Reclusão Propria

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No súbito assobio do vento
Escuto o eco ressonante
E ainda em caráter contrastante
Se faz a sobreposição do alento.

É fato que não há ninguém além de mim
Não há ninguém além nessa mente
Existe apenas meus pensamentos
Aqui sou eu e meus conhecimentos.

Ainda assim permanece algo
Uma sensação que vai a fora do consciente
Uma reclusão feita na singularidade
As intermitências da interação.

Não sei ao certo porque sou divergente
Minha compatibilidade é vivida
Mesmo que somente em parte
Tenho os mesmos anseios joviais.

Admito minhas rédeas distintas
Minha índole parte além
Ela nasceu de mim mesmo
Naquele indispensável definhar.

Talvez deva ser assim
Ingresso em incapacidade nítida
Talvez eu seja um tipo distinto
Um tipo contundente de ser.

O que mais deveria dizer?
Meu ego é seu próprio antagonista
Não se trata de orgulho
Mas sim de reclusão.

Poderia ainda discorrer mais
Estender essa reclusão proposital
Eu mesmo me afasto para ser diferente
Em um ato de exclusão pessoal.

Sabe bem o que vem depois
Vem a vontade oposta
Batendo na minha porta
Para a reclusão deixar.

Poesias da minha essênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora