O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga é uma, se não a mais importante das áreas de preservação de São Paulo. O local contém algumas instituições como o Jardim Zoológico de São Paulo e o Jardim Botânico, entre outras instalações referentes à preservação ambiental.
Ao descer do ônibus em frente aos portões das instalações de pesquisa, Miranda viu-se cercada por altas palmeiras, um jardim verde e bem cuidado e muitas outras árvores e plantas exuberantes. Um calor infernal parecia cobrir toda a região como em uma enorme estufa natural, o céu estava tão azul e límpido quanto uma joia brilhante e o sol ardia, tostando o couro cabeludo e fazendo Miranda desejar ter trago um boné consigo. Carregava o estojo com Tenshi nas costas, e o couro preto fervia como uma frigideira ao fogo.
–Nossos convidados já chegaram. –Comentou Luna, vindo logo atrás. Usava um vestido solto de cor clara e um chapéu para se proteger do sol. Com certeza foi uma escolha mais inteligente do que o conjunto preto e sufocante de Miranda, que vestia jeans rasgados e uma de suas camisas de banda. Parados em frente aos portões do parque, conversando casualmente, estavam Alexandre e um outro rapaz.
–Eu disse que eram confiáveis.
–Isso nós vamos descobrir.
Alex acenou amigavelmente ao avistar Miranda. Usava jeans rasgados, como ela, uma camiseta verde com estampa de leão e o mesmo cachecol marrom e preto de antes, apesar do calor. Já o rapaz ao lado usava um traje esportivo casual e era tão bonito quanto Alexandre. Tinha a pele bronzeada e a barba bem aparada, parecendo um artista ou jovem empresário de sucesso, apesar da idade.
–Fala, Anjo Negro. –Cumprimentou Miranda. –Fiquei surpreso com seu convite. Mas, como pode ver, consegui fazer com que viesse. –Puxou seu companheiro pelos ombros, o colocando entre ele e Miranda. –Este é o Antônio, meu namorado.
–Já disse para não me apresentar desse jeito. –Disse Antônio, libertando-se dos braços de Alex. –Então, você é a garota que o Ale salvou. Interessante. –Olhou para Luna, já que ela também parecia interessada nele. –E essa é...?
–Sou Luna. É um prazer. –Estendeu a mão com um sorriso amigável. Antônio aceitou o cumprimento.
–Ok, agora que todos se conhecem, gostaria de perguntar: o que estamos fazendo aqui? –Questionou Alex.
–Por que não conversamos enquanto andamos? –Sugeriu Luna, tomando a iniciativa e passando o grupo.
Miranda sorriu para os dois rapazes, sem muito saber como reagir, decidindo seguir a amiga. Passaram pelas roletas após pagarem a entrada, sendo recebidos amigavelmente pelos vigias e funcionários, e então adentraram nos domínios do Jardim Botânico.
–Miranda disse que vocês têm interesse em juntarem-se a nós.
–Interesse sempre existe. –Disse Antônio. –Contudo, nós deveríamos fazer algo do gênero?
Cruzaram parte do parque através de calçadas e pontes de madeira. Muitos avisos e placas contavam mais sobre o local, sua fundação e as espécies que ali eram preservadas. Os prédios, alguns mais parecidos com residências do que outros, serviam a diversos propósitos. Alguns deviam ser de pesquisa. Já outros, para guardar amostras e algumas obras, funcionando num sistema de museu.
–Não ligue para esse jeito dele. –Cochichou Alex para Miranda, que andava ao seu lado. –Ele age dessa forma, mas é um doce por dentro.
Por alguma razão que ambos ainda não haviam descoberto, Antônio desconfiava demasiadamente de Luna, como se soubesse ou suspeitasse de algo acerca dela.
–Dá para notar. –Brincou ela. –Escuta, não está com calor usando essa coisa?
Apontou para o cachecol, que remexeu-se de forma estranha na direção dela. Dois olhos pretos e um pequeno focinho branco surgiram entre as fibras de pelos, encarando Miranda de forma acusativa.
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O Ballet da Garota Mágica
Fantasy"𝙎𝙚𝙧 𝙪𝙢𝙖 𝙂𝙖𝙧𝙤𝙩𝙖 𝙈𝙖́𝙜𝙞𝙘𝙖 𝙚́ 𝙘𝙤𝙢𝙤 𝙖𝙥𝙧𝙚𝙣𝙙𝙚𝙧 𝙗𝙖𝙡𝙚́: 𝙧𝙚𝙦𝙪𝙚𝙧 𝙥𝙚𝙧𝙨𝙚𝙫𝙚𝙧𝙖𝙣𝙘̧𝙖, 𝙙𝙞𝙨𝙘𝙞𝙥𝙡𝙞𝙣𝙖, 𝙛𝙤𝙘𝙤 𝙚, 𝙥𝙧𝙞𝙣𝙘𝙞𝙥𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚, 𝙩𝙧𝙚𝙞𝙣𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤". Abordando a mitologia e o folclore j...