04 - Primeiro Dia De Aula

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Maju

— Vamos acordar filha, seu primeiro dia de aula. — Minha mãe diz abrindo a janela do meu quarto.

— Mas já? Que horas São? — pergunto esfregando os olhos.

— 6:00h, você entra as 7:00h. — Minha mãe diz rindo, eu suspiro e me levanto, tomo um banho.

— Oque é isso? — Digo olhando pra roupa que estava em cima da minha cama.

— Ah escola usa uniforme Maria. — Minha mãe diz

— É sério isso mãe? — ela começa a rir — Eu não quero usar uniforme.

— Você não tem que escolher nada Maria Julia, coloca o uniforme e desce pra tomar café. — Minha mãe diz saindo do quarto, se bem que ela tinha razão, eu não tinha que escolher nada mesmo. Termino de me arrumar e desço, avisto Michael sentado na mesa.

— Bom dia! — Ele diz e eu respondo com um sorriso, me sento a mesa.

— Michael vai contigo, já que vão estudar na mesma escola. — Minha avó diz.

— Vai ser um prazer levar essa donzela a escola. — Michael diz fazendo todos da mesa rir.

— Engraçado você, vamos. — Digo pegando minha mochila e Michael pega a dele. Chegando a escola os amigos de Michael já estavam esperando por ele, me afastei sem ele perceber e fui procurar meu armário, logo avisto uma menina, ela parecia sozinha, e seu armário era do lado do meu.

— Oi. — Digo a ela, ela me olha confusa.

— Está falando comigo? — Ela pergunta me olhando.

— Sim, prazer, meu nome é Maria Julia, mas me chama de Maju. — Digo.

— Prazer, Marina. — Ela diz — Por que está falando comigo?

— Porque não falaria? — Pergunto de volta

— As pessoas me acham estranha. — Ela diz dando os ombros, pelo visto não se incomodava.

— Mas eu não, qual são seus horários? — Eu digo e ela me mostra, e por sorte eram os mesmos que os meus. — Parece que não vamos nos afastar tão cedo.

— Isso é. — Ela diz rindo e nos vamos até a sala, sentamos em nossos lugares, as carteiras eram em duplas, então me sento ao lado de Marina, avisto Michael junto de Pamela, quando me vê sorri e senta na frente junto com Pamela.

— Bom dia alunos. — O Professor de matemática chega a sala, logo matemática, o dia ia ser ótimo. — Temos uma nova aluna conosco hoje, Maria Julia Sampaio, se apresente.

— Oi gente, sou Maria Julia, mas me chamem de Maju. — Digo um pouco envergonhada.

— Maria Julia? Que nome ridículo. — Uma garota de cabelos curtos diz.

— E você é? — Pergunto a olhando.

— Carmen Baker! — Ela diz parecendo orgulhosa do seu nome.

— Carmen? Que nome de velha. — Digo e toda a sala começa a rir, o professor pede para que eu me sente, vejo que Carmen me olha com ódio, mas eu não estava nem aí.

— Você é doida de mexer com a Carmen? Ela pode tirar você de circulação assim. — Marina diz estalando os dedos.

— Não tenho paciência pra gente mimada, já vivi muito com gente assim. — Digo e começo a prestar atenção na aula, vejo que Michael me olha de cinco em cinco minutos, o sinal toca para a próxima aula, foram quatro aulas até o intervalo, pego meu lanche e sento ao lado de Marina.

— Posso me sentar com vocês? — Pergunta um menino, ele parecia tímido e sozinho também.

— Claro. — Digo e ele se senta. — Eu sou a Maju.

— Eu sei, estava na aula de matemática, é porque eu sempre sento aqui, mas vocês sentaram então decidi sentar com vocês. — Ele diz e Marina da uma mini risada.

— Maju, esse é o Davi. — Marina diz e ele me estende a mão.

— É um prazer Maju. — Ele diz ainda tímido.

— Tava pensando em sair hoje mais tarde, ir pro Shopping, querem ir comigo? — Eu pergunto e eles me olham surpreso.

— Achei que você fizesse parte do grupo do Michael, vi você chegando com ele. — Davi diz.

— Ah, então, somos amigos, mas não gosto de grupos, eu falo com todos haha. — Digo rindo e eles sorriem. Voltamos para as aulas, e a aula de artes era a única que não tinha com Marina e Davi, ah única pessoa que conhecia era Pamela.

— Posso me sentar aqui? — Pergunto a Pamela que me olha de cima a baixo e não diz nada, mesmo assim eu sento.

— Bom dia alunos, hoje quero que vocês se expressem, desenhem oque quiserem, seja algo que te deixe feliz, triste, enfim. — Ah professora diz, começo a desenhar uma árvore sem folhas, não sabia oque aquilo se significava pra mim, quando do nada vejo um pouco de tinta vermelha voar no meu desenho.

— Desculpa, foi sem querer. — quando avisto era Carmen, essa garota conseguia ser insuportável.

— Imagina. — Digo cínica. Vejo que minha tinta marrom acabou e me levanto para pedir mais a professora, quando vejo todos rindo de mim, quando me viro a professora da um grito e me dá uma permissão para ir a enfermaria, eu não entendi nada, mas fui.

— Ei! — Me viro e vejo Pamela — Não faz a menor idéia do porque esta indo para a enfermaria não é? — Ela diz e eu nego com a cabeça. — Vem comigo. — Vou com ela que me leva até os achados e perdidos. — Aqui tem várias saias de uniforme, acha uma do seu tamanho e veste.

— Mas porque fazer isso? — Eu digo ainda confusa, ela me dá um espelho e eu fico espantada com oque vejo. — Eu menstruei? Mas nem estou perto dos meus dias.

— Porque você não menstruou. — Ela diz e a olho confusa. — Foi a Carmen que passou tinta vermelha na sua saia.

— Aquela garota é insuportável — Digo com raiva. — Obrigada pela ajuda Pamela. — Digo e ela sorri fraco. — Posso saber porque não gosta de mim?

— Nossa, você é sempre direta assim? — Ela diz e eu continuo a encarando. — É que eu fiquei com ciúmes de você e do Michael ta legal, ele é meu melhor amigo e não quero perder a amizade dele. — Ela diz e eu a olho compreensiva. — Me desculpa por ter te tratado mal, enfim, escolhe a saia e coloca, não vai querer andar pelada pela escola né? — Ela diz e começamos a rir, pego a saia e saiu dali para ir pra casa, não avisto Michael, então decidi ir sozinha

— E ai linda, se limpou? — Carmen diz rindo, eu tento ignorar, mas uma roda se faz ao meu redor e todos estão com latas de tintas, farinhas e ovos. — Vai receber sua vingança por ter falado mal do meu nome! — Eles começaram e eu só sabia chorar, tentei sair mas não consegui, quando escuto a voz de Michael mandando todo mundo sair, todos estavam rindo, eu só sabia chorar, Michael me pega pelo braço e me leva embora.

— Filha oque aconteceu? — Minha mãe pergunta preocupada vendo o meu estado.

— Eu sabia que não seria diferente de Dallas, eu nunca mais vou pra escola. —Digo indo para o meu quarto chorando, eu não queria mais viver, porque isso meu Deus, por que?


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