Smile

39 - Irmão?

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Michael

— Marina, você viu a Maju, faz um tempo que ela disse que ia ao banheiro e não voltou ainda. — Eu estava preocupado, depois de tudo oque aconteceu era difícil não pensar em algo ruim.

— Já tentou ligar?

— Ela não atende, deixa cair na caixa postal.

— Se acalma Michael, ela deve estar falando com a mãe sobre a Emma ou parou pra conversar com alguém, tenta relaxar. — Marina diz, eu estava tentando ficar calmo, mas sentia que tinha algo errado.

Maju

— Não vai atender? — olho a tela do celular, era Michael.

— É o Michael, depois eu falo com ele, agora não dá. — Coloco no silencioso e o guardo.

— Agora eu entendi porque você se ferra tanto. — Eu o olho sem entender. — Você é muito curiosa, qualquer coisa quer tentar descobrir, por isso o plano do Guilherme de te sequestrar deu mais certo do que ele imaginava.

— Você veio aqui fazer uma análise sobre mim ou me contar as verdades que tem pra contar. — O olho séria e ele ri.

— Guilherme sempre me ameaçou a cumprir os planos dele conforme ele queria, foi por isso que eu fui embora por um tempo e quando volto descubro que minha namorada cometeu suicídio, oque eu sinceramente acho que foi uma desculpa ridícula pra ocultar que Guilherme mandou matar ela.

— Gostava mesmo da Carmen? — Pergunto surpresa.

— Sei que fiz muito mal ao Michael e quase separei vocês de vez, por parte de mais um dos planos do Guilherme, aliás sinto muito por isso, mas eu sempre amei a Carmen, eu tenho coração Maju, ele só estava meio inflamado e o dela também e ainda Guilherme nos perseguia, tudo ficava cada vez mais difícil, até o dia que eu cansei de tudo. — Ele desvia o olhar do meu e respira fundo, acho que estava tentando não chorar. — Eu decidi ir embora, disse a Carmen que me mudaria e viria buscá-la assim que estivesse tudo certo, aquele dia brigamos feio, ela me chamou de covarde por estar a deixando sozinha, mas eu só queria a proteger sabe? Mas não a culpo, ela estava tão apavorada e com medo quanto eu, combinamos uma história sobre meus pais, aliás eles nunca faliram, mas não podia por tudo a perder, fui para a Inglaterra sozinho, sabia que meus pais não estariam nem aí, eu estabiizaria tudo para nós dois e ela viria morar comigo, até o dia que você decidiu ir falar com ela e tudo aquilo aconteceu.

— Então, você realmente não acredita que ela tenha cometido suicídio? — Aquela história estava me dando um frio na espinha.

— Não, não me convenceu mesmo, conheço muito bem a Carmen e conheço muito bem o Guilherme, Maju, ele era a pessoa mais manipuladora da face da terra, nunca dava paz a ninguém quando não conseguia oque queria, ele torturava a mente da Jade, várias vezes cheguei a sentir pena de tanto que ele acabava com o psicológico dela, isso quando não a agredida fisicamente, mas ela nunca conseguiu sair disso, pois ele fazia ela acreditar que ele era a única pessoa que ela tinha.

— E os pais deles?

— Bom, não sei qual história contaram pra você, mas a muito tempo atrás a família estava em um almoço comum em família, era o pai, a mãe e os três irmãos. — O olho  confusa. — Sim Maju, três, Guilherme, Jade e a pequena Suzi. Eles estavam perto da piscina brincando, quando Guilherme esbarrou em Suzi a fazendo cair na piscina, os irmãos até pediram socorro, a pequena foi levada ao hospital, mas infelizmente não resistiu, Guilherme pra se safar jogou toda a responsabilidade em Jade, foi tão manipulador que até fez a garota acreditar que realmente havia empurrado a irmã na piscina, seus pais ficaram com uma mágoa muito grande, a mãe deles realmente ficou louca mas cometeu suicídio um tempo depois, o pai sumiu e não voltou, até hoje ninguém sabe dele, Jade se sentia tão culpada por conta disso, que Guilherme achou uma fragilidade, uma brecha para a controlar

— Calma, deixa eu ver se eu entendi, ele convenceu a Jade de ter matado a própria irmã e ainda usou isso para controlar a vida dela. — Ele assente calmo. — Que doente.

— Psicopata, pra ser mais exato.

— Mas como você sabe de todas essas coisas?

— Pesquisei muito sobre a vida dele enquanto estive fora e eu acompanhei todo o seu sequestro Maju, o médico James só te ajudou porque eu enviei ele pra ajudar você, ele conseguiu enganar Guilherme direitinho e agradeço por isso, mas pedi pra que ele deixasse em segredo, do jeito que você é curiosa, sabia que tentaria vir atrás de mim.

— Por que me ajudou? — Isso estava ficando cada vez mais estranho, quanto mais eu perguntava, mais medo das respostas eu tinha.

— Um dia chuvoso no hospital, uma mulher deu a luz, luz a gêmeos, um menino e uma menina, mas o gêmeo masculino foi dado como morto, erro médico, foi levado ao orfanato e adotado por uma família rica, que não lhe dava amor nem carinho, só queria um herdeiro, já que a mulher não podia ter filhos. — Heric parecia mais nervoso que o normal, eu só o olhava sem reação nenhuma, ele me entrega um documento, sua certidão de nascimento. — Reconhece a data. — Olho confusa, mas se era uma certidão de nascimento, essa data a qual ele havia nascido, que era a mesma que a minha

Eu estava sem fala, apenas o olho séria, eu não queria acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.

— Então, quer dizer que...

— Sim Maju, somos gêmeos...

— Não! — Dou uma risada abafada. — Como isso é possível?

— Eu acho que já expliquei.

— Como, quando você soube disso?

— Eu estava revirando algumas coisas dos meus pais adotivos e aí achei minha certidão, por erro médico fui dado como morto, confundido com outro casal de gêmeos no qual a criança masculina havia morrido, bem, eu fui pesquisar e acabei descobrindo. — O olho no fundo de seus olhos, ele parecia apreensivo, nunca tinha o visto assim, eu em um impulso o abraço forte e ele me abraça de volta.

— Preciso ligar pra dona Cintia e esclarecer isso, ela precisa saber que o filho dela não morreu.

— Tá tudo bem, mas me conta mais sobre ela, papai, minha sobrinha. — Heric estava com um sorriso bobo nos lábios, eu o conto tudo sobre a nossa família, ele me conta outras coisas que haviam acontecido com ele oque me deixa triste por isso, eu havia tomado um choque, nunca havia o visto daquela forma, eu sempre o achei insuportável, mas parece que todos os pesadelos que o afrontavam se foram, infelizmente ele ainda estava triste por causa de Carmen, mas sei que ela está bem feliz aonde quer que esteja olhando por ele, eu fiquei feliz de saber que tenho um irmão, mais ainda gêmeo e ainda mais sendo o Heric, mas ao mesmo tempo, confortante.

— Vou ligar pro Michael, ele deve estar extremamente preocupado comigo..

— Eu posso ir pra casa com você? Quero conhecer minha família.

— Tudo bem, aí aproveito e conto tudo pra todos de uma vez. — Digo ligando pra Michael dizendo aonde estou, ele vem até mim acompanhado de todos os nossos amigos que como imaginei, ficaram surpresos quando viram o Heric.

— Não se preocupem, vamos pra casa e quando chegarmos lá, explico tudo. — Digo e logo todos saímos dali diretamente pra casa, Heric saiu pelos fundos para que ninguém o visse, peço a minha mãe que reúna meu pai e avô na sala, pois precisava conversar sério com todos eles.