Four.

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Já se passavam das 4 da manhã quando finalmente os rapazes decidiram ir embora da boate. Erick e Joel saíram acompanhados das respectivas garotas que estavam, enquanto Zabdiel apenas caminhava ao lado do grupo.

Eu já nem sentia mais a dor nos meus pés por conta dos finos saltos, muito menos me lembrava da dificuldade para andar, já que depois de tantos copos virados, meu corpo já estava leve demais. Christopher estava ao meu lado, com um de seus braços por cima de meus ombros.

Eu havia tomado a liberdade de passar um de meus braços por sua cintura e o mesmo não estranhou a reação, o que me fez agradecer mentalmente. Amber caminhava ao meu lado, de braços dados com Richard. Estávamos os quatro rindo sobre alguma coisa que eu acabara de dizer.

Não me perguntem o que era, nem eu mesma me lembro.

Christopher abriu a porta do carro e antes mesmo que eu pudesse entrar, olhei em direção a Amber, que me olhava de longe, já dentro do carro de Richard. Ela me encarava e eu assenti, como se quisesse dizer que sabia o que fazer.

Mas na verdade não sabia.

Ao contrário da ida, o caminho de volta foi totalmente diferente. Christopher não parou de falar um segundo se quer e apesar da sua voz embargada pela bebida, agradeci. Sabia que assim o manteria acordado e com os olhos no volante. O caminho durou, pelas minhas contas, quinze minutos.

Assim que ele abriu a porta, uma enorme e vazia garagem se deu vista. Antes mesmo que eu pudesse pensar em dizer algo, sua respiração já estava em meu pescoço. Mais uma vez.

Segui seus passos cambaleados até o elevador e dentro do mesmo, pude jurar que perderia minha boca. Céus, eu mal conseguia respirar.

Não que eu esteja reclamando, longe de mim.

A porta se abriu dando passagem à um gigante apartamento e ele não pensou duas vezes antes de tirar sua camisa. Talvez, eu disse talvez, se eu não estivesse começando a entrar em pânico, teria voado para cima dele.

— Antes de tudo, só uma perguntinha... – ele me olhou confuso — Onde fica o banheiro?

Minhas mãos começaram a suar e eu estava rezando para que ele me respondesse o mais rápido possível.

— Por aqui...

Ele me conduziu até seu quarto, que por sinal daria minha casa inteira praticamente.

— Fique à vontade! – ele disse se sentando sob a cama — Estou te esperando.

Suas últimas palavras foram o bastante para que um arrepio percorresse todo o meu corpo. Fechei a porta atrás de mim o mais depressa possível e me apoiei sob a pia. O que eu iria fazer agora?

Um milhão de cenas se passaram em minha mente, mas afinal, essas coisas não são como nos filmes não é? Esse negócio de chegar, beijar e pronto, acabou. Tem toda uma preparação antes, estou certa?

Me olhei no espelho e lembrei que estava vestindo a lingerie que Eve havia me emprestado. Agradeci aos céus por isso. Lavei meu rosto e prendi meu cabelo, sem acreditar no que eu estava prestes a fazer. Respirei fundo e finalmente abri a porta.

Mas espera aí, eu só poderia estar vendo coisas.

Christopher estava deitado sob a cama, com a barriga para o alto, desmaiado. Ele ainda vestia sua calça jeans e seus sapatos.  

Mal acreditei ao ver aquela cena. Aquele garoto de pelo menos um metro e setenta e cinco dormindo plenamente na cama. De primeiro momento soltei uma risada, mas logo me contive ou o acordaria.

Depois comecei a pensar no que faria. Deitaria ao seu lado ou iria embora? Ou dormiria em outro cômodo? Porque, com certeza, pelo tamanho do apartamento deveria ter mais algum quarto sobrando.

Um minuto se passou e eu ainda estava parada na frente da porta do banheiro e observava Christopher dormir, mas não pensava em nada. Era como se a minha mente estivesse dormindo igual a ele. Se alguém me visse, diria que eu sou uma psicótica qualquer, porém o álcool estava se despedindo do meu corpo e eu estava começando a ficar mole.

Resolvi deixa-lo dormir do jeito que o encontrei. Encostei a porta do quarto sem fazer barulho e caminhei afim de encontrar algum lugar para dormir, porque voltar para casa estava fora de questão.

Alguns passos pelo extenso corredor e quando dei por mim estava na sala. Me joguei no sofá, mas algo estava me incomodando. Pensei ser o controle da TV ou algo do tipo, mas tateando o sofá encontrei o celular de Christopher. Penso o quanto ele era louco por primeiro, levar uma pessoa que ele conheceu há algumas horas atrás ao seu apartamento e segundo, deixar essa pessoa livre para fazer o que quiser com as suas coisas.

Balancei a cabeça e apertei o botão de início do celular somente para saber que horas eram. O visor se iluminou e uma foto dele com sua mãe me fizeram sorrir. Me assustei por já ser quase seis da manhã.

A última coisa que me lembro é de sentir meu corpo relaxar. O sofá não era o melhor lugar para se passar a noite, mas serviu para que eu pelo menos descansasse, já que o sofá de Christopher era muito melhor do que a minha própria cama.

Minha cabeça latejava e o único motivo de eu já estar acordada era o barulho do elevador que não parava nenhum minuto. Procurei novamente o celular de Christopher para ver as horas e já eram nove da manhã. Minha mãe deveria estar surtando por eu não ter voltado para casa.

A casa estava silenciosa e deduzi que ele ainda estava dormindo, então me ajeitei para tentar dormir pelo menos por mais alguns minutos.

Outro barulho da porta do elevador se abrindo. Meus olhos se abriram e de novo a claridade fez com que eu os fechasse automaticamente. Se antes minha cabeça pesava, agora estava mil vezes pior.

Porém dessa vez o barulho ficou constante e bastou alguns segundos para eu ouvir batidas na porta. Levantei em um pulo e não sabia o que fazer, mas abrir a porta não era uma opção, afinal a casa nem era minha. Pensei que se ficasse quieta a pessoa iria embora, mas aconteceu o contrário. Ouvi o barulho de chaves e a maçaneta começou a girar.

Não pensei duas vezes e corri para o cômodo mais perto, que era um segundo banheiro que ficava no corredor. Olhei no espelho e eu ainda estava com a lingerie de ontem.

Puta que pariu, como eu vou sair daqui?

Close Your Eyes.Where stories live. Discover now