Quem diria que foi pra você?

18 1 0
                                    

Não se valha a pena disfarçar,
Minhas intenções são claras ao dizer,
Mas talvez essa prosa nem vá a ti mostrar,
Já que tenho tanta insegurança por você.

Serei simples, mas de todo serei eu,
Direi de cada verso um pensamento meu,
Parte de minha euforia ansiosa.

Já fiz demais poesias de amigo,
Por falsos amores e efêmeros sentido,
Mostra diferente ser contigo,
Ou talvez no fim seja eu apenas descabido.

Sinto o receio de envolver-me nesse afago,
Como se já não confiasse em ti, trago,
Que preencha meus pulmões ressentimento.

Por demasiadas horas eu aguardo,
Quase em agonia uma interação,
Mas que seja logo hoje, rápido,
Pra que assim acalme meu coração.

Devo inclusive negar esse sentimento,
Temo ficar completamente impotente,
Estar na sua mão, apaixonado,
Pra que me faça no amor ser descrente.

De ti tive mais sua ausência,
Deixando que o tempo levasse sua essência,
Sem contar com a reminiscência,
Foi o suficiente pra me apegar.

Agora estou quase preso,
Deitado numa noite fervorosa,
Desejando mil e uma vezes,
Que você venha à bater em minha porta.

E no desassossego de querer fazer futuro presente,
Debato-me contra as próprias leis ainda consciente,
Sem que sequer faça sentido não se pôr ao poente,
Esperando mais tempo pela madrugada ardente.

Deslizando entre lençóis inconformado,
Ponho-me a deitar de lado,
Sem saber se prefiro ser cingido ou sobraçado.

No raiar da manhã traria ironia,
De querer, mas sem valentia,
Como se não tivesse autonomia,
Mas quisesse fazer tua alegria.

Tudo que é bom tem arritmia,
Para que não se prenda a monotonia,
Muito menos a apatia,
E que de vez em quando sinta agonia.

Mas quem diria que fiz pra você?
Se nem mesmo fiz pra você ler
Somente pra meu sentimento dissolver
Em turvas palavras soltas.

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora