Nuremberg, 2010
Natasha acordou com o frio da mesa metálica em suas costas, e por um momento a confusão mental levou-a de volta à Sala Vermelha. Isso acelerou momentaneamente sua respiração e pulsação, denunciando a consciência para quem quer que estivesse ao seu redor através dos sons dos monitores.
- Ah, está acordada! – Disse uma voz feminina, em alemão. – Finalmente. Eu diria que isso é bom, mas claramente depende do ponto de vista.
A espiã tentou virar a cabeça, mas foi incapaz de fazê-lo: seu queixo e testa eram firmemente travados por peças de metal, os pulsos envoltos por algemas apertadas, assim como os pés, com cintos de couro atravessados sobre suas coxas e peito, tão justos que era difícil inspirar profundamente. Ah, não... Vacilara, e acabara alvejada com dardos tóxicos. O que significava que, agora, fazia parte dos "experimentos"... Fury ia acabar com sua raça.
- Melhoramento genético em seres humanos. Os países soviéticos trabalham nessa droga há mais de 70 anos, com um fracasso atrás do outro. – Disse a agente imobilizada, testando as algemas. – A Corporação X não sabe quando o jogo acabou.
- Ah, agente Romanoff... O jogo não acabou. – A mulher alemã entrou no campo de visão de sua vítima, e de imediato uma agulha grossa perfurou a perna de Natasha. Uma broca, na verdade, pois perfurou o osso até a medula. A vontade de gritar foi grande, mas a Viúva Negra não daria essa satisfação a ninguém, emitindo apenas um gemido alto, as mãos cerradas em punho. - Na verdade... Está apenas começando. - Através da abertura da broca de 3 mm, foi inserido um cateter para sugar a medula óssea. - Veja que estranha sorte: agora temos você, um dos maiores, se não O maior sucesso da Operação Black Widow. Decifrar seu código genético e a composição do soro em seu corpo elucidará melhor do que nunca como uma mutação pode ser infligida a todas as células de um indivíduo adulto. Mas é claro... - A cientista inseriu outra broca, na outra perna de Natasha, cuja respiração ficou descompassada ante o esforço de suportar a tortura. - Precisamos de uma grande quantidade de material genético de boa qualidade. De todos os tecidos, apenas na remota hipótese de você sofrer de quimerismo.
Quimerismo era uma condição rara, em que diferentes partes do corpo de uma pessoa apresentavam diferentes conjuntos genéticos. Um evento que afetava poucas dezenas de pessoas no mundo, o qual a ficha médica de Romanoff apontara como inexistente em seu organismo. E a Sala Vermelha fora meticulosa ao procurar, a fim de ter certeza dos resultados. A Corporação X sabia disso, portanto, o procedimento não era senão tortura pura e simples. Bem, se havia ainda alguma dúvida quanto à psicose de sua algoz, desapareceu quando ela utilizou a lâmina automática para remover um longo retângulo de pele na barriga da outra, camada por camada, até alcançar os músculos. Agora Natasha lutava e se debatia, até mesmo gritava, para a satisfação da Dra. Krasser, como seu crachá a identificava, cujo rosto estampava pura aprovação em relação ao próprio trabalho.
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A Aranha na Teia
FanfictionNatasha Romanoff sempre fez jus ao codinome Viúva Negra; suas mentiras e disfarces eram tecidos com a mais perfeita maestria, enredando as vítimas como a suave e invisível teia de uma aranha. Ela sempre dominou suas farsas, sempre conheceu bem a pró...