Epílogo: O Prelúdio da Ópera

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O voo da Inglaterra com destino ao Brasil durou por volta de doze horas, o que costumava ser acima da média, mas Emilly estava tão empolgada que não se importava com nada além do fato de estar quase chegando ao seu destino. Ouvira falar muito sobre o Brasil através de sua mãe e agora finalmente ia passar uma temporada no país como estudante de intercâmbio.

O piloto informou sobre a descida no Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, pedindo respeitosamente que todos colocassem seus cintos de segurança e aguardassem a turbulência passar. Disse tudo duas vezes, tanto em português quanto em inglês, e ambas foram plenamente entendidas por ela que era fluente nos dois idiomas desde pequena.

Pousaram com um solavanco e um baque de borracha raspando em asfalto e Emilly sentiu como se seu estômago estivesse na garganta durante um segundo. Foi uma das primeiras a sair do avião, pegando sua mochila e seu estojo de violino e rumando diretamente para o terminal de malas, aguardando ansiosamente a chegada de seus pertences.

A primeira a aparecer foi uma mala gorda e recheada com todas as roupas que iria precisar. Sabia que o inverno estava chegando naquele hemisfério e viera preparada com seus melhores casacos e calças de frio. Não correria nenhum risco de ficar doente nem que fosse um dia sequer.

–Don't you think it's too much for a six-month trip, Ojou-sama? –Ouviu uma voz perguntar em sua mente.

–Em português, Kanade, por favor. –Emilly repreendeu seu Tsukumogami. –Agora estamos no Brasil, entendeu?

–Como desejar, Ojou-sama. Pois, por que trouxestes tantas vestimentas se passará tão pouco tempo neste lugar?

–A resposta é simples. –Disse. –Por que não?

Emilly abriu um sorriso zombeteiro, jogando os cabelos ruivos encaracolados para trás e saltando ao ver sua segunda mala vindo na esteira rolante. Apanhou a mala com rodinhas vazia, rompeu o lacre de segurança, depositou seu estojo dentro e voltou a fechá-la. Precisava imediatamente encontrar seus avós no terminal do aeroporto e já havia perdido muito tempo.

Avistou as duas figuras mais velhas próximos a saída e correu para abraçá-los com força. Era a primeira vez que os via pessoalmente. O casal de idosos levaram-na até o carro e de lá rumaram para São Paulo, onde enfim sua temporada de intercâmbio começaria de fato, de várias maneiras diferentes.

–Sentiu isso, Kanade?–Perguntou ao instrumento assim que começaram a adentrar a cidade. Emilly abriua janela, sentindo o cheiro forte de magia no ar. –Hoje à noite, para comemorarnossa chegada ao Brasil, vamos caçar alguns Ayakashis pela cidade!

O Ballet da Garota MágicaOnde histórias criam vida. Descubra agora