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Oioi, antes de começar queria avisar que o Luke é legal nessa fic, é tipo um irmão mais velho pra Annie e tem um papel importante na história da Thalia. :)

🌊PERCY🌊

Ouvi o sino sobre a porta tocar e meus olhos logo se voltaram para a loira que acabara de entrar no local, seguindo para a sua mesa de sempre e abrindo seu notebook. Andei em direção a mesma que logo fez o pedido de sempre: um milk shake grande de morango. Assenti, lhe dizendo que logo o traria e assim o fiz, deixando-a sozinha com sua máquina.

Annabeth Chase ia todos os dias na sorveteria depois do almoço. Sempre por volta das 14h e só ia embora quando o sol se punha. Sempre se sentava na mesma mesa e fazia o mesmo pedido, estando em seu notebook durante todo o tempo que ficava ali. Algumas vezes ela apenas ficava encarando a tela com as mãos sobre o teclado pronta para escrever alguma coisa, mas na maioria das vezes, seus dedos batiam freneticamente pelas teclas, formando frases que eu daria tudo para ler. A primeira vez que a vi foi no meu primeiro dia trabalhando na Milk Shakespeare, que acredito ter sido o primeiro dia dela na sorveteria também, visto que ela demorou certo tempo para fazer o pedido e escolher o lugar para sentar. Nesse dia, seus dedos corriam pelo teclado mais rápido que o normal e ela fora a última a ir embora do local, sei disso, pois fui um dos últimos empregados a saírem. Desde então a rotina é a mesma, um milk shake de morango, na mesma mesa de sempre, próxima ao centro do estabelecimento, mas ao mesmo tempo com uma ótima visão do lado de fora pela grande janela da sorveteria, e com o mesmo notebook de sempre.

E a minha rotina também não é muito diferente. Assim que ela entra, se eu estiver sem nada para fazer, eu a atendo. Pergunto o que ela vai querer, como se eu não estivesse com a caneta sobre o bloco pronta para escrever o de sempre e entregava o milk shake assim que ficava pronto. Seguia minha rotina normalmente, mas sempre espiava o que ela estava fazendo, minhas pernas formigavam a fim de ao menos passar atrás dela e tentar ver o que escrevia. Minha curiosidade só aumentava quando seus dedos corriam pelo teclado freneticamente, querendo saber o que ela tanto digitava naquele aparelho.

Então mais um dia terminava. Ela pagava seu único pedido e ia embora, eu terminava meu expediente e voltava para casa.

Eu morava com meu melhor amigo do colegial, Grover Underwood, em uma casa na praia dos tios dele. Não era uma daquelas construções chiques que geralmente se espera ao falar de uma casa na praia, mas é perfeito para nós dois morarmos enquanto fazemos a faculdade. Grover faz Engenharia Florestal e eu tenho feito Biologia, futuramente pretendo me especializar em Biologia Marinha, eu tenho essa paixão pelo mar desde pequeno que eu não sei explicar, o cheiro da agua salgada, a sensação da areia sob os pés... Tudo isso me encanta desde que eu me entendo por gente.

Ao entrar em casa, encontro Grover deitado no sofá jogando algum videogame, disse "Oi" e fui para meu quarto, onde deixei minha mochila e troquei de roupas. Logo saí pegando minha prancha no caminho. O surfe complementava minha paixão com o oceano. Às vezes eu só pegava a prancha, ia para o meio do mar e ficava deitado nela aproveitando aquela imensidão azul. Naquele dia eu apenas fiquei vendo o pôr do sol e, assim que escureceu, eu voltei para dentro, enfiando a cara nos livros, já que na segunda eu teria prova. Já era tarde quando eu finalmente terminara os estudos e fora me deitar, consequentemente não acordei cedo no dia seguinte.

Me joguei no sofá ao lado de Grover que maratonava Desventuras em Séries pela milésima vez.

— Thalia ligou — ele me falou —, volta na segunda. Como você não estava respondendo, ela pediu para eu te avisar para ligar para ela.

— Então ela deu sinal de vida — disse me levantando e indo até a cozinha.

Depois de tomar meu café, peguei me celular para mandar mensagem para Thalia e voltei para a sala, com Grover.

— Como vão as coisas com a Annabeth? — O garoto perguntou.

— Não vão. Eu não tenho nada para falar com ela, Grover, ela me acharia estranho por começar a conversar com ela do nada. Fora que ela sempre parece muito ocupada fazendo sei lá o que no notebook, não vou interromper.

— Isso, meu caro Perseu, é medo da rejeição — Grover me disse se levantando.

— Pode colocar assim também — disse rindo.

***

Thalia e eu tínhamos marcado de nos encontrarmos quase no final do meu expediente no Milk Shakespeare. Nós não nos víamos desde quando ela havia se formado, um ano antes de mim e Grover, já que ela era mais velha. Ela havia ido fazer faculdade em outra cidade — mas ela largara pouco tempo depois a fim de começar uma banda com umas garotas que conhecera por lá —, mantivemos contado e nos víamos algumas vezes aos anos, mas aparentemente, agora ela havia voltado a Nova Iorque para ficar.

Ouvi o sino sobre a porta tocar e logo Annabeth entrou. Desta vez eu estava atendendo um casal apaixonado que não conseguiam se decidir o que queriam, portanto não a atendo daquela vez. Nesse dia, seus dedos corriam frenéticos pelo notebook e ela quase não tomou o milkshake, diferente das outras vezes, que ela tomava um gole a cada cinco minutos. Outra diferença foi que ela não havia ido embora no horário de sempre, minha curiosidade sobre isso logo foi saciada quando vi Thalia entrar na sorveteria e logo se dirigir até a loira.

Milk ShakespeareOnde histórias criam vida. Descubra agora