XIII

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🌊PERCY🌊

Eu não poderia estar mais animado com as novas matérias, ainda mais das aulas do Sr. Quiron. Para o nosso trabalho agora, iríamos a campo, então as próximas aulas seriam em um aquário, dessa forma acabou que eles mudaram os horários e passaríamos uma manhã inteira a cada quinze dias no aquário para estudarmos como tudo funcionava e era realmente na pratica, como a gente realmente iria trabalhar quando nos formássemos.

Por conta dessa troca no horário, tivemos aula com Tântalos, que não gostava de mim — e eu também não não gostava dele. Ele dera o aviso e nos passara o novo horário. Eu sentiria falta de começar a semana com as aulas do Sr. Quiron, entretanto, eu teria as suas aulas nas sextas durante toda a manhã e dessa vez à gente sairia apenas da teoria. Naquela tarde, Annabeth digitava rapidamente. Eu notara que nem sempre ela estava em sua pagina usual do Word e achei que ela parecia um pouco nervosa. Queria perguntar se estava tudo bem, mas não consegui ter uma pausa para que pudéssemos conversar. Naquele dia, a loira ainda pedira mais um milk shake. Annie recebeu uma ligação e saiu mais cedo que eu, não dando me dando oportunidade de conversar com ela.

Ao voltar para casa, Thalia me perguntou sobre a amiga e contei sobre o que acontecera e até morena achara aquilo estranho, mesmo já tendo visto a loira daquele jeito, só não sabia o que poderia tê-la deixado dessa forma agora.

Após a conversa com a garota, eu fui para o meu quarto. Tântalos já havia passado um trabalho para introduzir o novo conteúdo e eu pretendia fazê-lo o mais rápido possível.

***

Já era quinta e o tempo parecia demorar a passar. A sorveteria estava vazia. Annabeth estava como sempre, com seu notebook e um milk shake de morango ao lado, a diferença era que ela estava com um caderno ao lado do aparelho, onde anotava algumas coisas de vez em quando. Aproveitando que eu já não tinha mais nada para fazer, me aproximei.

— Oi — disse me sentando a sua frente.

— Oi — ela sorriu e eu arqueei as sobrancelhas. — Você falou com a Thalia, certo — eu assenti.

— E então, o que está acontecendo? — Perguntei e ela fez uma careta.

— Tudo bem, mas isso pode soar um pouco... exibido e mesquinho — ela me avisou e eu acenei com a cabeça para que continuasse. — Eu meio que sempre fui a favorita...

— Meio quê?

— Shiu, não me interrompa — eu ri, mas deixei que ela prosseguisse. — Era fácil para mim ir bem nas provas e trabalhos, não importava a matéria — eu notei que ela ficara um pouco nervosa com o assunto e suas pernas começaram a balançar freneticamente. — Eu sabia que alguns esperavam algum deslize meu, porque tecnicamente eu não precisava tanto daquelas notas quanto boa parte dos alunos, que usariam aquela nota para entrar em uma universidade e era como se eu estivesse roubando a vaga deles quando eu poderia muito bem pagar por uma.

— Mas não é como se voce ainda não precisasse da nota — eu disse e ela apenas deu de ombros.

— Não era como eles viam, eu sou filha da Athena, Percy — ela disse como se aquele fato óbvio explicasse tudo, e, para mim, realmente explicava. — Nunca acharam que só porque você é filho de quem você é, você conseguiria qualquer coisa que quisesse? — Eu assenti — Eles achavam que, independente das minhas notas, minha mãe me colocaria em Harvard se eu quisesse. Eu odeio quando pensam em mim dessa forma. Caramba, eu quero conquistar as coisas pelo meu próprio mérito — ela disse, indignada. — E eu sinto que agora eu consigo fazer isso na faculdade e eu quero dar o melhor de mim — ela suspirou parecendo tirar um peso dos ombros. — Aí, na segunda, o Sr. Dionísio passou um trabalho e depois veio falar comigo sobre, ele me disse que tem certas expectativas sobre mim. Eu acho ótimo, mas tem me feito sentir como se nada do que eu fizer vá ser o bom suficiente — ela suspirou ao terminar de falar.

— Sei do que você está falando — ela deu um leve sorriso com a minha afirmação. — Foi o motivo de eu ter escolhido a Olympus University. Não é cara, então eu e a minha mãe conseguiríamos pagar, já que eu acabei não conseguindo uma bolsa completa, claro, às vezes meu pai ajuda, mas é um mérito nosso. Mas, wow, o Sr. D! Parabéns, você pode se formar Annie, você não precisa concluir seu curso. O Sr. D não cria expectativas sobre os alunos, mas se ele espera algo de você, é porque os outros professores tem falado e eu não acho que você deva se preocupar com o que ele vai gostar, e sim com o que você vai achar que seja interessante. Não foi assim que você sempre fez? — Ela maneou a cabeça— Então, por que mexer em time que está ganhando? Isso voce me parece inteligente o suficiente para não fazer burrada, sabidinha — ela sorriu.

— Obrigada, Percy — Annie disse e logo depois eu saí.

Ela parecia um pouco mais leve, mas ainda encarava o caderno com as anotações, riscando algumas coisas e escrevendo outras. Eu realmente esperava que pudesse tê-la ajudado de alguma forma.

A casa estava vazia quando eu chegara do trabalho naquela tarde. eu apenas troquei de roupa e fui para o mar com a minha prancha. Era maravilhoso sentir aquela brisa e a água. As ondas não estavam muito boas para ficar surfando, mas a água estava tão boa que eu acabei ficando um pouco, só aproveitando o mar.

Quando eu voltei para dentro da casa, encontrei Thalia jogada no sofá, assistindo TV.

— Hey — eu disse e ela notou minha presença.

— Hey, estava na casa da Annie — ela me disse. — Ela me falou que você conversou com ela hoje.

— Conversei  ela me falou que estava nervosa por conta da faculdade, preocupada com um trabalho que tinham passado.

— Ela me contou que o professor falou con ela sobre estar criando expectativas quanto ao trabalho dela — Thalia riu sem humor. — A pior coisa que podem dizer para ela é que se espera algo dela. Isso deixa ela tão mal. Mas ela me falou que a conversa ajudou muito — ela sorriu e eu também.

— Que bom, eu fico mais tranquilo de saber que ela esteja melhor de alguma forma.

— Você faz bem pra ela, Jackson — a encarei sem ter certeza do que dizer. — E acredito que ela também faça bem para você.

Eu assenti e saí da sala, indo em direção ao banheiro a fim de tomar um banho, sem ter certeza do que as palavras de Thalia significavam. Mas era verdade, Annie me fazia bem, de certa forma. E me deixava feliz saber que eu também a fazia feliz. Não queria, nem pretendia, ser o causador das dores dela.

Milk ShakespeareOnde histórias criam vida. Descubra agora