Espetáculo dos desvairados

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Recorre exatamente agora
Uma doce sensação a ficar na memória
Esse delicado pensamento aqui feito
Gera uma apresentação tão carregada.

É clássico como tudo começa, piano
É emocionante como cresce, mezzo
É eufórico como se transforma, forte
É impactante como termina, pianíssimo.

Agora entro no lugar de espectador,
Mas ainda assim sou apresentador,
Claramente já sabe do que se trata...
Dor.

Estou sempre a alternar as obras,
Seremos sempre melancólicos
Mas ainda assim tocarei o fino,
O fino som da alegria.

Tem de ter muito talento envolvido,
Para por aqui não passar despercebido
Tocar e ainda assim ser ouvido
Se trata de convencer eu de eu mesmo.

Uma hora tendo o público atento
Não haverá uma desavença sequer
Enquanto ainda estiver firme
Até que eu falhe, tropece.

É aí que começa outra apresentação,
Repleta de caos e de movimentos
Um verdadeiro bate boca sem retorno
Apenas um conversar com os cotovelos.

Todos que aqui estão tocam uma música,
Mas quando um toca por cima do outro
Abre-se o espetáculo dos desvairados
Onde os sentimentos se contrapõem.

Talvez ouça de um lado a Extravagância
Enquanto do outro ouve O sino
Ressalta a Dança macabra
Ainda Sobre a natureza da luz do dia.

A verdade é que todos juntos em dissonância
Tocam a Trilha do Diabo,
Sem nem perceber que de novo
Outro vai fazer seu solo...

E de novo acontece,
Todos cessam,
E eu toco,
Sentado sob a luz prateada.

Ainda é o mesmo espetáculo,
Na verdade sempre foi apenas um
Com seus momentos melódicos
Com seus desvairados "harmônicos".

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora