Capítulo 28

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Antes de chegar em casa, bastante decepcionado, a Sue me liga.

- Amor! Estou chegando.

- Tá por onde?

- Hmmm, na estrada ainda...mas em meia hora chego na sua casa. Adivinha! Já mandei fazer meu vestido, para o baile.

- Que bom.

- O que foi? Está tão distante...

- Ah, nada não...é só alguns problemas.

- Hmmm, tá certo então. Até mais - e desliga.

Quando chego em minha casa, estaciono o carro e espero pela Sue. Seu carro, um Porsche conversível azul claro, entra na propriedade.

Quando ela desce, parece a própria Naomi Campbell desfilando na passarela. Usa botas caras, com uma calça jeans apertada e blusa regata creme. O cabelo negro liso e os óculos escuros deixam tudo mais lindo.

- Uau amor! Você tá linda.

Ela me abraça. Levo ela para dentro. Minha mãe está na sala de visitas junto com meu pai e os dois paparicam Sue. Ela é a queridinha deles. A Sue é uma mulher incrível.

- Bote algum juízo na cabeça do meu filho Sue - fala meu pai.

- Vou tentar Sr. Ebone...mas o William é cabeça dura.

- Você deveria me defender, não? - falo.

Pego ela pela mão e a puxo para meu quarto. Assim que entramos tranco a porta e a beijo.

- Eu tava morrendo de saudade - falo contra seu pescoço.

- Eu também amor.

Passo a mão pelos seus seios e depois desço mais. Coloco mão por dentro de sua calcinha e ela geme. Ela me toca também.

Depois disso as roupas voam e ela está sobre mim. Ali mesmo no chão. Ela sobe e desce lentamente enquanto seguro sua cintura. Fecho os olhos e quando abro vejo o David. Como nunca vi seu corpo eu imagino.

A pele branca cheia de sardas, os pelos pubianos ruivos. O membro duro batendo contra minha barriga. Ele com uma carinha de safado, que sei que ele faz. Eu acabo chegando ao orgasmo pensando nele.

Respiro fundo, estou ofegante.

- Nossa amor...essa foi rápida - fala a Sue indo para o banheiro.

Me levanto e vou para frente do espelho. Meu corpo negro malhado e suado do pós-coito. Meus olhos verdes, o cabelo cortado rente a cabeça. Eu sou desejável...mas será que o David me deseja? Quando ele me tocou parecia que sim. Queria sentir a pele dele sob minhas mãos. O calor dele. O gosto do seu suor. Queria me sentir dentro dele.

Balanço a cabeça. Estou ficando louco? Acabei de transar com minha namorada, pensando em um homem! Isso precisa parar! Isso vai parar. Preciso cortar esse mal pela raiz...preciso terminar com isso e só tem um jeito.

Pego o celular e ligo para ele.

- Oi...Will?

- Oi David, não podemos ter mais aulas.

- Hmm, o que houve! Se foi por aquilo...

- Eu não quero mais. Tchau! - desligo.

A única forma de esquece-lo e não o vendo mais.

No jantar todos conversam animados. Até meus irmãos que são robôs, sorriem e falam bastante.

- Então Sr. Ebone, como vai a candidatura?

Reviro os olhos irritado.

- Eu acho isso uma bobagem - falo.

- Mas eu não acho - diz Sue - seu pai é muito influente em Raventown...isso seria ótimo para ele.

- É muito bom saber que alguém me apoia aqui - fala papai - acho que o William sempre vai ser contra as minhas ideias...ele não aceita pensar como eu.

- Pensar como você? Nunca! Você acha que não sei de nada né? Essas fortunas que você ganha na Ebone Company, pessoas e documentos que somem, segredos...agora sei o porquê dessa candidatura.

Meus pai bate com o punho na mesa, assustando a todos.

- Você não sabe o que tá falando garoto, você pode se dar mal.

Rio de desdém.

- Uma ameaça senhor George? A seu próprio filho?

- Chega! - grita minha mãe - não vou ficar aqui ouvindo isso. Will...por favor, se cale.

- E nossa conversa ontem mãe? Não valeu de nada.

- Will, por favor - fala Sue.

- Me deixa você também! Ninguém aqui me entende! Ninguém!

Deixo a mesa de jantar e vou para o jardim. Sei que exagerei, não deveria ter gritado, mas é que estou cheio de tudo isso. Pego meu celular e penso em ligar para o David...contando tudo. Quero beija-lo, tirar sua roupa, me deitar com ele...

Alguém se aproxima. Sue.

Ela me abraça por trás.

- Me desculpe por gritar com você...eu não estou bem.

- Toda essa pressão de provas e time está te deixando tenso.

- É...é isso - falo suspirando.

Viro para olha-la.

- Você me ama Sue.

- Muito!

Ela me aperta.

- E você me ama Will.

Não consigo responder logo. Será que amo?

- Sim...eu...amo.

Ficamos abraçados no jardim. Não ligo para o David.

Neve sobre o Ébano (Romance Gay) - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora