Luna serviu chá para sua não tão desejada convidada. A garota provou da bebida sem nem hesitar. Não havia por que desconfiar que estivesse envenenada. Dessa forma, Luna sentou-se junto à mesa, lançando um olhar irritado na direção da Rainha dos Mortos, que usava uma camisa preta com uma caveira vermelha estampada, shorts rasgados e tinha o cabelo curto atravessado por uma trança.
–É muita cara de pau sua aparecer aqui depois de tanto tempo, Larissa.
Sem se exaltar, Larissa pôs sua xícara sobre o pires.
–Não posso rever uma velha amiga?
–Amiga? –Os olhos de Luna brilharam como os de um réptil. –Você me traiu! Matou todos aqueles que confiaram em você!
–Salvei a sua vida.
Um punho acertou o tampo da mesa, fazendo todo o jogo de chá tremer violentamente. Tentando segurar os ânimos e manter a postura, Luna encarou a garota do outro lado da mesa.
–Por que está aqui? –Disse, a voz falhando. –Quer despedaçar meu coração ainda mais? É isso? Já não basta o que fez?
–Sabe que essa nunca foi a intenção. Eu só queria proteger você.
–O inferno está cheio de boas intenções, Rainha dos Mortos. Ou será que já se esqueceu após passar tanto tempo por lá?
–Cometi erros, é verdade. Não posso desfazer o passado. –Tomou o restante de seu chá, pondo o jogo de lado. –Mas, se tivesse que fazer de novo, eu faria. Pelo meu Clã. –Estendeu a mão por cima da mesa, tocando a de Luna. –E por você.
Luna a afastou com um tapa, erguendo-se de sua cadeira num salto. Encarou Larissa e sua cara de espanto enquanto invocava Amandy e apontava sua lança em direção ao rosto da garota.
–Poderia matá-la agora mesmo. Esconder seu corpo nas profundezas do Takamagahara. Ninguém nunca iria saber.
–Tem razão. –Larissa levantou-se também, encarando tanto o aço envenenado quanto o olhar abalado de Luna. –Pena que sou imune ao veneno da sua lagartixa, não é? Você é patética, Luna. Ainda age como se fosse superior, mesmo que só esteja viva graças a mim, que permiti que vivesse escondida em meu território. Mas não se engane: Sei que planeja participar do próximo Reisai, assim como também sei que o Anjo Negro ressurgiu.
Luna hesitou.
–Ela é só uma Novata. Não sabe de nada ainda.
–Ainda não, mas vai saber. E quando souber, será a nossa ruína. Sabe disso. Ouviu as histórias da Sacerdotisa.
Luna respirou fundo, tentando acalmar-se o máximo possível.
–Muito bem. E o que quer que eu faça?
–Quero que fique de olho nela. Não deixe que a profecia daquela velha seja cumprida, seja ela qual for. Se não for capaz disso, darei permissão para que as Shinigami façam o que querem com ela, e sei que não é isso o que quer.
–Então foi isso. Imaginei que pudesse ter um dedo seu.
–Pelo contrário. Eu as repreendi pelo que fizeram. Nós, Garotas Mágicas, somos uma espécie em extinção. Precisamos nos cuidar. Nos preservar acima de tudo.
–Enquanto houver youkais, haverá Garotas Mágicas para combatê-los. Essa foi a regra pelos últimos cem anos.
Larissa deu um sorriso nervoso para Luna.
–Faz muito tempo que você não participa de um Reisai, não é? –Balançou a cabeça. –Não, não tem como saber.
–Saber o quê?
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O Ballet da Garota Mágica
Fantasia"𝙎𝙚𝙧 𝙪𝙢𝙖 𝙂𝙖𝙧𝙤𝙩𝙖 𝙈𝙖́𝙜𝙞𝙘𝙖 𝙚́ 𝙘𝙤𝙢𝙤 𝙖𝙥𝙧𝙚𝙣𝙙𝙚𝙧 𝙗𝙖𝙡𝙚́: 𝙧𝙚𝙦𝙪𝙚𝙧 𝙥𝙚𝙧𝙨𝙚𝙫𝙚𝙧𝙖𝙣𝙘̧𝙖, 𝙙𝙞𝙨𝙘𝙞𝙥𝙡𝙞𝙣𝙖, 𝙛𝙤𝙘𝙤 𝙚, 𝙥𝙧𝙞𝙣𝙘𝙞𝙥𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚, 𝙩𝙧𝙚𝙞𝙣𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤". Abordando a mitologia e o folclore j...