Neve sobre o Ébano (Romance Gay) - Concluído

O Ébano - Capítulo 41

Ter olhado o David com o namorado me deixou balançado. Eu nunca imaginei que outra pessoa poderia me machucar tanto sem nem ao menos me tocar. Se passaram 3 meses. Três meses em que estou vivendo só no modo automático.

Tiro as maiores notas, sou o melhor do time. As garotas caem em cima de mim...mas isso não me trás felicidade nenhuma. Estou  vivendo pelos outros  e não por mim mesmo.

Sue Ann ainda liga para mim. Quer voltar. Contou tudo para minha mãe e graças aos céus minha mãe disse que ela tem que aceitar minha decisão.

Viro e olho o Rafael beijar o David, esse beijo desperta algo em mim. Vou lutar pelo David, e a primeira coisa que vou fazer é contar para meu pai.

Quando chego em casa, determinado a contar tudo, percebo que as coisas estão tensas entre meus pais.

- O que você fez George? Você sabe onde colocou o nome da nossa família? - ouço minha mãe falar.

- Eu fiz isso por nós, vou dar um jeito...podemos ir embora de Raventown se for preciso.

- E largar tudo?

- Prefere ser presa?

Bato com o braço na mesa e os dois me olham.

- O que tá acontecendo? - pergunto.

- Nada que seja assunto seu, meu filho - fala meu pai - e saiba que estou muito orgulhoso de você, boas notas, líder do time, já posso até te levar para a empresa...

- Eu não quero!

- E o que você quer garoto?

Não consigo falar e minha mãe percebe o que quero dizer.

- William, que tal amanhã você me acompanhar no mercado? Quero comprar algumas coisas para o jantar de ação de graças.

- Você no mercado mãe?

- Porquê não? É uma coisa diferente a se fazer. Que tal?

- Tudo bem.

- Agora deixe eu conversar com seu pai - ela me encara - a sós.

Vou relutante para meu quarto. Algo de estranho está acontecendo.

•

Eu e minha mãe caminhamos pelos corredores do mercado.

- O dia de ação de graças é daqui a dois dias, porquê comprar coisas agora?

- Queria conversar com você.

- O quê?

- Você ia contar para seu pai?

- O quê? - me faço de desentendido.

- Oras Will...sou sua mãe e te conheço muito bem.

- Ia - falo baixo - mas vocês estavam tendo uma conversa tão séria, o que tá acontecendo.

- Eu e seu pai fomos tolos...achamos que essa candidatura seria algo bom, mas seu pai fez coisas erradas na empresa e o cargo público tem seu peso em tudo. Como alguém público seu pai é vigiado, mas isso não é assunto para você. Ainda pensa em contar para seu pai? - ela coloca duas latas de ervilha na cesta.

- Sim...isso tá me sufocando.

Ela me beija o rosto e abre a bolsa. Tira um maço de dinheiro.

- Sinto que você vai precisar disso.

- Mas, mãe!

- Guarda esse dinheiro....

Eu a abraço e imagino que o pior pode acontecer.