Chacal

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Após atravessar o Rio Unisteirn, o Ex-General seguiu seu caminho pela floresta fechada, evitando as estradas como qualquer bom fugitivo faria

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Após atravessar o Rio Unisteirn, o Ex-General seguiu seu caminho pela floresta fechada, evitando as estradas como qualquer bom fugitivo faria. Ainda teve que se expor ao campo aberto algumas vezes, mas voltava para a sombra das árvores sempre que possível. Era uma caminhada duas vezes maior até a Cidade de Tallor cortando as estradas, mas ele não tinha muitas opções. Seu pé lesionado se recuperou mais rápido do que ele imaginara provável, dentro de uma semana já conseguia andar mancando, talvez realmente tivesse apenas sido deslocado na queda pela montanha. A costela quebrada lhe incomodava bastante, mas ainda conseguia suportar a dor.

Estava bem próximo da cidade destino quando se encontrou com um trio de caçadores de recompensa, não teve muito trabalho para derrotar aqueles homens inexperientes no combate, ainda que com deficiência na movimentação. Se já havia caçadores de recompensa em seu encalço no meio da mata, deveria tomar muito mais cuidado na cidade. Vestiu capa e capuz e seguiu viagem ainda se lembrando penosamente do ataque ao seu grupo. A face de Donnan com a boca molhada de sangue não queria deixar seu pensamento, ainda que em plena luz do dia. Por que Arstan faria aquilo com ele? Continuava a indagra-se. Podia ser um sujeito severo, mas não esperava que fosse chegar a tal ponto. Ainda assim, também não esperava que ele fosse demasiadamente longe quando estiveram na casa da "bruxa" de Defsef. Tudo aquilo lhe era muito estranho, mas atualmente ele só sabia que tinha de ir o mais longe da capital o possível.

O único motivo para ir à Tallor era que a cidade possuía um posto de autorização para emigração ao exterior, talvez o mais longe possível da capital para ele atualmente fosse outro país. Só podia esperar que não já houvessem cartazes de procurado pelas paredes das casas e tabernas do lugar.

Mais quatro tediosos dias de caminhada cautelosa e lá estava ela, Tallor, uma cidade de formato hexagonal, cercada por modestos muros brancos chapiscados como proteção, defesas erguidas no fim do século passado para guarnecer a cidade contra um possível avanço da derrotada legião carmesim. O movimento era grande por lá, embora não fosse um dos lugares mais populosos do reino. Pessoas, animais de carga, carroças de mercadores indo e voltando, de dentro e para fora da entrada, e guardas, mais do que ele desejaria ver. Estes verificavam todo o fluxo de entrada e saída de pessoas e mercadorias. Artoges tinha que elaborar algo para entrar lá sem ser visto, aquilo não foi muito difícil de se fazer. Parou uma das carruagens passantes e fez uma proposta irrecusável ao mercador que a conduzia.

– Alto! Vamos ter que inspecionar esta carroça para garantir que não há nada de suspeito nela. – Disse um dos guardas da entrada, armado com uma curta lança e trajando armadura lamelar.

– Ora, mas de novo? Já é a segunda vez que eu entro com mercadorias na cidade neste dia! Isto é mesmo necessário, seu guarda?

– Sinto muito senhor, mas regras são regras.

– Nháaaa... Seja rápido então, não tenho o dia todo. – Concordou o emburrado condutor com chapéu de palha na cabeça, ornamento que protegia do sol sua pele já desgastada pelos ventos quentes do fim de verão.

Fardos de Batalha (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora