No açoitar

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Hesito em seguir esses meus impulsos
Receio em me entregar aos desejos
Que não são esses gracejos
E sim incoformidades que rejeito.

Quebro neste exato momento
O receio que tenho aqui dentro
E venho deixando lento
Para não falar nada desatento.

O meu ativo na verdade é inerte
Dito isso de outros olhos solertes
Que desse meio agreste
Faz com que meu mais alto eu conteste.

Uma breve visão do presente
Chega a ser eloquente
Para aqueles serventes
Que declamações curtas aceitam precipitadamente.

Palavras incontestáveis
Pela ausência indubitável
Do réu miserável
Que já foram um dia com ele afável.

De que adianta agora a defesa
Se já se foram os jogadores dessa mesa
Que com o correr da correnteza
Realizaram tal bruteza.

Indignos, covardes
Que mesmo agora tarde
Causam ainda mais alarde
Sem dar satisfações que os impulsos retarde.

Não terá de mim o prazer da queda
Que apesar de não ser pago na mesma moeda
Não conseguira fazer contra mim a veda
E se correoram ao ver minha leda.

De mim nada será diminuído
Gritarei até meu último ruído
Mesmo que caído
Para de volta ser erguido.

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora