No suave soar das abstrações mentais

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A mão trêmula errante
Traça linhas estimulantes
A mudar de instante em instante
Em uma clareza abstrata.

No assomar da figura
Vê-se na expectativa ruptura
O segredo de uma gravura
Disfarçada em palavras soltas.

Cérebro Picasso
Não criativo no traço
Sim de cada passo um sapato
Na sua rotina imprevisível.

De cor a aquarela
Dando vida a olhadela
A chama a vela
Iluminando da mente o escuro.

Do vazio a visão de espaço
Apesar de não ser escasso
Ainda dá o cansaço
De não ver as arestas da parede.

Palavras avoadas
Rápidas e desordenadas
A correr pelas estradas não desenhadas
A convergir nas incompreensões sensoriais.

Da inspiração o ar da cor azul
Transpassa paz que usufruo
Com serenidade retribuo
Sem o vermelho duro.

Junção lida mas não vista
O entendimento que se quiçá
Entra na espera da lista
Esperando a voz sentido entregar.

O vento passa
Uma brisa caça
Cria até desgraça.

Nela olhos não veem graça
Ofuscados sem ter fumaça
Dificulta a refração da vidraça
A clareza abstrata.

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora