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No dia seguinte, as três garotas se levantaram bem cedo para voltar à Olimpíada. A prova de Erica seria na parte da manhã, por isso, chegaram ainda mais cedo que no dia anterior. Após a prova, que segundo Erica foi bem mais difícil do que a primeira, elas estavam liberadas para ir embora e retornar apenas no final da tarde para pegar o resultado.

-Meninas, vou almoçar com aquele meu amigo que falei pra vocês ontem. Quando terminar eu ligo pra saber onde vocês estão – Claire disse e acenou para um táxi.

-Nós deveríamos nos preocupar sobre esse amigo? – Erica perguntou à Emma.

-Hum... acho que não. A Claire não é esse tipo de pessoa – Emma respondeu.

As duas deram de ombros e saíram em direção ao centro comercial.

...

Quando o táxi de Claire parou em frente ao Café do Doyle, ela quase não conseguiu sair, mesmo depois de pagar. Parece que havia séculos que ela não ia até aquele lugar. Ela havia passado a viagem toda ansiosa, não, curiosa para rever Garrett. Na hora que Claire finalmente desceu do táxi, viu um rapaz de suéter azul claro e calças jeans pretas na porta do café. Era Garrett que deu um de seus maiores sorrisos quando viu o scarpin preto da garota pousar no chão do lado de fora do carro.

Ele foi até ela e lhe estendeu a mão, para ajudá-la a sair. Ele era assim, sempre cavalheiro.

-Oi – ele disse.

-Oi – ela respondeu.

Depois de alguns segundos de silêncio, Claire disse:

-Vamos entrar?

-Ah sim, claro – ele disse meio bobo.

Eles entraram no café que não estava muito cheio. Sentaram um de frente pro outro numa mesinha de canto e fizeram seus pedidos. Em seguida, ficaram se encarando, sem dizer nada.

-Então – Claire quebrou o gelo. – Vamos ficar só nos olhando mesmo?

Garrett riu e passou a mão no cabelo cacheado.

-Desculpa – ele disse. – É que eu não posso acreditar que eu to te vendo de novo.

-Nem eu – Claire também sorriu.

-Então como tem passado? Tem muito tempo que se mudou daqui? – Ele perguntou.

-Eu acho que nunca estive melhor - Claire respondeu. – Me mudei há quase um ano.

-Uau! Um ano... como conseguiu convencer sua mãe a te deixar ir embora? Lembro que ela nunca iria deixar você se mudar.

Antes que Claire pudesse responder, ele continuou:

-Por falar nisso, onde está a sua mãe? Quando cheguei na cidade eu fui até sua casa te procurar mas ela estava vazia.

-Ah, você não soube? – Claire disse desconfortável, se ajeitando na cadeira. – Mamãe morreu pouco antes de eu me mudar. Na verdade, foi por isso que eu saí daqui.

Garrett ficou com a expressão congelada.

-O quê? – Ele disse. – Ah, meu Deus, me desculpa! Eu sinto muito, de verdade.

-Não tem problema – Claire deu um pequeno sorriso. – Mas e você? Voltou pra Boston? E seu pai?

-Na verdade, eu continuei a faculdade perto de onde meu pai morava. Me formei em matemática e comecei a lecionar. Fiz isso durante muito tempo, até meu pai falecer quatro meses atrás. Então me matriculei na Academia Nacional de Matemática e passei alguns meses viajando para dar palestras, aulas e cursos. Recentemente fui convidado para dar aulas na faculdade daqui e para ser um dos avaliadores da Olimpíada – Garrett respondeu.

K . I . D . SOnde histórias criam vida. Descubra agora