Capitulo Vinte e Um - Parte I

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                Chuva de Novembro.

 

Por: Pierre.

 

‘’ Como alguém pode entrar na sua vida e fazer dela vamos se dizer a melhor e a pior? Faz dias que ando chorando me sinto um fraco, um boiola por chorar por uma mulher, sou machista sim compreendo vocês devem estar me odiando agora.

    . Já dentro do avião pra voltar pra Brasília, ouço a música. – Chuva de Novembro, do Projota, comecei a lembrar dela, lembrar do seu beijo, das suas palavras que me machucaram e eu não deixei transparecer, me arrependo tanto de tê-la feito sofrer, estou preocupado pela falta de fome que ela anda sentindo, ontem ela não comeu nem dois pedaços de pizza, se fosse antes quando estávamos juntos ela teria devorado a caixa, sem ver. Tudo faz sentido agora pra mim, talvez eu ainda tenha um crédito para reconquistá-la, eu sei que ela ainda me ama e que não é me gabando, mas vai ser difícil pra ela me tirar de seu coração.

Musica:

Sozinho posso te ver melhor,
Quando se vai o sol,
Procuro o fio do seu cabelo no lençol.

Baixei aquele filme que, ce disse que era bom,
E vi que nada é tão bom
Quando cê não tá aqui.

Um dia sem você é triste,
Uma semana é maldade.
Um mês não existe.
Dou meus pulos, atravesso a cidade.

Junto dinheiro pra financiar a viagem.
Uma bolacha, salgadinho,
2 "refri" e a passagem.

Já era, já fui, me espera amor,
Vo atrasar mais 10 minutos,
Parar pra te comprar uma flor
E tô pronto, na melhor roupa que eu tenho.
Uma rosa na mão esquerda, na outra mão um cartão com desenho.

Correndo pra rodoviária,
O "busão" sai às 9.
Desculpa o cartão molhado,
É que novembro sempre chove à tarde.

E hoje a chuva "tá" bolada,
Já me sentei, fiz minha oração,
Se Deus quiser,
Nem pega nada, vai.

Tô indo sentado,
Vendo as montanha.
Lembrando que quanto mais você me perde,
Mais vezes você me ganha.

E aquela briga ontem foi foda,
Eu não queria te dizer, que eu não queria ter você,
Mas eu queria que você soubesse que eu me importo.
E que eu sinto que essa chuva é o reflexo do estado do meu corpo.

E foi pensando nisso
Que me joguei pra cá.
Pra ver se quando eu te encontrar,
Eu faço essa chuva parar.

Será que isso é possível?
Eu sonhador demais,
Na entranha dor demais,
Essa estranha dor é mais do que saudade.

É como uma necessidade,
De poder ter a certeza que não era verdade,
O que você disse por telefone,
Que tava na hora de eu te provar que podia ser o seu homem.

Que um menino
Que nem pode sustentar um lar,
Nunca seria bom o suficiente
Pra tu casar.

Foi pensando nisso
Que eu entrei nesse "busão",
Mas talvez
Eu seja só um menino com uma rosa na mão.

E eu te ligo no celular,
Te avisando que eu tô indo,
E te pedindo,
Pra ir lá par me esperar,

Mas você,
Que nunca disse que me ama,
Mais uma vez desliga sem dizer
Se arruma e vai pra cama.

Tudo bem,
Dorme bem amor,
Te amo,
Quando acordar passa perfume
Que o seu homem "tá" chegando, vai.

(Me espera, tá? me espera...)

A cada segundo a chuva aumenta,
Nessa poltrona, a cada minuto que eu durmo,
Eu acordo quarenta.

Janela embaçada,
Tampando minha visão.
Eu fecho os olhos
E praticamente sinto sua respiração.

É como o silêncio do meu quarto sem você.
Culpa dessa distância
Que me impede de te ver.

Me impede de provar que te mereço,
E te mostrar que o dinheiro "tá" pouco,
Mas que a alegria não tem preço.

