Together

235 34 5
                                    

Natasha petrificou por um segundo, felicidade e preocupação se misturando ao realizar que seu companheiro estava ali; passado o segundo de surpresa, porém, avançou até ficar a menos de um passo do Capitão, não muito surpresa com o hematoma em redor do corte suturado na testa do soldado. Com seu sorriso de lado típico, perguntou em tom casual:

- Apenas uma laje? Parece que te acertaram feio, Capitão.

- Ainda estou em uma parte só. – Ele sorriu e a abraçou; era raro Natasha permitir uma intimidade tão simples, e só o que quisera em todas aquelas semanas fora poder envolvê-la nos braços. – Como você está?

- Achei que o Clint teria colocado todas as fofocas em dia, ao te trazer para cá sem me avisar. – Respondeu a espiã, afastando-se um pouco para encarar o amigo com uma sobrancelha erguida.

- O Steve é de confiança, Nat. Vocês precisavam se encontrar, e de preferência fora da Torre. – o Gavião deu de ombros. – Achei que você preferiria contar tudo por si mesma.

A Viúva Negra assentiu, piscando longamente num agradecimento mudo, que Clint retribuiu com outro anuir breve, desencostando-se da parede:

- Bom, vou vigiar os Três Mosqueteiros, enquanto vocês conversam. Capitão, sinta-se em casa.

- Obrigado, Barton. – Os dois homens haviam conversado durante o percurso até ali, e o soldado entendia o nível de confiança que representava, para o mais jovem, levá-lo àquele lugar; fazia isso por Natasha, mas o fato não diminuía a boa-fé do ato, tampouco a gratidão de Rogers.

Sozinho na cozinha, o casal se sentou à mesa, Natasha apoiando a cabeça numa das mãos com um discreto sorriso feliz e cansado, Steve defronte a mulher a quem amava, tentando alcançá-la novamente através de um leve toque em seus cabelos, a outra mão sobre a que ela pousara na mesa. Os dedos da Viúva Negra se contraíram levemente, mas em seguida relaxaram, e ela não se afastou do toque, mas se endireitou na cadeira e fitou Steve, que foi o primeiro a falar:

- Senti sua falta, Nat. Quando enviou o sinal, tive medo do que aqueles lunáticos fariam até que chegássemos.

- Você me conhece, Steve. Eles não viram o que os acertou, antes de morrerem. – Romanoff sorriu levemente.

- Foi pensar nisso que me ajudou a ficar são, nessas semanas. – Ele se inclinou para beijar sua fronte, sentindo-a estremecer ao contato, ainda afetada pelo tempo em campo e por todo o estresse decorrente. – Como você está?

- Viva. Bem. – A ruiva deu de ombros, finalmente suspirando e segurando de volta a mão do Capitão. – Também senti sua falta; não percebi o quanto, até agora. – "Longe dos olhos, longe do coração" era um bom mecanismo de autopreservação, mas os sentimentos sempre voltavam, como agora vinham para fazê-la perceber que de fato estivera com saudades de Steve. Sua mente descartara essa percepção, mais ocupada em lidar com Lucy e as consequências de suas escolhas, encarando saudades como um sinônimo de dependência e fraqueza, portanto negando-as. mas Clint claramente, sem nenhuma surpresa, conseguia compreendê-la melhor do que ela mesma, às vezes. – Acho que preciso agradecer ao Papagaio, por te trazer. – Finalmente ela relaxou um pouco mais, e se inclinou para beijar brevemente os lábios do companheiro, feliz quando ele correspondeu suavemente.

- O que eu fiz para merecer você? – Perguntou o Capitão, sorrindo.

- Alguma coisa muito ruim. – Ela devolveu do mesmo jeito, antes de se afastar. – Nós... Precisamos conversar.

- Sobre a Lucy. – Ele se endireitou sem se afastar. – Vai ficar com ela, e acha que isso vai mudar algo entre nós. – Entrar nesse assunto seria um caminho perigoso. – Tasha... Isso não é sobre nós. Eu te amo, e quero estar com você independente da sua escolha, mas acho que está tentando analisar tudo e solucionar como se fosse uma investigação, e não é. Algumas coisas você precisa deixar fluírem, tomar seu tempo para se acostumar, conversar com alguém para se colocar em ordem. Tudo aquilo, as coisas que viu na sua missão... Só tome seu tempo. E não importa o que aconteça, estou ao seu lado.

A Aranha na TeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora