Vultos rubros - Parte um

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O clima finalmente parecia ter se estabilizado, o sol começava a brilhar novamente ao céu matutino pelo segundo dia consecutivo

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O clima finalmente parecia ter se estabilizado, o sol começava a brilhar novamente ao céu matutino pelo segundo dia consecutivo. Durante toda a marcha até ali os soldados haviam aguentado uma série de descoordenadas mudanças climáticas. Às vezes chovia fraco, não muito depois, se instaurava o típico calor absurdo dos últimos tempos de verão, e para complementar, chuvas fortes chegavam sem dar muitos sinais prévios perto do início da noite. Toda esta mistura de intempéries tinha a chance de desencadear resfriados, o que seria algo muito prejudicial ao futuro desempenho das tropas, mas até então os homens pareciam estar seguindo sem terem problemas do tipo.

Pouquíssimos dos ali reunidos já haviam presenciado uma quantidade tão grande de cavalos, cavaleiros e soldados a pé reunidos em um único local. A tendência era que os números ainda crescessem bastante. O exército eingsfyreano não poupou esforços para combater a ameaça vindoura. Sete mil eram os heartfallenses que deram início ao movimento, dos quais cerca de dois mil e seiscentos eram cruzes azuis. Juntos a eles vinham cem dorkmorianos, trezentos unisteirnianos e cerca de dois mil e quinhentos soldados da guarda real, a escoltarem o próprio Rei Drazael. A presença monárquica teria um importante papel a desempenhar naquela trama. Todos haviam se juntado por volta do final do quarto dia de marcha.

Seguiam pela estrada principal em uma extensa linha que cobria quilômetros e modificava o som do ambiente arborizado pela vegetação tropófita. Os barulhos das conversações paralelas, rotação das rodas de carroças e o chocalhar de armaduras abafavam o canto dos pássaros e o silvo do vento, que fazia a grama dançar aos arredores da trilha. Rumavam às proximidades da cidade de Tallor. A área central do país seria o local ideal para a reunião total das tropas e para que os planos avançados da guerra tivessem início. Perto do fim do dia eles deveriam alcançar o destino designado para que os últimos reforços fossem adicionados. Ainda tinham de se encontrar com os bálmanos, ignosveliences, tallorinos e uma possível ajuda extra.

Aí está você. Observou Arstan, ao se aproximar do fim da formação, montado em seu novo e bem tratado corcel branco. Durante a marcha usava uma leve camisa branca de mangas largas, calças de tecido escuro e suas botas de cano alto. Vestes simples que tornavam difícil sua distinção ente os demais sem que fosse feita uma melhor análise.

Ah! Oi Arstan. – Respondeu Artoges, ao ser pego de surpresa. Não esperava encontrar o líder militar do país nas linhas traseiras.

Oi?! É só isso que tem a me dizer após todo esse tempo sem falar comigo?

Uh... Bem... Eu...

Uhm... Você está agindo meio estranho... Também parece um pouco diferente... Cortou o cabelo?

Não, não, nada disso... Só estava pensando sobre a vida.

... Entendo bem, todos nós tendemos a fazer isto quando em situações como esta.

Você, pelo contrário, está meio acabado... Quando te vi de perto da última vez, você não tinha fios brancos na cabeça... Nem me lembro de tantas olheiras. Notou ao observar melhor a face do superior, que apesar de ter envelhecido um pouco, não deixava de carregar traços bem definidos, ainda que de maneira austera.

Fardos de Batalha (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora