XIX

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🌊PERCY🌊

— Eu acho que podíamos fazer uma festa — Thalia disse na quarta a noite, enquanto Grover assistia TV e eu lia um livro para a faculdade. Ela estava apenas deitada no chão da sala, mexendo celular.

— Não era você quem tinha prova e que não estava entendendo nada? — Perguntei.

— Eu não estou falando para fazermos agora — ela deu de ombros. —, é que eu achei legal para reunir a turma toda. Vocês ainda não conhecem a Piper, apenas, mas vocês com certeza iriam gostar dela.

— Por mim pode ser esse sábado — Grover se pronunciou, dando de ombros e começando a mudar os canais da TV.

Eu os encarei e então apenas dei de ombros. Falando para fazerem a lista para irmos no mercado antes do fim de semana. Eles apenas concordaram, voltando a se concentrar no que estavam fazendo.

Aparentemente, Thalia já havia avisado sobre a festa. E essa constatação ocorreu depois que Annie me perguntou sobre no dia seguinte. Ficamos conversando sobre isso por algum tempo até que eu tive que voltar ao trabalho e ela voltou para o seu notebook. Saímos junto da Milk Shakespeare e seguimos para a estação de metrô. Ela me contava sobre algumas coisas que haviam acontecido nas suas aulas e de seus colegas, me falou um pouco sobre Piper. Eu contei algumas histórias minhas e de Grover antes de termos que nos separar. Não era uma parte que eu gostava muito. As conversas com Annabeth eram fáceis, eu gostava de sua companhia. Mas bem, morávamos em lugares diferentes da Big Apple, então era óbvio que tínhamos que nos separar. Me despedi e fui pegar o meu trem, enquanto ela pegava o dela. Como já estava virando costume, ao chegar em casa, encontrei Thalia na sala, estudando.

— Já fiz a lista de coisas para comprar para sábado — ela disse após eu fechar a porta. — Tem como você passar amanhã no mercado?

— Claro — disse e segui para meu quarto.

Peguei minha prancha e segui para o lado de fora da casa. A brisa da primavera estava im pouco mais forte naquele dia e eu parei um pouco na areia para apreciá-la. Minha estação favorita era, sem dúvidas o verão, eu era muito menos criticado por ir para o mar durante a noite, como eu gostava de fazer, mas tinha algo na primavera que me chamava a atenção. Logo eu estava na água, dando braçadas sobre a prancha e esperando uma boa onda. Nesta época, a orla começava a encher. Às vezes isso atrapalhava um pouco o surfe, mas eu tentava nao me incomodar com isso. As pessoas também queriam se refrescar. Eu sempre gostava dos surfistas que apareciam, alguns chegavam no início do verão, outros,num pouco antes e eu estava familiarizado com alguns por estar sempre ali. Will era um que estava ali todos os anos, aparecia quando ele conseguia, podia ser jo início da primavera ou no meio dela, ou apenas quando as férias começavam, mas ele aparecia e já fazia cerca de três anos que nos conhecíamos. Ele era um cara legal, era uma pena que provavelmente eu não o veria essa semana para chamá-lo para a festa. Quando eu saí da água, as poucas pessoas que apareceram naquela praia já haviam ido embora. Não que eu estranhasse, já eram quase sete e raramente tinha alguém ali depois disso.

Encontrei Grover e Thalia jogando vídeo-game e o garoto parecia gostar de como ela jogava, apesar dos dois ficarem gritando o tempo todo um com o outro, discordando de suas técnicas de batalha. Eu apenas entrei no banheiro a fim de tomar um banho e tirar o sal do corpo, depois segui para o meu quarto para fazer os trabalhos para a faculdade, que sempre parecia estar em maior número que as minhas aulas.

Na manhã seguinte, quase que em um milagre, todos estávamos tomando café. Thalia aparecera na cozinha com o celular na orelha e uma cara não muito boa. Depois de alguns minutos ela desligou a chamada e bufou.

— Parece que o Nico está vindo para a cidade e vai ficar lá em casa. Meus pais exigem que a prima dele estava presente. Não me esperem essa noite.

— Mas você aparece amanhã, certo? — Grover perguntou.

— Se eu conseguir, bem café eu tomo lá — ela respondeu.

— Onde está a lista do que eu tenho que comprar? — Perguntei já me levantando.

— Aqui — ela acompanhou meu movimento e seguiu até a sala, onde pegou um papel perto da TV, em segui se dirigiu até a sua mochila. — Toma o cartão, não precisa economizar.

Eu peguei o pequeno objeto retangular e, após ler o nome que estava na conta, entendi porque ela me pediu para não economizar. Fiquei um pouco surpreso por ela ter um cartão do pai dela. Thalia deve ter entendido minha cara porque logo disse que aquilo era para emergências. Eu sabia muito bem  qual tipo de emergências ela usava aquele cartão. Me despedi e segui meu caminho para a faculdade. Eu iria passar no mercado depois de sair do trabalho, dessa forma eu não perdia nenhuma aula e nem me atrasava para o expediente. Annie chegou e eu estava ocupada, ela me viu atendendo uma velhinha com um garotinho e apenas sorriu, indo para o balcão, onde fez seu pedido. Como ele ficara pronto junto com o da mesa que eu estava atendendo, acabei entregando-o a ela. Voltei para o meu trabalho. Era sexta-feira e o local ficava lotado. Foi uma surpresa ver Rachel entrando pela porta. Foi em um breve momento de descanso em que eu estava conversando com Annabeth. A ruiva parecia procurar alguém e logo descobrir ser eu, uma vez que logo ela abriu um sorriso e veio em minha direção.

Milk ShakespeareOnde histórias criam vida. Descubra agora