, inventariam coisas sobre mim.

Close Your Eyes.Where stories live. Discover now