Healing

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Chegueeeeiiii!!!
Desculpem o atraso, mas o bloqueio me pegou com tudo. Vamos apenas dizer que a Natasha na minha cabeça estava de férias depois do último capítulo, e acabou saindo algo totalmente diferente do que planejava, mais focado em elementos psicológicos da Nat. Capítulo que vem volta nossa programação, com as coisas se encaminhando para o arco de Age of Ultron!
Vocês são incríveis! Obrigada a todos que leem e que interagem, é por vocês que essa história existe!
Boa leitura!



PoV Natasha

Eu nunca havia pensado na possibilidade real de uma vida com Steve. Devaneios momentâneos sobre como seria? Claro que sim, e com alguma frequência. Mas jamais algo a sério. Honestamente, eu nunca havia acreditado que ele iria querer dar um passo a mais; pensava que íamos simplesmente levar as coisas como eram, até um de nós se cansar, morrer ou o fluxo do tempo nos afastar enquanto casal. Então, um pedido de casamento, especialmente após contar a ele tudo o que falei — tinha absoluta certeza de que ele me deixaria, depois disso — foi tudo quanto não esperava. E não encontrei em mim forças de responder qualquer outra coisa além de "sim". Sim, eu queria isso tanto quanto queria minha próxima respiração! Apesar de todos os empecilhos, dos perigos que nos circundavam, das cicatrizes que trazia comigo, quando o homem que eu amo me pediu em casamento, após me ter visto em meus dois extremos nos últimos anos, eu simplesmente não podia recusar o que mais queria: uma vida com ele. Todo o resto nós pensaríamos e daríamos um jeito, depois. Naquela hora eu só conseguia pensar no quanto o amava, e na nossa família.

A satisfação de Lucy foi a cereja do bolo: aquele sorriso esfuziante, a empolgação em saber que íamos oficializar nosso vínculo... Cada sorriso dessa menininha me aquecia o coração de forma única, e naquele momento minha escala de felicidade ganhou uma nova nota máxima. Eu os amava, e ia fazer tudo por ambos. Isso incluía lidar com meus próprios demônios e fantasmas, e por isso fui em busca de Jonah. A única pessoa que poderia destruir nossa vida era eu mesma (mais precisamente meus traumas e condicionamentos acerca de emoções e relações humanas), e isso não iria permitir.

Foi difícil. Não apenas falar, mas pensar. Lembrar. Tomar consciência de meus pensamentos e emoções no passado e no presente. E Jonah insistia em que eu procurasse entender o que senti em cada situação... Por mais de uma vez tive de me controlar para não me levantar e ir embora ou, pior, jogar algo em minha psicóloga. Procurei lidar com isso encarando como apenas mais uma tarefa desagradável que eu precisava fazer... Exceto pelo mecanismo de defesa, que nesse caso eu precisava desativar e me forçar a sentir cada segundo, ou seria tudo inócuo. Era, em última análise, aterrorizante: dissociar de minhas emoções havia sido a forma como sobrevivi desde os cinco anos... Mas se minha filha de nove anos podia ter a coragem de ir à própria terapeuta e falar, tendo ela mesma traumas horríveis em seu passado, eu não tinha o direito de ser menos forte do que isso. Conversar com Steve e tirar algum tempo para estar com ele e com Lucy era o ponto fixo da rotina, o que fazia tudo valer a pena e trazia um momento de calma. Meu outro suporte era Clint (quisesse eu ou não) como sempre foi, assim como eu fui o dele — incluindo durante a semana em que precisou de assistência direta enquanto sua perna se recuperava apósa missão — e essas foram minhas interações sociais por aproximadamente sete dias. Evitei o restante da equipe a todo custo por esse período, constrangida demais e desejando evitar a todo custo qualquer olhar de pena ou acusação; depois, o trabalho me obrigou a revê-los pessoalmente, mas a ausência de qualquer julgamento ou comentário tornou infinitamente mais fácil voltar a interagir, e não podia expressar o quanto era grata a cada um deles por simplesmente existir em minha vida. Pela primeira vez, sentia que possuía uma família de verdade, e isso me motivou ainda mais a trabalhar para me desvincular dos traumas e comportamentos tóxicos e autodestrutivos.

A Aranha na TeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora