- O que foi filhote de cruz credo? – digo seca.
- Podemos conversar? – ele disse.
- Deveríamos? – eu digo.
- Sim. – ele diz.
- Não deveríamos, não! – eu falo e saio andando ele segura meu braço.
- Por favor, uma conversa. – ele quase implora.
- Me dê um motivo, pra conversar com você. – eu falo cruzando os braços.
- Você me ama. – ele disse.
- Me deixa. – eu digo seca.
- Heloíse, vamos ser civilizados é uma conversa e não um convite pra te comer. – ele perdeu a paciência.
- Eu não quero falar com você, civilizado ou não civilizado, você não é nem louco de pedir pra me comer. – eu reviro os olhos.
- Deixa eu te comer? – ele faz piada.
- Vai se ferrar. – eu quase gritei, ele me arrastou até o meu quarto, e me jogou na parede.
-Sai daqui. – eu gritei.
- Me ouve. – ele disse.
- Eu vou gritar. – eu disse.
- Eu te beijo. – ele disse.
- Pierre, sai daqui. – eu disse.
- Eu passei todo esse tempo pensando em você, todo esse tempo querendo te ter ao meu lado, eu chorei por você uma semana seguida porque eu te amava e ainda te amo, só estou namorando pra curar minha carência, mas eu te amo!- ele disse deixando suas lágrimas, caírem.
- Você me parece feliz. – dou de ombros.
- Porra, eu não estou feliz, você não está vendo?- ele disse apontando pros seus olhos que caiam lágrimas.
- Eu só vejo lágrimas. – eu disse.
- Qual é o teu problema? – ele disse tirando suas mãos da parede.
- Eu é que pergunto, qual é o teu problema. Uma hora você está feliz com a outra, outra hora você está triste porque sente minha falta, uma hora você é todo fofo, outra caramba, você parece um gelo de tão frio. O que quer fazer comigo, o que quer de mim? – eu disse segurando as lágrimas.
- O teu coração!- ele diz.
- O meu coração você já tem, por pouco tempo. – eu digo fria.
- Porque, seu coração vai ser de outro? – ele disse.
- Todos nós temos a chance de tentar ser feliz outra vez. – eu digo
- Mas eu sou a sua felicidade, você é a minha felicidade Heloíse. – ele fala.
- Você não é a minha felicidade, Pierre. – digo de cabeça baixa.
- Olha nos meus olhos e diga que eu não sou a tua felicidade e vice-versa. – ele me faz encará-lo.
- Você não é a minha felicidade, Pierre. – eu minto.
- Mentirosa!- ele diz.
- Faz sentido. – eu digo.
- Sabe o que acontece?Acontece é que estou cansada Pierre. – eu digo.
- Cansada, do quê? – ele pergunta.
- Cansada de eu te dar o meu amor e você simplesmente joga-lo no lixo, cansada de receber juras, promessas que saem da sua boca e você não cumprir nenhuma, uma hora é que você vai voltar e vamos ser felizes para sempre e o que acontece?Você não volta você me engana, me deixa sofrendo ai quando resolve voltar, tem uma namorada. Acha que eu sou uma criança?Eu tenho quase vinte anos nas costas Pierre e sei o que é certo e o que é errado, e se tem uma coisa que eu não faço , são promessas! Eu estou cansada de você vir, dizer que me ama me fazer acreditar olha que você consegue fazer a idiota aqui acreditar e voltar pra outra, ir com ela, sério Pierre isso cansa, mas eu não acredito mais, eu cansei de dar chances e nunca ser valorizada. – eu tentei sair dali, e ele segurou meu rosto.
- Me perdoa. – ele diz.
- Nosso assunto, é Paige apenas. – eu disse ,passei por debaixo de seu braço e saí andando, deixando-o sozinho.
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A garota do 169
RomanceCom a perda repentina dos pais em um acidente de ônibus quando tinha apenas dez anos de idade, Heloíse ou Helô como gosta de ser chamada teve que aprender com muita força de vontade a se virar sozinha. Com um grau de desastre aflorado, Helô era do...