Atribulado retorno

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Mais um dia comum na Esmeralda Reluzente, nome conferido ao estabelecimento em homenagem ao fundador do distrito no qual fora construído, que em tempos passados controlava um lucrativo mercado das preciosas pedras esverdeadas

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Mais um dia comum na Esmeralda Reluzente, nome conferido ao estabelecimento em homenagem ao fundador do distrito no qual fora construído, que em tempos passados controlava um lucrativo mercado das preciosas pedras esverdeadas. O cheiro da boa comida perfumava o ar da movimentada taberna, os pratos e bebidas eram servidos constantemente pelas atendentes. Os clientes eram dos mais variados tipos, desde mercadores simples e ricos comerciantes até bêbados que aparentemente não tinham mais nada a fazer da vida além de gastar seu escasso dinheiro com cerveja e arranjar confusão com as moças. O estressado dono da estalagem não parava de atribuir ordens às suas funcionárias. As incumbia de lavar e carregar pratos, trazer mais bebida para tal mesa, limpar o chão, entregar tal pedido, ir até a cozinha preparar mais um item, dentre várias outras ordens. A atenção do homem de negócios foi desviada pelos pequenos sinos, que tintilaram quando atingidos pela madeira da porta de entrada, que naquela agitada tarde foi aberta mais uma vez. A atenção de mais alguns dos presentes também foi momentaneamente alterada para o sujeito que adentrou o local. Ele mantinha a mão esquerda repousada sobre o pomo do cabo da espada que levava consigo na bainha presa ao seu cinto. Repentinamente, uma das garçonetes roubou o foco de praticamente todos os presentes para si ao derrubar os pratos que estava carregando consigo até uma mesa próxima. A jovem pareceu se chocar ao avistar o alto homem de cabelos negros que chegou por lá.

– O que você pensa que está fazendo, sua idiota?! – Perguntou enfurecido o dono do local, ao sair detrás do balcão ao encontro da jovem de volumosos cabelos pretos. – Qual o seu problema?! Suas mãos estão furadas ou algo do tipo? Irei descontar tudo do seu salário!

– Eu... Eu... Me desculpe, eu... – Tentou se desculpar, mas sua sequência de gaguejos foi interrompida pela aproximação do indivíduo que há pouco entrara na taberna.

– Não se preocupe, senhor. Eu pagarei pelo prejuízo, ela deve ter se assustado com minha presença de alguma forma. Não é culpa dela. – Intrometeu-se entre os dois o alto sujeito.

–... Sei... E quem seria você? – Indagou confuso o mercador, erguendo uma sobrancelha.

– Apenas um mercenário voltando de uma batalha. – Respondeu à pergunta, enquanto que o homem fitava seu rosto, que tinha a extremidade direita enfaixada. Seu olho e orelha estavam encobertos pelas bandagens. Vestia-se com roupas puídas e sujas de terra, suor e manchas avermelhadas, que poderiam ser provenientes da fonte mais preocupantemente imaginável.

– Entendo... E o que você deseja por aqui, senhor "mercenário"?

– Uma garrafa do seu melhor vinho.

–... Certo... Leslie! Trate de ir buscar logo a bebida do homem! – Ordenou, ainda com certa desconfiança.

– S... Sim senhor. – A jovem então se afastou prontamente para dentro da cozinha. Outra garçonete veio quase que de imediato para varrer os estilhaços dos pratos.

Fardos de Batalha (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora