05 - Suicídio

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Maju

As minhas lágrimas se misturavam com a água do chuveiro, eu sabia que não seria diferente, mas dessa vez foi bem pior. Sai do banheiro e coloco qualquer roupa e me deito na cama planejando ficar ali para sempre.

— Posso entrar? — Diz Michael na porta, eu só o olho e não digo nada. — Vai ficar tudo bem, sua mãe foi a escola resolver isso.

— E daí? eu já fui muito humilhada. — Digo mal, ele não diz nada, apenas faz carinho em minha cabeça e começa a cantarolar, até que pego no sono.

Michael

— Como ela está? — Nanci me pergunta preocupada.

— Ela adormeceu. — Digo e reparo que Marina e Davi estão na sala.

— Ah então nós já vamos. — Marina diz timida.

— Mas acabaram de chegar. — Nanci rebate os dois.

— Sim, mas acho melhor deixar ela descansar, não foi fácil pra ela. — Davi diz, Nanci e Nelson concordam e os dois vão embora, logo após Cíntia chega.

— Como foi la? — Pergunto me sentando.

— Bem, a escola chamou a mãe de Carmen, mas a mulher parece que nem liga pra filha, entretanto, Carmen vai levar três dias de suspensão. — Ela diz e nós ficamos indignados.

— Só isso depois do que ela fez? — Nelson diz indignado.

— Quem tem dinheiro naquela escola pode tudo. — Digo e todos concordam.

— Aliás, como ela está? — Cíntia me pergunta.

— Adormeceu. — Digo calmo.

— Vou ir ver como ela está, licença. — Cíntia diz subindo ao quarto de Maju, mas após dois minutos ouvimos gritos de desespero, subimos ao quarto de Maju, haviam remédios no chão e gotas de sangue, quando olho estava desmaiada, ela havia tentado suicídio, não sei oque me deu, só a peguei no colo e corri, ouvi a voz de Nelson perguntando aonde estava indo, mas só pensava em correr o mais rápido que pude ao hospital mais próximo, chegando la a colocaram em uma maca e saíram correndo, eu só olhava aquela cena dela indo embora na maca com os médicos, me sentei em uma das cadeiras, estava tudo embaçado, vi Nelson perguntando se eu estava bem, a mãe de Maju conversando desesperada com uma enfermeira e quando dei por mim, apaguei.

Maju

Abro meus olhos com um pouco de dificuldade, a luz do local estava quase me cegando, olho para o lado e vejo uma bolsa de soro, olho para o outro e vejo alguém de branco, parecia estar me examinando.

— A moça acordou, como se sente? — Ele diz, eu o olho confusa. — Sou seu médico, você está no hospital. — Ele diz e começo a me recordar,os remédios, as lâminas, tudo. — Por que você fez isso?

— Eu não sei, a minha cabeça dói e estou com sede. — Digo tentando fugir daquele assunto, o médico da um sorriso de lado e sai do local, logo após a minha mãe entra chorando muito.

— Oh meu amor que bom que está bem. — Ela diz.

— Quanto tempo fiquei aqui? — Eu pergunto preocupada.

— De ontem pra hoje. — Meu avô diz sorrindo. — Michael foi tão corajoso, ele que te trouxe ao hospital.

— Sério que ele fez isso? — Digo surpresa. — Posso falar com ele? — Meus familiares concordam o chamam. Ele entra na sala tímido. — Soube que me salvou.

— É, parece que sim. — Ele sorri de canto — como você está?

— Cansada, só quero ir pra casa. — Digo direta, odeio hospitais.

— Por que você fez isso? — Ele diz parecendo espantado e triste.

— Michael, não vamos falar disso, por favor. — Eu digo e ele concorda, ficamos conversando por um tempo sobre várias coisas, até o médico entrar e dizer que me daria alta somente se fizesse um acompanhamento com um psiquiatra. — Sério doutor? Precisa?

— Olha sinto muito, mas não posso te liberar sem a certeza que não vai fazer isso novamente. — Ele diz sério, eu reviro os olhos mas acabo concordando.

— Tá... tudo bem. — Eu digo nem um pouco animada.

— Vou pegar os papéis pra vocês assinarem e assim poderá ir embora. — Ele diz saindo da sala, eu estava frustrada com isso.

— Vai ser melhor Maju, você precisa de ajuda. — Minha mãe diz tentando amenizar a situação.

— Mas um psiquiatra mãe? Eu não sou louca. — Eu digo indignada, eles começam a rir de mim, o médico entrar com os papéis, assinamos e finalmente posso ir pra casa.

Michael

— Demorou no hospital, como ela está? — Diz Pamela chegando em minha casa.

— Está bem, mas vai ter que fazer acompanhamento psiquiátrico. — Eu digo e Pamela fica assustada.

— Então foi sério. — Ela diz mexendo no celular, quando ela fazia isso era porque estava despreocupada, eu odiava quando ela fazia isso.

— Podia mostrar um pouco mais de empatia. — Digo tirando o celular de sua mão.

— Michael, ela não está bem? É oque importa. — Ela diz o pegando de volta. — Vamos no cinema?

— Não, acho que vou levar a Maju pra sair, ela precisa se destrair. — Digo e ela bufa.

— Ok Jackson, estou indo embora! — Ela vira e vai embora, eu amava Pamela, mas não aguentava mais esse jeitinho dela. Vou até a casa de Maju, e a convido para ir ao cinema, ela hesita no começo mas acaba aceitando. Ah espero na sala, seus avós e mãe haviam saído para fazer compras, Maju desce, estava linda.

— Vamos? — Digo, ela concorda e vamos ao cinema, faria de tudo para a noite ser perfeita.

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