Capítulo XXIV

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- Eu e o Wesley eramos amigos desde de pequenos, sabe aqueles amigos de correr na rua e chamar a mãe do outro de tia? - perguntou e eu assenti - Então eramos desse jeito, nos pensávamos que nossa amizade seria eterna ou até mais do que isso, ele começou a andar com uns moleques errado e eu sempre avisei pra ele sair dessa mas ele não me ouvia, ele começou a usar umas drogas mais pesadas mas sobre isso eu não podia falar nada porque eu botava um balão pra subir de vez em quando. Teve um dia que resolvemos fazer uma social em um sítio do meu pai e foi aquela putaria louca. A festa rolou até o início da manhã que foi quando o Wesley se envolveu numa briga com um menor lá, eu não me meti mas fiquei esperto pra não acontecer nenhuma merda mas não adiantou. Quando nos achamos que estava tudo resolvido o Wesley começou a cheirar e o outro cara não estava diferente, foi quando começou uma série de provocações e os amigos do cara resolveu se meter e foram pra cima do Wesley até ai eu estava de fora mas os caras foram na judaria pra cima dele e eu resolvi me meter. Eles tinham uma certa consideração comigo por causa do meu pai - falou tudo de uma vez com um olhar vago.

- Quem é seu pai? - perguntei receosa.

- Sabe o Davi de frente do Final e um dos grandes do Comando? - perguntou rindo fraco.

- É o bonde do Davi - falei cantarolando.

- Então ele é seu sogro - falou simples.

- MEU DEUS! - falei assustada.

- Por causa dessa consideração eles seguraram a onda e pararam a briga, até que a festa acabou e foi todo mundo dormir menos uma pessoa. Quando foi lá para o meio da tarde estava todos dormindo mas o Wesley na onda de se vingar e para se amostrar para os amigos errados ele matou o cara enquanto ele dormia - falou me deixando mais assutada.

- E o que você fez? Porque ele não está preso? - perguntei nervosa.

- Apesar de tudo ele era meu amigo Carol, eu ajudei ele a se livrar do corpo e não podia falar nada para a polícia por causa do meu pai e por minha causa também que estaria preso até hoje - falou se defendendo.

- Qual a parte que acabou a amizade? - perguntei.

- Acabou depois que a gente se livrou do corpo e eu falei que não queria mais assunto com ele por causa de tudo. Eu sou filho de traficante e já botei balão pra subir mas nunca fiz nada de errado, eu só não fiz nada e ajudei porque ele era meu amigo desde de sempre. É por isso que a gente não se fala - falou terminando.

- Nunca pensei que fosse nada dessa tipo - falei pensativa.

- Me desculpa por esconder - falou sorrindo fraco.

- Eu não tenho que te desculpar, fico muito feliz pela confiança na hora de dividir isso comigo e saiba que isso não mudara nada em nosso namoro - falei dando um selinho nele.

- É por isso que eu te amo - falou me abraçando.

- Só por isso? - perguntei me fazendo de ofendida.

- Porque você é gostosa também - falou rindo e me beijou.

- Você nunca quis se envolver não? - perguntei deitando minha cabeça no colo dele.

- Meu pai nunca deixou - falou negando com a cabeça - Quando eu era menor eu ficava direto na boca e as vezes até vendia as coisas mas de onda mesmo - falou explicando.

- Você tem contato com ele? - perguntei e senti ele começar a fazer carinho no meu cabelo.

- Tenho! Tô sempre por lá - falou afirmando.

- Quando alguém ver um moto taxi pensa logo que não tem condições de estudar e arrumar um trabalho melhor, não tô dizendo que entrar para o tráfico é melhor mas porque você não estudou mais? - perguntei interessada estava sendo chata mas eu estava querendo saber mais do meu namorado.

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