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Quando Claire deitou a cabeça no travesseiro aquela noite, pensou se era realmente necessário contar a Ben sobre a infelicidade que foi o almoço com Garrett. Se ele não soubesse, não ficaria com ciúmes e os dois não brigariam.

Os ciúmes de Ben eram o único motivo de briga que os dois tinham. Ele cismava até mesmo com o sobrinho de Gunther, Max, que era garçom no Central Perk.

A única preocupação dela era que Emma ou Erica dissessem alguma coisa, já que sabiam que ela havia almoçado com um amigo naquela tarde de domingo.

E, caso Ben a perguntasse o que ela havia feito ou se tinha encontrado alguém conhecido, ela simplesmente inventaria alguma desculpa. Ela o amava demais para deixá-lo chateado com algo tão bobo.

No dia seguinte, ela saiu com ele para um passeio romântico à noite, depois que ambos saíram do trabalho. Ben realmente perguntou à ela o que havia feito e ela apenas disse que "nada" e se ela havia encontrado alguém.

-Não, sabe como é. Evitei as pessoas – ela disse enquanto eles caminhavam de volta para seus apartamentos.

-Hum. E as lembranças? Ontem, no telefone, você disse que tinha se lembrado de algo – ele quis saber.

-Ah, é só que eu tinha uma vida em Boston. E quando cheguei lá eu me recordei de tudo o que vivi. Não é nada demais, só um pouco de nostalgia – ela disse.

Ben sorriu e continuou caminhando, com sua mão no bolso de trás da calça dela.

-Sabe o que eu estava pensando? – Ele disse quando estavam quase chegando.

-O quê? – Ela perguntou.

-Mês que vem faz um ano que você se mudou pra cá. Um ano que você entrou nas nossas vidas – ele sorriu.

-É verdade – ela também sorriu.

Ele a girou, puxando-a para si e disse:

-O ano mais feliz da minha vida.

Em seguida a beijou e ela retribuiu, concordando.

-Também é o melhor ano da minha vida.

...

-...e aí eu não sei se conto ou não pra ele.

Claire estava no Central Perk conversando com Max, que havia se tornado seu amigo, sobre o dilema de contar a Ben sobre Garrett. Já estavam no fim do expediente e não haviam mais clientes ali.

-Olha – o garoto disse. – Eu acho válido. Você diz que o Ben é ciumento, acho que esconder só vai piorar as coisas.

-Mas se eu contar, tenho certeza que ele vai explodir. Eu tenho medo de começar a brigar e dizer coisas que eu não queria dizer – Claire colocou a mão na testa.

Max sorriu e jogou o pano que estava em sua mão por cima do ombro. Era incrível o quanto ele se parecia com Gunther. Ele pegou a mão de Claire e disse:

-Tá na cara que você quer contar pra ele. Se não quisesse não estaria tão nervosa.

-É Max, eu quero, mas sei lá... – Claire falou.

-Claire, vai por mim. Conta. Ele vai entender.

Claire sorriu para o garoto e disse:

-Talvez você tenha razão.

-E outra, se eu fosse seu namorado, eu ia querer saber – Max disse.

-Ia querer saber o que? – Ben entrou no café com as mãos no bolso da jaqueta bege.

A cara dele não estava nada feliz pelo que tinha escutado e por ver a mão de Max em cima da mão de Claire.

-Saber o quê, Claire? – Ele perguntou de novo, mais alto e ríspido.

-Ben, vamos conversar lá em cima – Claire disse.

Ben virou as costas e saiu, já subindo em direção ao seu apartamento. Antes de acompanhá-lo, ela sussurrou para Max fechar o lugar para ela, e ele concordou,desejando sorte.

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