Poema Guiado

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Lembro de ouvir uma voz calma a pouco,
Ela discorria versos ensaiados,
Tentava exalar otimismo em seu discurso,
Enquanto na verdade transpassava frieza.

Sua tonalidade parecia a de um robô,
Talvez alguém chame de tom calmo,
Mas era de uma frieza mórbida e sombria,
Uma da qual traz a mim sensações ruins.

Essa voz era sádica demais,
Suas frases alegres se transmutavam,
Da água ao vinho,
Como uma psicótica aparência.

Não sei muito bem o porque,
Apenas ressoava incomoda para mim,
Lembrava a voz mais profunda do meu ser,
Aquela voz escondida no vazio da alma.

Ela guiava em sentido contrário,
Incitava o desconforto,
Parecia totalmente entretida,
Como se caminhasse para seu auto.

Quem sabe diga alguma coisa,
Talvez signifique algo,
Ouvir o mal onde não tem,
Pode ser um sinal de que ela volta,
A mais donzela e vadia,
A morte literal e figurativa.

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora