Uma visita inesperada - Parte dois

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As paredes internas que delimitavam o espaço do refeitório eram feitas das mesmas cinzentas pedras retangulares que se eram vistas no corpo exterior do quartel

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As paredes internas que delimitavam o espaço do refeitório eram feitas das mesmas cinzentas pedras retangulares que se eram vistas no corpo exterior do quartel. Naquele dia estavam servindo legumes cozidos com batata e peixe assados, pratos preparados pelas mãos dos próprios internos, que se revezavam em grupos diariamente para elaborarem as refeições. Havia relativamente poucos integrantes da guarda se alimentando por lá naquele dia. Após ter seu prato preenchido com aquilo que lhe era de direito e ser elogiado pelos colegas que encontrou pelo recinto, a grande estrela do dia foi se sentar-se à mesa em que seu irmão estava se alimentando. Ele encontrava-se estranhamente calado naquele início de tarde, o que nunca ocorria ao menos que algo realmente o estivesse incomodando, isso ou ele havia cometido alguma besteira.

– O que foi que houve? – Perguntou ao quieto rapaz após se sentar, enquanto partia as batatas em fatias para facilitar a ingestão. Kervan era um tanto parecido com o irmão mais velho, apenas o suficiente para reconhecê-los como parentes. As poucas diferenças estavam principalmente no tamanho deles. Seu cabelo era sempre cortado mais curto e o seu queixo era mais estreito. Fora isso, tinha os olhos esverdeados, que herdou da mãe. Algumas garotas costumavam dizer que ele era o mais bonito, mas Artoges se recusava a concordar com aquelas opiniões.

– Nada... Por que pergunta?

– Por que da última vez que te encontrei calado assim, você havia "derrubado" o vaso de herança da família do velho.

– Não fala no demônio... – Alertou sobre a proximidade daquele cujas palavras de Artoges se referiam, então voltou a atenção para seu prato, abaixando a cabeça. Anórion havia puxado uma cadeira de outra das compridas mesas vazias do refeitório, então se aproximou para poder se juntar aos seus soldados preferidos em suas refeições.

– Dia movimentado, não? – Tentou começar a puxar assunto enquanto se ajustava ao seu acento, ignorando o clima estranho que havia se formado entre os dois irmãos.

– Ah, sim. Bem movimentado. – Assentiu o mais velho, após terminar de mastigar e engolir sua última garfada. Kervan estava com o talher a cutucar a comida em seu prato, como se nada nele o agradasse.

– Tive que ir até a casa do senhor da cidade para reagendar os pagamentos deste mês. Já é a segunda vez que os desgraçados atrasam... Bem, e enquanto a você Artoges? Já considerou sua resposta ao convite da Ordem? – Indagou antes de levar o garfo com um pedaço de peixe até os lábios.

– Eu já dei minha resposta, senhor.

– Estou sem fome hoje. – Disse Kervan, antes de se levantar do seu acento e recolher seu prato, quase que intocado. O jovem aprendiz de guarda se retirou para o interior das cozinhas em seguida, deixando apenas seu capitão e irmão a interagir. Algo visivelmente o estava a incomodar, e todos tinham um bom palpite do que se tratava.

Fardos de Batalha (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora