Capítulo 30

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O dia do baile chegou e fiquei tão animado com a ideia que me esqueci o principal: o terno. Rafael chegou cedo, pra se arrumar comigo.

- Amor - fala entrando no quarto - você ainda não começou a se vestir?

- Rafael...eu não vou mais.

- O quê? Como assim?

- Eu esqueci que precisava de terno...

Ele coloca as mãos na cabeça.

- A gente dá um jeito...

Minha mãe bate na porta.

- Posso entrar?

- Claro mãe - ela entra com um embrulho nas mãos.

- Você falou tanto nesse baile que esqueceu de um terno. O Heitor te deu esse aqui de presente...conversei com ele.

Corro para ela e a abraço.

- Obrigado mãe!

Abro rapidamente o embrulho. É um terno creme. Lindo, lindo, lindo.

- Obrigado mesmoo!

Quando ela saí, abraço o Rafael e o beijo.

- Vou tomar um banho, pra começar a me arrumar.

- Posso ir com você?

- Como? - olho malicioso.

- É só banhar, juro.

- Mas tenho vergonha do meu corpo.

- Não deveria.

Eu aceito. Entramos no banheiro e tiramos a roupa um do outro. Ele passa seus dedos cálidos pelo meu corpo.

- Você não imagina a vontade com que estou de estar com você.

- Mas você está comigo.

- Você entendeu David - ele sussurra, beijando meu pescoço.

O empurro para o box.

- Banho! Agora.

O banho é rápido, infelizmente.
Na hora de nos vestirmos vejo que o terno do Rafael é branco.

- Agora está um anjo completo.

Ele sorri. Depois de muita arrumação com cabelo e gravatas estamos prontos.

- Como vamos? - pergunto.

- De carro. Minha mãe me deu ele a noite toda...ah e o que sua disse...sobre passar a noite comigo?

- Espera...

Quando saímos minha mãe tira uma foto.

- Vocês estão lindos!

- Mãe, já estamos indo.

- Ah! Rafael - ela se aproxima e o olha inquisidora - cuida do meu filho essa noite - depois o abraça e sorri.

- Isso responde sua pergunta? - falo rindo.

No carro estou um pouco nervoso.

- O que foi David?

- Eu nunca fiz isso...saí com um garoto em público, você é meu primeiro em tudo.

- Está desconfortável? Se tiver, vamos pra outro lugar.

- Não...eu quero ir - falo segurando sua mão.

Estacionamos o carro. Lá fora, alguns flocos de neve caem e alunos andam elegantes de terno ou vestidos chiques.

Ele desce e depois abre a porta para mim.

- Nossa, que cavalheiro - rio.

- Tudo para você, meu amor.

Ele me olha. Os olhos azuis brilhando.

- Pronto?

- Como nunca estive na vida.

Ele segura minha mão e vamos.

Neve sobre o Ébano (Romance Gay) - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora