Capitulo Vinte e Três - Parte I

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           De repente, chove sobre nós.

Por: Pierre.

 . Hoje era pra ser o dia mais feliz da minha vida, o dia que a mulher que eu amo e minha filha vem pra Brasília, mas não me sinto inseguro, me sinto um mentiroso por não contar a verdadeira verdade, essas horas ela deveria estar desembarcando e o pior, não teria ninguém pra buscá-la naquele aeroporto, queria ligar mandar mil mensagens de amor dizendo que eu já sabia de tudo e que só fiz isso pro nosso bem, pra sermos felizes ela nunca me perdoaria, eu acho. Viro de um lado pro outro na cama, checo o relógio umas três ou quatro vezes, ando de um lado pro outro, fito o teto e resolvo dar uma volta pelas redondezas do aeroporto, se eu a visse jogaria uma desculpa. Visto uma bermuda xadrez e uma blusa simples preta de manga, pego meus óculos de sol, arrepio o cabelo pego a carteira às chaves do meu carro, meu celular e saio sem olhar pra trás, quando vejo já estou chegando ao aeroporto com o único pensamento.

- Você vai voltar a ser minha, Heloíse. – eu repetia muitas vezes, estacionei o carro no estacionamento e entro como quem não quisesse nada e com apenas uma corrida de olhos pelo lugar já posso vê-la sentada com Paige em um dos bancos, onde se espera o avião.

- Ir ou não ir, eis a questão... Não quero ser idiota, nem parecer um bobo apaixonado, vai Pierre, força na peruca solta a bicha louca que habita em ti. – eu digo baixinho e continuo andando, o que era pra ser no máximo dez passos, se tornam quase quinze, parecíamos tão perto... Chego e Paige me olha sorrindo, Helô não havia percebido que eu estava lá.

- Pa.. pa – Paige dizia e eu sorri.

- Papai não está aqui, princesa. – ela diz folheando uma revista que tinha vários hotéis da cidade e tudo que tinha direito.

- Oi, Helô. – eu digo com a voz um pouco grossa, pude vê-la desconcertada.

- Pierre? – ela pergunta.

- Em vida, pra você. – eu digo.

- O que veio fazer aqui? – pergunta ela.

- Um amigo meu vai desembarcar daqui uma hora mais ou menos e vim esperá-lo. – falo.

- Tão cedo? – pergunta ela.

- Sim, odeio atrasos. – eu sorrio e me sento, como se fosse convidado. – E você, o que faz aqui? – pergunto e ela fica em choque, até que resolve dizer.

- Vou me mudar, pra cá. - ela diz.

- Sério? – falo como não soubesse de nada.

- Aham. – ela diz.

- Que bom, não ficarei longe de Paige. – eu digo.

- Verdade. – ela sorri fraca e volta à atenção pra revista que folheava.

- Hei. – ela me olha.

- Sim? – pergunto amigável.

- Sabe onde fica o hotel, Brasilian?- perguntou.

- Claro que sei, por quê? – ela diz.

- Vou pra lá, ficar hospedada até dar um jeito na minha vida. – ela diz.

- Sem necessidade disso, você pode ir pra minha casa. – eu falo sorrindo.

- Está louco?- ela pergunta.

- Não, é que tipo minha casa é muito grande e no fundo tem uma casa vazia, se quiser pode morar lá. – eu falo atencioso.

- Não obrigada, vou pro hotel me passa o endereço?- ela diz.

- Eu te levo lá, posso pelo menos? – falo.

- Melhor não, Pierre sua namorada não vai gostar de saber que você está andando com a mãe da sua filha, no carro. – ela fala.

-Esqueça ela, pelo menos você pode ir conhecendo o caminho e gravando assim quando sair de casa, não se perder. – eu falo.

- É, você tem razão mas quero que saiba que não quero ser o foco do relacionamento de ninguém está ouvindo? – ela diz.

- Queria que soubesse que você é o foco do meu coração. – eu falo, puta que pariu!

- Oi? – ela diz sem entender.

- Não, nada bobeira, bom posso te levar? – pergunto desviando o assunto.

- Sim. – ela diz e me acompanha, fomos conversando poucas coisas, respostas curtas e outras super longas, logo chegamos ela conseguiu um quarto que não era muito grande ainda preferia que ela fosse pra minha casa, ela me contou que ia fazer uma entrevista de emprego e estava torcendo pra que tudo desse certo, ela nem sabe que o dono dessa empresa, é meu pai. Cuide de Paige enquanto ela arrumava as coisas em um guarda-roupa que tinha lá, quando ela acabou eu fui embora, me despedi com um beijo no rosto e disse que voltaria, ela ficou quieta e pela primeira vez, não brigamos... Meio caminho andado!

A garota do 169Onde histórias criam vida. Descubra agora