Por: Helô.
.Juro que quando soube da notícia que Alyssa me deu, de que eu teria que me mudar pra Brasília porque uma suposta rede de supermercado me chamou pra uma entrevista, meu coração bateu mais forte, tipo eu estaria na cidade do amor da minha vida, facilitaria tudo pra ele. Depois que Alyssa saiu do meu quarto, fiquei virando de um lado pro outro pensando em tudo, tudo mesmo. Mil coisas passaram-se na minha cabeça, eu queria ser feliz com ou sem o Pierre, queria poder ter a minha vida de volta, voltar pro colégio, voltar a trabalhar pra poder me manter e manter a cima de tudo, Paige. Levantei e fui pro banheiro ainda com esses pensamentos na minha cabeça, uma parte do meu coração me pedia pra ir, outra parte dizia que era melhor eu ficar aqui e viver a minha vida aqui. Tomei um banho rápido, logo sai coloquei uma roupa simples e fresca fiz um coque no meu cabelo e fui pro quarto de Paige, ela já tinha acordado.
- Bom dia, princesa. – a pego no colo e encho a mesma de beijinhos.
- Ma...ma, ama. – ela dizia.
- Sim, mamãe ama mais que tudo. - esfrego de leve nossos narizes um no outro, ela gruda no meu cabelo. – Paige, não. – digo rindo e ela faz biquinho pra chorar, acho que a assustei, dou um abraço apertado nela e vou encher sua banheira, ela estava cheirando azedo, logo à banheira enche e eu dou um banho nela.
- Bebê da mamãe, você quer que a nós vá pra Brasília? – pergunto como se ela entendesse.
- Pa...pa – ela disse , chamando o pai.
- Quer o papai, bebê? – eu falo com os olhos cheios de lágrimas.
- Pa..pa, ama. – ela diz e dá um sorrisinho.
- É, papai ama. – eu dou um beijinho em seu queixo e termino seu banho, logo desço com ela e Alyssa está no telefone na cozinha, não consigo prestar atenção no assunto, porém quando ela me vê arregala os olhos.
- Você ouviu? – ela olha assustada.
- Não amiga, deveria? – pergunto sem entender e coloco Paige na cadeirinha.
- Não, lógico que não, não teria problemas, mas é que sei lá é feio isso. – ela sorri.
- Eu sei que é, relaxa que eu não ouvi nada. - digo sentando e começo a me servir, ficamos em silêncio por alguns minutos só Paige que dava gritinhos.
- Amiga, já se decidiu? – ela pergunta ansiosa.
- Sim. – eu falo, foi automático.
- E qual é sua resposta? – ela diz.
- Eu vou amiga, talvez seja bom lá não só pra mim, mas pra, Paige também ficar perto do pai, ir à escolinha mais pra frente e tudo. – eu digo.
- Você pensou em você? – ela disse.
- Sim, eu pensei amiga... Eu quero que minha vida volte ao normal,agora com Paige quero estudar, quero trabalhar quero estar cansada chegar de um dia estressante e preparar algo simples pra eu e minha filha comer, entendeu? – eu digo.
- Sim, e Pierre? – ela pergunta.
- Pierre amiga... Pierre é caso a parte, eu vou tirá-lo do meu coração, não aceito mais viver assim não aceito mais sofrer minha única prioridade agora é minha filha, é dela que eu tenho que cuidar e amar com todas as minhas forças sejam elas quais forem. Pierre é meu passado que nunca mais vai se tornar presente. – falo.
- Não cospe pra cima que cai na testa amiga. – ela diz.
- Eu não tenho mais esperanças amiga, posso cuspir quantas vezes que a sorte de ter ele perto de mim é, zero por cento. – eu digo confiante.
- Eu não falo mais nada, quando você vai? – ela pergunta.
- Hoje é terça tenho só até sexta-feira pra ir não é?Então me mudo amanhã. – eu falo.
- Onde vai ficar por enquanto? – ela diz.
- Em um hotel, até eu me estabilizar. – eu falo.
- Nossa, vou sentir tanta sua falta. – ela me abraça.
- Eu também amiga, vou sentir muito sua falta e por favor não vende os moveis do meu quarto e do quarto de Paige, porque se nada der certo lá eu volto correndo, - eu disse rindo.
- Pode ficar tranqüila bobinha. – ela me dá um beijo no rosto.
- Cuida de Paige pra mim, enquanto arrumo nossas malas? – pergunto.
- Claro, posso ir dar uma volta com ela? – pergunta.
- Sim tia coruja. – eu digo entregando Paige pra ela, assim elas saem me deixando sozinha em casa.
. Agora era assim, vida nova, caminho novo... Seja o que Deus quiser.
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A garota do 169
RomansaCom a perda repentina dos pais em um acidente de ônibus quando tinha apenas dez anos de idade, Heloíse ou Helô como gosta de ser chamada teve que aprender com muita força de vontade a se virar sozinha. Com um grau de desastre aflorado, Helô era do...