. Chego em casa e sinto o cheiro de comida vindo de longe, eu agora não tinha mais apenas Paige pra se preocupar, tinha uma família que eu nunca conheci por exatos dezenove anos. Chego à cozinha e Crystal está fazendo o almoço.
- Oi, Crys. – solto Paige no colo e sento-me na cadeira.
- Oi querida, como foi lá? – ela pergunta.
- Não sei falar se foi bom, ou se foi ruim. – respiro fundo.
- Me fala tudo o que aconteceu, quem sabe eu não sei identificar. – ela sorri.
- Crystal eu descobri que sou filha do Guilherme e da dona Roberta, descobri que eles me deixaram com um dia de vida praticamente me deram a dois desconhecidos que é quem eu pensei que fossem meus pais, Antônio e Lúcia e o pior, meus pais de criação me esconderam toda a verdade e se eu morresse ontem eu jamais saberia que sou filha de um motorista e de uma mulher que está prestes a morrer. – digo com os olhos cheios de lágrimas, ela segura minhas mãos e senta-se na cadeira á minha frente.
- Sei que é difícil, mas não acha que foi bom pra você ter descoberto a verdade sobre seu, passado? – ela pergunta.
- Eu não sei ver aquela mulher ali naquela cama, sem cabelos, fraca Crystal me doeu muito, eu passei minha adolescência toda na idéia de que tinha perdido a minha mãe biológica naquele acidente, mas não, ela estava mais viva do que eu e se eu não tivesse vindo pra Brasília, jamais a encontraria. – eu digo fitando o teto.
- Agora que sabe que ela está viva e que seu pai está vivo... O biológico é claro, aproveite o tempo que tem com eles principalmente com a dona Roberta,ela está morrendo como você mesmo disse e eu, sou a prova viva do quanto ela te procurou toda essa vida Helô. – ela diz.
- Estou magoada com meus pais de criação. – abaixo a cabeça.
- Não adianta ter mágoa de morto, eles não irão voltar pra te pedir perdão. – ela diz.
- Insensível. – falo.
- Se eles voltassem, eu sairia correndo e você?- ela descontraiu.
- Eu acertaria as contas primeiro. – falo.
- Olha seus pais atrás de você. – ela diz.
- AAAAAAAAI. – eu dou um pulo e fecho os olhos.
- Certeza que acertaria as contas, desse jeito toda branca? – ela me zoa.
- Sem graça. – digo sorrindo, ela me dá uma água eu realmente, tinha assustado.
. Ficamos conversando o resto do dia, ela me contou sobre os filhos do Guilherme, sobre a vida que eles tiveram ela era muito amiga da família e foi graças a ele que ela conheceu a família Silver , disse também que viveu um grande amor ao lado do senhor Reginaldo e que teve um filho com ele, só que desse filho ela prefere não comentar, eu cheguei a perguntar se era o Pierre e ela disse um não que me deixou um pouco desconfiada, mas preferi não tocar mais nesse assunto por respeito, mas que eu estou curiosa... Estou sim!
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A garota do 169
Roman d'amourCom a perda repentina dos pais em um acidente de ônibus quando tinha apenas dez anos de idade, Heloíse ou Helô como gosta de ser chamada teve que aprender com muita força de vontade a se virar sozinha. Com um grau de desastre aflorado, Helô era do...