. Pierre dormiu aquela noite em casa, estávamos tão felizes, eu estava tão feliz até o meu celular as 03h00min da manhã, tocar.
- Alô. – digo sonolenta.
- Filha?- meu pai diz.
- Pai? – pergunto.
- Sua mãe... – ele diz e eu já começo a derramar lágrimas.
- O que aconteceu com minha mãe? – eu disse, eu já sabia e Pierre acorda.
- Filha, ela morreu. – ele diz chorando do outro lado.
- Onde vocês estão? – pergunto derramando lágrimas inconsoláveis.
- Em casa, ainda... Venha pra cá. – digo.
- Estou indo. – falo e desligo.
. Coloco minhas mãos em meu rosto e disparo a chorar inconsolável, Pierre me abraça por trás.
- Ela morreu Pierre. – eu dizia em meio das lágrimas.
- Eu sinto muito meu amor. – ele disse dando um beijo em meu ombro.
- Ela não podia morrer, ela tinha que ver pelo menos o meu casamento com você, ela não podia, não podia. – eu dizia desesperada, levanto e vou pro banheiro, enfio minha cabeça debaixo da água da pia, que dor... Eu perdi minha mãe, mesmo não convivendo com ela, ter descoberto há pouco tempo, eu a amava, ela me deu a luz mesmo com tudo o que aconteceu... Depois de quase cinco minutos lá dentro e escutando Pierre quase arrancar a porta com socos, resolvo sair, olhos vermelhos e inchados cabelos encharcados de água, sem ânimo coloquei uma roupa qualquer e desci, Pierre veio logo atrás caminhei aos prantos até a casa do meu pai, chegando lá tinha carro de policia e bombeiros. Procuro por meu pai e ele está sentado ao sofá, aos prantos com Caio aproximo-me deles.
- Pai, Caio. – eu digo chorando e o abraço.
- Ela se foi Helô, minha mãe morreu. – Caio dizia.
- Foi melhor. – meu pai se fazia de forte, mas sempre caia as lágrimas.
- Quero vê-la. – eu disse.
- Ela está no quarto, sendo retirada pelos bombeiros. – meu pai diz e eu subo correndo pro quarto, ela ainda não estava posta na maca, estava na cama, me aproximo ela está de olhos fechados, segurando o porta-retrato que tinha a minha foto.
- Mãe, porque a senhora me deixou? – eu peguei em suas mãos, frias. – Me responde mãe, eu te amo tanto... Queria ter aparecido antes pra evitar tamanho sofrimento. – eu dizia a balançando e um dos bombeiros tocou meu ombro.
- Ela está morta moça, não vai conseguir te responder. – ele disse.
- Eu quero a minha mãe de volta moço, eu quero a minha mãe. – eu dizia chorando e Pierre entrou.
- Amor, vamos descer. – ele me segura e eu surto.
- Eu não quero descer, eu quero ficar aqui... É a minha mãe, vocês não podem levá-la de mim, não é a minha mãe ela está viva. – eu chorava, estava completamente fora de mim. Pierre me pegou no colo e desceu comigo, eu me debatia.
- Amor, se acalme. – ele disse.
- Eu quero a minha mãe Pierre, dói perder a mãe pela segunda vez, dói caralho. – eu chorava tanto que minha cabeça já doía.
- Aqui, dê esse remédio pra ela se acalmar. – uma moça vestida de uniforme de bombeiros entrega um comprimido do tamanho médio e um copo de água.
- Amor, tome isso. – ele me entrega.
- Eu não quero tomar nada. – eu soluçava.
- Amor, não complica... Sei que está sendo complicado, eu te amo... Estou aqui. – ele me faz abrir a boca e me dá o remédio, eu tremia.
. Bebi o remédio e depois de quase quinze minutos tudo começou a rodar, um sono bateu e eu dormi ali mesmo.
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A garota do 169
RomanceCom a perda repentina dos pais em um acidente de ônibus quando tinha apenas dez anos de idade, Heloíse ou Helô como gosta de ser chamada teve que aprender com muita força de vontade a se virar sozinha. Com um grau de desastre aflorado, Helô era do...