Olá e até mais ver

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Usava uma grande espada de lâmina vermelho-acinzentada para decepar a carne de seus inimigos

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Usava uma grande espada de lâmina vermelho-acinzentada para decepar a carne de seus inimigos. O céu também era vermelho, com nuvens negras que pairavam em sua imensidão, e flechas estavam a cair dele por toda parte, como se fossem gotas de chuva. Os velozes projéteis matavam vários dos seus amigos no campo de batalha. No alto de uma colina próxima, avistava-se um forte feixe de luz, mas não era o sol, era provindo da enigmática silhueta de um misterioso cavaleiro branco. Continuou lutando até seus braços ficarem dormentes de tanto brandir aquela pesada arma. Foi então quando seu carrasco se revelou, um monstro de escuridão que emergiu em meio à multidão sanguinolenta. A besta sedenta abriu caminho até ele, arremessando seus aliados ao ar com simples empurrões. Tentou se defender, mas sua grandiosa lâmina não se mostrou mais eficaz que uma faca de cortar pão quando atingiu a espessa couraça do alvo. Quando a alta criatura o alcançou, atingiu-lhe em cheio no peito com seu enorme punho de aço, e o tenebroso pesadelo finalmente acabou. Estava de volta ao seu quarto, os ataques do monstro em seu corpo nada mais eram do que alguém batendo na porta. Saiu de debaixo das cobertas para poder ir atender.

– Estou livre? – Perguntou a quem estava do outro lado, que aparentava ser um Tenente.

– Não, trouxe sua comida. E uma carta chegou para você. – Mostrou-lhe ambas as coisas em uma bandeja de madeira. Em resposta, Artoges pegou o recipiente com uma mão e a carta com a outra.

– Obrigado. – O Tenente não retribuiu o agradecimento, apenas deu-lhe as costas e trancou a porta novamente. Maioria das pessoas ali presentes eram frias, supunha que algum dia acabaria ficando daquela forma, convivendo muito tempo em um ambiente rígido como aquele. Não sabia como Swan conseguia aguentar toda a pressão do segundo cargo mais alto sem deixar de ser quem era. Isso ou o vigia estaria duvidando de sua inocência, o que o deixava ainda mais inquieto. Teria algo dado errado?

Deu uma mordida em uma maçã que foi trazida na bandeja e foi abrir a carta, notou que o selo desta tinha sido removido, o que era de se esperar de um documento enviado a um potencial criminoso. Ao desenrolar o pergaminho, logo reconheceu a escrita de Kervan. Há muito tempo, quase seis meses, ele tinha enviado uma carta para a cidade de Balmon, estava começando a desconfiar de que a mensagem não havia chegado. Em resumo, tinha escrito como era difícil a vida no quartel general da Ordem Sagrada.

Não se preocupe, Arth, sei que você irá superar essas besteiras todas, você é o melhor, se esqueceu? Quanto a mim, acho que minha vida continua a mesma desde que você saiu, tendo que acordar cedo para dar de beber aos cavalos, fazendo patrulha pela cidade pelo horário da manhã com o pessoal e treinando durante a tarde... Tentando a sorte com Camilla ao anoitecer, bem... Melhor não tocar nesse assunto, já que você não se sente muito à vontade a respeito... Enfim, tudo de bom e melhor para você, irmã. Boa sorte no caminho por vir... O chefe gostaria de falar com você, mas já que não pode ser pessoalmente, essa carta vai ter que servir. Por mais irritante que Kervan fosse às vezes, Artoges não conseguiu deixar de sorrir ao ler suas palavras. Não conseguia expressar a falta que sentia por aquele enxerido, miserável, melhor irmão do mundo. Após algum espaço em branco, estavam escritas em negra tinta as palavras de Anórion.

Fardos de Batalha (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora