Capítulo 63

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Braz

Hoje era pra tá sendo comemoração,aniversário do chefe.
Só era mesmo,porque o bagulho tá pegando fogo.

Uns aliado nosso,viraram o cacete e tão querendo invadir a Penha.
Mas tu acha que consegue?Que nada.

Braz:Colfoi filha da puta,tá achando que nóis é oque?Tu tá virando alemão e tu vai se foder na nossa mão,pau no cu.-falei no telefone.

Léo:Se foder é um caralho mermão,vocês tavam de traíragem com nóis e vocês vão levar o de vocês,fica ligado.

Braz:Vem tranquilo,vem tranquilo-eu ri.

Léo:Diz ao pau no cu do teu chefe que o que é dele tá guardado.-desliguei.

Estamos aqui só na espera deles,se eles tão achando que vão ameaçar e vai ficar por isso mesmo eles tão enganados

Jorgão:Vamo invadir aquela porra,atividade,atividade.

Entramos no carro e o bagulho ia ficar doido,me benzi.
Nova Holanda tá de traíragem e não é de hoje,vão tudo se foder.

Assim que chegamos na frente do morro os cara já foi metralhando.
Sair do carro já atirando e metendo bala em quem vinhesse pela frente.

Infelizmente,morador ia sobrar e ia morrer inocente.

Bibê tava com a gente,ele passou o recado e não ia ficar de putaria com nóis.

Eu atirava pensando no meu filho,se eu morrer ele fica sem ninguém,é melhor eu matar do que morrer.

Coringa.

Eu tava suavão fumando um,só escutei as rajada e já levantei neurótico.
Os cara da Penha tava invadindo e eu queria saber da colfoi.

Não deu tempo de nada,sair atirando e quem tava por perto ou na minha frente se fudia.

Avistei de longe o bibê,subindo com os alemão.
Mirei e atirei no braço do filha da puta.

Eu precisava viver,pela minha coroa.

O bagulho tava frénetico,o helicoptéro já sobrevoava o morro e a qualquer momento o bope ia invadir.

Meu coração tava a mil e a cada minuto era uma morte.
Morador era acertado e geral corria pelo morro todo.

Avistei um pivete,deveria ter uns 13,15 anos esticado no chão,com uma bala próxima ao peito.
Lágrimas desciam dos olhos do menino e eu me vi ali.

Pipo parou com a moto na minha frente e eu pulei.
Ia deixar geral se fuder.

Cortei caminho e guiei pra casa da Fernanda,eu tava sem bala e não ia morrer por desgraça  nenhuma.

Assim que cheguei no portão,pulei o muro.
Fernanda me olhou assustada e eu puxei ela pra laje.

Ali da laje mesmo eu passava o rádio pros cara,mandando metralhar.

Só vi uma bala atingir meu braço e eu cair de dor.
Os filhas da puta subiram pela escada.

Jorgão:Tô atrás de tu á tempo,não é tu que gosta de ameaçar,filha da puta-bateu na minha cara-tá de traíragem com a facção não é desgraçado?

Coringa:Tu quer dinheiro?eu pago mas me deixa ir embora,namoral.

Jorgão:Tu vai morrer hoje,alemão.

Coringa:Leva essa piranha,me dá a minha liberdade,faço qualquer coisa.

Jorgão:Tu é um desgraçado mesmo hein,dando a própia irmã,vai queimae no colo do capeta-ele riu-ai garota,toma essa porra aqui-deu a arma a ela-tu vai matar esse desgraçado.

Fernanda se tremia,eu já sabia que ia morrer.

Jorgão:Atira,caralho.

Fernanda:Ele é meu irmão...

Jorgão:Ele ia te dar pra mim,filha da puta,tô te fazendo maior favor-pegou a arma da mão dela-aí Braz,mete bala nesse desgraçado.

O Braz mirou na minha testa e eu só escutei o tiro.
Fim da linha.

Trancafiada.Onde histórias criam vida. Descubra agora