Capítulo XXV

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- Como você sabe disso? - perguntou sério.

- Dioguinho eu sempre sei das coisas que acontecem ainda mais se tiver envolvendo você ou sua mãe - falou como se fosse óbvio.

- Ele estava de graça pra cima da minha mulher - falou irritado.

- Já falei pra você evitar confusão - falou em tom de alerta.

- Foi só dessa vez - falou se defendendo.

- E a briga na VK na qual você estava no meio? - perguntou irônico.

- Caralho puxou minha ficha? - perguntou irônico.

- O senhor me desculpa eu me meter mas quem começou a briga foi eu - falei sem graça.

- Eu só tô falando dessas coisas porque sempre tentei evitar de alguém saber quem era o meu filho pra não tentar nada - falou calmo.

- Eu sei pai mas tem coisas que não tem como evitar - falou bufando.

- Ta bom! Olha só vou depositar um dinheiro separado e em janeiro eu quero você matriculado em um curso pré vestibular - falou sério.

- Que? Porque? - perguntou sem entender.

- Diogo eu tenho certeza que você sabe bem o que se faz num curso desses, eu sei que você gosto do seu trabalho e não tô dizendo pra parar só quero que você tenha um futuro melhor do que o meu - falou explicando.

- Vai amor ano que vem eu também tenho que fazer esse curso, a gente pode fazer junto - falei tentando animar o mesmo.

- Ta bom gente - falou sem paciência.

- Você ainda vai me agradecer um dia por eu está querendo um futuro diferente e bem melhor pra você - falou.

- Ta bom pai - falou concordando.

A noite eu e o Diogo ficamos conversando com o pai dele até que eu resolvi ir no banheiro mas na volta eu acabei escutando uma conversa deles.

- Diogo é rápido, você sabe mais do que ninguém que se não fosse necessário eu não iria pedir isso - escutei meu sogro falando e fiquei atenta.

- Eu não sei comandar uma favela! - falou como se fosse óbvio.

- Mas eu preciso ficar um tempo fora e só confio em você pra isso - falou explicando.

- Uma hora me manda estudar e na outra assumir o seu lugar - falou irônico.

- Eu vou tentar achar outra saída se eu não conseguir vou poder contar com você? - perguntou sério.

- Eu não sei, não vou me sentir be com isso! - falou indeciso.

- Eu não me sinto nem um pouco bem em te pedir isso mas não tem jeito - falou.

- E o RD? - perguntou Dioguinho.

- Está resolvendo umas coisas fora, se ele tivesse aqui eu botaria ele no meu lugar - falou explicando.

- Eu posso pensar? - perguntou.

- Pode! Quero que saiba que só estou pedindo porque é necessário no momento mas se você não quiser eu dou o meu jeito meu filho - falou.

- Ta bom! - falou concordando e eu entrei na sala e os mesmo se calaram na hora.

- Nossa minha mãe ligou amor e mandou um beijo pra você - falei disfarçando minha demora já que tinha levado o celular.

- Sua mãe é foda! - falou rindo.

- Eu sei - falei me gabando e eles riram tenso mas riram.

Estava quieta só esperando o pai dele sair para termos uma conversa bem séria. Depois de algum tempo o pai dele saiu e nos fomos para o quarto dele.

- Vou ser bem direta Diogo ou você nega o pedido do seu pai ou me esquece - falei séria e ele se assustou.

- Ué não foi você que disse que estaria comigo sempre? Não está cumprindo! - falou irônico.

- Uma coisa é eu me envolver com você sabendo que você é bandido e se precisar ficar do seu lado em qualquer lugar, outra bem diferente é você agora sem motivo nenhum querer virar um traficante - falei irritada.

- Como eu vou negar um pedido para o cara que sempre fez tudo por mim? Ele nunca quis me meter no meio e eu nunca quis só que o negócio está feio Carolina - falou nervoso se explicando.

- E só por isso você tem que se fuder? Nesse "pequeno tempo" você pode ser preso até ai tudo bem mas você pode ser MORTO - falei gritando no final.

- É a vida do meu pai! - falou seco.

- É a vida dele eu sei, só que ele poderia muito bem fugir é uma opção ele mesmo falou ou até botar uma outra pessoa de confiança mas entregar a cabeça do filho de bandeja - falei incrédula no final.

- Me apoia uma vez Carolina? - falou alto.

- Te apoiar? Você não está pedindo apoio para um trabalho ou uma besteira qualquer o "apoio" que você quer é pra se afundar. Se sabe muito bem que pode não ter volta. Eu não posso te apoiar em uma coisa que você tem possibilidade de sair morto - falei e já caia algumas lágrimas.

- Você acha que eu quero? Não quero! Mas ele é o meu pai Carol e eu sei que é última opção dele, sempre quando eu precisei ele estava ali. Eu não posso virar as costas pra ele - falou sentando e colocando as mãos na cabeça.

- Eu não posso te perder Diogo - falei me ajoelhando na sua frente e tirando as mãos do rosto dele.

- Não vai perder! - escutamos uma voz e viramos assustados.

Quando nos viramos assustados demos de cara com o pai dele escorado na porta.

- Eu sinceramente não sei aonde estava com a cabeça em pedir pra você assumir o meu lugar - começou falando sério - Eu não criei você pra isso, não criei pra ter o mesmo futuro. Sempre fiz de tudo pra você ser diferente e eu consegui, fico feliz em saber que você arrumou uma mulher com a cabeça no lugar porque se fosse essas daqui iria querer logo que você fosse o dono do morro - falou rindo fraco.

- Eu não sei se vou conseguir - Diogo falou derrotado.

- Fico feliz por não conseguir, eu já conversei com o RD e ele vai voltar mais cedo - falou explicando.

- Desculpa mesmo pai, eu sou uma vergonha! - falou afirmando.

- Diogo não fala isso amor - falei sentando ao lado dele.

- Não é vergonha, você é tudo aquilo que eu tinha que ser - falou o pai dele sorrindo fraco.

- Você é uma pessoa muita boa Diogo, humilde, trabalhador, divertido e gostoso claro - falei fazendo eles rirem.

- Só vou te pedir pra não contar para sua mãe se não ela enlouquece - falou e o Diogo riu.

- Ela vai botar sua tropa no chão se descobrir - falou Diogo afirmando.

- Pior que é! - falou concordando.

- É eu queria pedir desculpas por me meter nas escolhas de vocês - falei com vergonha.

- Foi bom você ter tido essa conversa com ele e eu ter escutado, eu estava cego quando fiz esse pedido - falou meu sogro.

- Tem nada não morena, você é minha mulher tem direito de falar tudo da minha vida - falou me beijando sem da chance deu responder.

- Eu posso ser fora da lei e moderno mas não quero ver meu filho transando - falou rindo e saiu.

- Diogo que vergonha - falei sem graça quando o pai dele saiu.

- Ele falou brincando amor - falou rindo.

- Mesmo assim, que vergonha! - falei negando com a cabeça.

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