E eu pensando em você nesse momento,
Aproveito o tempo, pra treinar o pedido de casamento.
Depois da briga, acordei cedo,
Peguei toda economia e comprei a aliança em segredo.

Juntei moeda por moeda,
Pra poder "tá" aqui.
Pra mostrar
Que um menino pode te fazer sorrir.

Te sentir mais uma vez,
Sentir por uma vez,
Que achar que eu sou teu sonho
Não é uma insensatez.

Mas pera aí,
Eu ouço um barulho,
Que que "tá" pegando.
A aliança caiu do meu bolso, tudo balançando.

Quem "tá" gritando? Por quê tá girando?
Alguém sabe?
Tento chamar seu nome,
Mas minha boca nem abre.

Barulho de chuva, pneu, escuridão.
Lembrar seu rosto se tornou a última opção.
Agarro forte a rosa na lama.
Menino ou homem você me deixou partir sem dizer que me ama.

Eu não pensei que fosse pra tão longe essa viagem.
Toca o celular é você me mandando mensagem.
Eu preso nas ferragem sem me mexer.
Sei que você me escreveu mas fecho os olhos sem saber o quê....

  . Sinto tanta falta da minha princesa, do seu beijo ela me fazia tão bem como eu consegui jogar toda essa felicidade, essa oportunidade, no lixo?Eu sou um idiota...

       . Quando dei por mim já havia chegado à Brasília e meu pai me esperava no aeroporto, fui ao seu encontro e dei um beijo nele e um abraço, era estranho, mas estávamos mais unidos do que nunca, conversamos um pouco no caminho pra casa e eu disse que queria ficar um pouco sozinho, pra pensar na minha vida em tudo que andou acontecendo, antes de ir ele puxou meu braço e me fez encara-lo.

- Filho. – ele me olha. – Lute por aquilo que te faz bem, e se a Heloíse te faz bem, vá atrás dela. – ele diz, eu dou um sorriso fraco como agradecimento e subo pro meu quarto, me desfaço das minhas roupas e vou pro banheiro tomo um banho rápido e só penso na noite que tive com Heloíse naquela festa de despedida, lembro de como nos conhecemos, lembro de quando recebemos nosso presente, a Paige... Lembro de tudo, todas as cenas passam na minha cabeça com o filme, desde o começo até agora com um pouco de arrependimento e lágrimas, dou com a cabeça na parede.

- Idiota você é um idiota Pierre Silver. – eu dizia aquelas palavras cuspindo, pra mim mesmo. Sai do banheiro com a testa toda vermelha, coloquei só uma cueca e uma bermuda, deitei na minha cama e fiquei mexendo um pouco no facebook, não tinha nada que me interessasse só uma solicitação de amizade que me fez sorrir de orelha a orelha, ela dela Heloíse... Aceitei como um bobo apaixonado e fiquei vendo suas fotos com Paige, com os amigos, ela parecia tão triste nas ultimas fotos tão recentes, olhei no bate-papo e ela estava ali verde, quando fui chamá-la,ela me chamou.

- Hei. – ela diz.

- Oii. – falo.

- Socorro, onde você colocou a galinha pintadinha da Paige, ela não dorme sem aquele treco. – ela fala.

- Na estante, perto do banheiro, haha!- falo.

- Obrigada, tchau.- ela fala.

- Helô?- falo.

- Oi. – ela responde.

- Podemos ser ao menos amigos?Eu não quero viver sempre em pé de guerra, contigo. – respondo.

- Não! Boa noite, estou cansada, fui;* - ela diz e sai.

 - Ótimo, conquistar essa garota chata, como?Jogando a real, quero te namorar casar o mais rápido possível e você ser minha pra sempre?Que saco!- eu digo jogando o notebook um pouco longe de mim, o mouse cai no chão, que se dane, viro pro canto apago as luzes e vejo que ainda está clara por causa daquela tela, abaixo ela com tudo, acho que deve ter quebrado, viro de um lado pro outro e nada quando dá quatro da manhã, pego no sono e sonho com Helô.

A garota do 169Onde histórias criam vida. Descubra agora