XXXVIII

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📚ANNABETH📚

Thalia ter me ligado no meio da tarde e ter falado para eu ir para a casa dela com o Percy era normal. O que eu estranhara era como ela dizia. Eu sentia que tinha algo incomodando-a. Eu estava certa. Como eu estava certa sobre o fato de ter caroço no angu quando ela voltou para Nova Iorque para fazer faculdade. Ela estava em uma banda e tinha uma garota de quem ela sempre me falava. Ela estava empolgada com isso tudo e eu via isso em toda vídeo-chamada que fazíamos. Eu entendi melhor o porquê de sua volta naquela noite. Mesmo ela não tendo contado muito. Depois que Percy foi para o banho, Thalia e eu fomos para o quarto dela. E eu perguntei se ela iria me contar melhor o que acontecera em Seattle.

— A baterista e eu estávamos ficando — ela disse e eu apenas assenti com a cabeça para que ela continuasse. — Só que nós sempre nos desentendemos muito, mas nada muito ruim, eram farpas trocadas sempre que tínhamos uma oportunidade e só. Então, a Zöe me viu conversando com uma garota um dia. E ela simplesmente tirou que eu estava dando em cima da garota — o que eu não estava. E a gente brigou. Feio. Só que acabou que a gente não separou as coisas direito e eu acabei brigando com a banda também — ela me encarou.

Eu fiquei sem palavras por um tempo. Processando aquilo. Ela tinha me falado algumas coisas da garota durante o tempo em que ela esteve em Seattle, só que ela nunca mencionara nada em relação a ela ser da banda. Eu ia responder algo, mas ela acabou me interrompendo. Perguntando com estava a minha relação com Percy. O sorriso foi quase instantâneo. Era louco como ele estava me fazendo tão bem em tão pouco tempo e eu estava tão apegada a ele. Antes, eu odiaria essa ideia. Me apegar a alguém como eu estava apegada a Percy. Mas agora, apesar disso me assustar um pouco, eu gostava. Apenas parecia certo com Percy. E eu decidira que isso não era algo com o qual eu devesse me preocupar pensando muito.

— E se eu pedisse ele em namoro? — Eu perguntei e vi a cara de surpresa de Thalia se formar, logo depois, ela começar a rir.

— Você está muito apaixonada — disse entre risos, e eu apenas dei de ombros, ainda sorrindo. — O que você estava pensando?

— Eu não sei — fiz uma careta, confusa. — Estava pensando em pergunta-lo, quando surgisse o momento, acho.

— Pratico que nem você, mesmo.

Thalia e eu ficamos conversando um pouco. E eu via que Thalia já estava quase caindo de sono, então disse que iria deixa-la dormir, e ela que eu deveria ir pegar meu homem. Ri, logo me levantando. Eu não estava com sono, então decidi ver se Percy ainda estava acordado. Bati na porta, abrindo-a um pouco, permitindo que eu visse o rosto de Percy. A única iluminação no quarto era do celular dele e o vi olhar para onde eu estava. Entrei no quarto, dizendo que Thalia estava dormindo, e me deitei ao lado de Percy. Ele passou um braço por sob meus ombros e ficou fazendo cafuné em mim, enquanto eu deitava sobre seu ombro.

— Um fim de semana só de meninas? — Ele me questionou.

— Assim como você vai ter um só de garotos — disse e o vi sorrir.

Não era novidade eu achar o sorriso dele lindo. Eu já o vira sorrir na sorveteria várias vezes antes nós nos conhecemos de verdade. O que era novo era eu ficar totalmente sem ar quando ele sorria.

— Ansioso para amanhã? — Perguntei.

— Um pouco — o senti suspirar. — Eu espero que ele goste de mim. Espero ser um bom irmão.

Eu levantei minha cabeça para poder vê-lo melhor e levei uma de minhas mãos aos seus cabelos, fazendo um leve carinho ali.

— Eu tenho certeza que vocês vão se dar muito bem — eu disse e vi seu sorriso voltar.

— Obrigado — ele respondeu, me dando um selinho em seguida, que acabou se transformando em um beijo mais profundo.

Ficamos assim por um tempo. Até que minhs conversa com Thalia voltasse a mente. E eu me lembrei o quanto o queria sendo meu. Eu separei o beijo, mantendo os olhos fechados.

— Namora comigo? — Perguntei.

Tomei coragem e abri os olhos, encontrando as orbes azuis do garoto me encarando, parecendo curioso e confuso. Eu estava prestes a dizer que aquilo era estupidez, quando Percy fizera um biquinho. Me contive para não morder seu lábio inferior.

— Eu queria ter pedido — ele disse e eu dei um sorriso de lado.

— Você estava demorando muito, Cabeça de Alga — eu respondi. — Isso quer dizer que você aceita? — Arqueei as sobrancelhas, esperançosa.

Se ele queria fazer o pedido, era porque ele pretendia me fazer o pedido, certo? Então ele não negaria... Mas ele ainda demorou um pouco a responder, o que me fez ficar um pouco apreensiva. Percy, por fim, abriu um sorriso e assentiu com a cabeça. Eu subi em cima dele e comecei a beijá-lo, sorrindo com o fato de que, agora, eu estava namorando. Eu estava namorando Perseus Jackson! E algo dentro de mim explodia com isso.

De repente, uma pequena parte do meu cérebro acendeu uma luz vermelha. Eu estava namorando Percy Jackson, filho de Poseidon, que não era, nem de longe, uma das pessoas favoritas de Athena, a minha mãe. Eu parei o beijo, ficando sentada em seu colo, e ele me encarou confuso.

— Como vamos fazer com os nossos pais? — Questionei.

Percy piscou os olhos, parecendo confuso, mas logo a compreensão passou por seu rosto e ele se sentou, ainda mantendo-me sobre suas pernas.

— Eu não pretendo esconder isso do meu pai — ele disse e eu assenti, não fazia nenhuma objeção a isso. — Mas também não vou terminar com você se ele não aprovar — eu sorri com isso. — Mesmo você sendo filha de quem você é, eu não acho que ele iria contrar isso, não quando você me faz feliz — aquilo me fez sorrir ainda mais e eu me inclinei para beijá-lo.

— Certo — eu comecei, suspirando. — Talvez o maior problema seja com a minha mãe, então — Peecy tirou uma de suas mãos, que estavam em meus quadris, e levou-a ao meu rosto, fazendo carinho em minha bochecha com o pelgar. — Eu não tenho certeza da reação dela, mas não pode ser algo como os pais da Julieta, certo? — Percy deu de ombros, sorrindo.

— Então, tudo bem se eu contar para o meu pai amanhã? — Ele me questionou e eu pensei sobre isso um momento.

Se minhas expectativas sobre a reação da minha mãe estivessem corretas, ela não gostaria de saber que fora a última a ter conhecimento do namoro da filha, principalmente se Poseidon havia ficado sabendo primeiro.

— Acho que seria bom contarmos no mesmo momento... — Comecei, tentando pensar em algo. — E se nós dois saíssemos com nossos pais amanhã, no mesmo horário, e contarmos praticar no mesmo momento?

— Eu com meu pai onde quer que ele vá me levar esse final de semana e você com a sua mãe onde quer que vocês vão estar? — Ele me questionou e eu assenti — Tudo bem — ele concordou e então voltou a me beijar.

Dessa vez, nós não paramos para resolvermos qualquer outro assunto.

Milk ShakespeareOnde histórias criam vida. Descubra agora