Capítulo XLI

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Acordei um pouco tarde e me sentei na cama ainda meio desnorteado por causa do sono, quando eu olhei pra trás não achei a Carolina na cama e logo imaginei que ela estava no banheiro. Abaxei minha cabeça e o sono estava quase voltando quando escuto uma coisa bem sem sentido.

- Diogo, você me acha uma vagabunda? - perguntou do nada assim que abriu a porta do banheiro

- Que? Claro que não! Da onde tirou isso? - pergunto sem entender

- Meu pai falou ontem e isso ficou na minha cabeça - falou chateada

- O nome disso é hipocrisia! E dai que você deu? Você transou com seu namorado e não com um desconhecido, você não arrumou um filho sem ao menos saber quem é o pai. O seus pais estavão com raiva até ai eu entendo mas não justifica as coisas que eles falaram - falei explicando

- Eu já imaginava que a reação deles seria assim - falou me olhando

- Carol como eu já disse eu entendo a raiva deles mas eles sabiam que nossa vida sexual era bem ativa, a partir do momento que permitiam um dormir na casa do outro eles já assumiam o risco dai. Eu achei super errado o modo que eles falaram, não tô dizendo que era pra eles passarem a mão na sua cabeça mas também não precisava disso tudo - terminei de falar olhando pra ela

- O foda foi isso sabe, eu não me importaria de ouvir essas coisas dos outros mas dos meus próprios pais foi demais. Eu não consigo olhar pra cara deles e nem vou conseguir tão cedo - falou séria

- Entendo. Mas um dia vocês vão ter que se acertar, um dia eles vão se tocar e virão atrás de você, agora eu só quero que você fique de boa na medida do possível. Sério tô super preocupado com você e com o bebê - falei suspirando - Ta sentindo alguma coisa? - perguntei sério

- Só dor de cabeça mas eu já tomei um remédio - falou se deitando de novo

- E pode? - perguntei interessado

- O que? - perguntou sem entender

- O remédio! Não vai fazer mal não? - perguntei explicando

- Vai não - falou sorrindo - Tô sem casa agora Diogo - falou séria do nada

- Você vai ficar aqui comigo e mais pra frente vemos uma casa pra gente - falo normalmente

- Será que sua mãe vai aceitar? - perguntou receosa

- Ela até que está feliz com o fato ser avó, mas depois vamos conversar com ela - falo contando

- Pelo menos uma avó presente o bebê vai ter - falou baixo

- Ei fica assim não - falo abraçando ela

- Carol Narrando -

Depois que o Diogo saiu pra trabalhar eu dormi de novo e acordei um pouco mais tarde meio zonza, me levantei e fui apoiando nas paredes até a cozinha e quando fui ficando com as vistas meio escura minha sogra me segurou.

- Ei cuidado - falou me segurando e me sentando na cadeira - Ta sentindo alguma coisa? - perguntou preocupada e me dando um copo de água

- Tô meio zonza, desnorteada e como de costume enjoada - falo bebendo a água

- Qual foi a última vez que você comeu? - perguntou séria

- Foi ontem de tarde quando saí com o Dioguinho - falo me lembrando

- Menina você é doida?! Tem que se alimentar direito por causa do bebê e por causa de você também - falou em tom de bronca mas calma - Vou já arrumar uma comida pra você e trate de comer tudo - falou indo em direção ao fogão

- Não precisa se preocupar dona Cátia eu consigo me virar - falo olhando pra ela

- Eu me preocupo com você - falou de forma leve e começou a arrumar a comida

- Pensei que a senhora não gostasse de mim - falo baixo

- Na verdade eu sempre tive implicância com você porque eu via o jeito como meu filho te olhava, sabia que quando vocês começassem algo seria para sempre. Apesar dos acasos do destino vocês foram feitos um para o outro, sei que é clichê falar isso mas é verdade. Você é diferente dessas meninas que ele namorou ou andou, por mais que me doa dizer isso você é a nora que eu sempre pedi - falou enquanto arrumava minha comida - Mas claro que ele sempre vai ser o meu bebê - terminou sorrindo e colocou o prato na minha frente - Agora coma tudinho que eu quero você e nosso bebê bem alimentados - falou se sentando na minha frente

- Sabe é legal saber que a senhora me apoia e principalmente apoia o Diogo, eu esperava que decepcionaria meus pais mas nunca pensei em ouvir aquelas palavras. Se fossem outras pessoas eu nem ligaria mas foram meu pais - falo olhando pra ela e começo a comer

- Carol eu também fui mãe nova, mas nova que você aliás e no início foi bem difícil porque meus pais não aceitaram e principalmente por ser filho do Davi. Eles no início implicaram com o meu namoro porque ele já era do movimento na época mas com o tempo aceitaram, só que eles caíram matando quando eu descobri a gravidez e a reação foi bem tensa ainda mais por conta do Davi mas depois de um tempo eles aceitaram. Ficavam meio receosos mas quando o Diogo nasceu e eles viram aquela coisa gordinha se apaixonaram e nunca mais falaram nada, ainda pediram desculpas pelas coisas que me falaram - falava me contando e eu prestava atenção enquanto comia - Eu sei que é difícil mas escuta um conselho de quem passou por isso, eles vão voltar atrás e tudo vai se acertar. Eu não tô dizendo que eles estão certos e vocês errados mas cada um reage de um jeito, o tempo Carolina é o senhor da razão - terminou de falar e bebeu um pouco de água

- A senhora tem razão sabe, não vai adiantar eu ficar remoendo tudo que eles me falaram até porque não vai me levar a nada. Quando eles me procurem eu estarei aberta para uma conversa definitiva seja ela positiva ou negativa - falo com certeza

- É assim que tem que ser, eu tenho certeza no final tudo vai da certo pra todo mundo - falou sorrindo

- Espero de verdade que sim - falo concordando e termino de comer

- Família cheguei! - estamos a voz do Diogo entrando em casa - Família nem me esperou pra comer - fala reclamando o que faz eu e minha sogra rir

- Pra começar fala baixo que não tem ninguém surdo aqui - minha sogra começou a falar - E outra só a Carol comeu porque estava zonza de fome tadinha, muito tempo sem comer faz mal - falou explicando

- Me sinto menos excluído assim - fala se sentando ao meu lado e colocando a mão na minha perna

- Deixa de ser dramático - falou minha sogra rindo - Vai querer comer agora? - perguntou

- Pô vou sim - falou passando a mão na barriga e ela se levantou indo para o fogão

- Ta melhor? - perguntou baixo me olhando

- Tô sim e aliás tive uma conversa com sua mãe que me ajudou muito a melhorar - falo sorrindo

- Fico feliz - falou beijando minha têmpora

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