Capítulo #7 - Recomenda-se Contenção...

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            — Você pode sair do jogo, mas não da casa! – Lucas finalmente complementou, diante de uma Samantha histérica

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            — Você pode sair do jogo, mas não da casa! – Lucas finalmente complementou, diante de uma Samantha histérica. A moça bradou como uma leoa enfurecida e Kasten teve que lhe dar um tapa na cara para que voltasse a si própria.

— Ela deveria ser expulsa – comentou um dos auxiliares aos dois apresentadores ao desativarem o som pra quem estava do outro lado.

— Não podemos expulsá-las! – Caruso se adiantou – Bem se pararmos pra pensar...

— A transmissão não está ao vivo – Jaqueline ponderou – e estamos "fora" da casa também, nos jardins. Portanto vamos deixar entre nós.

Todos se entreolharam com cumplicidade e não voltaram mais a falar nisso. Dave não calava a boca e começou a distribuir castigos.

— A Inteligência Artificial está comprometida!

— Na verdade toda a rede ficou comprometida. De onde diabos veio este ataque? – O diretor resolveu mostrar que estava presente.

Lucas e Jaque tornaram a olhar as pessoas nos monitores, Samantha fazia o maior barraco.

— Onde acharam essa doida varrida? – Caruso indagou – Ela é ótima, o povo adora uma boa lavação de roupa suja – E voltou a anotar na prancheta.

A equipe de T.I estava reunida tentando restaurar a I.A e a rede como um todo. Era um mar de laptops e pessoas subindo e descendo as escadas, até que Lucas chegou a seguinte conclusão:

— Vou ter que ir lá, falar com eles.

— E vai ter que ir mesmo – o diretor comentou – vejam só isto! – Então mostrou o vídeo gravado de minutos atrás, quando Akya e Will encontraram dois esqueletos.

— Puta desastre! – O apresentador comentou. Jaqueline limitou-se a rir.

— Chamem os paramédicos!!! – Sim, olha ela! Samantha balia como uma bezerra diante das câmeras, enquanto Eva caia como uma pluma no chão.

Dave não perdoou:

— Paramédicos e remédios foram cancelados devido a insanidade da participante Samantha.

Ai a macaca baixou no corpo. E Samantha queria colocar a coisa toda abaixo.

— Toma um chá, querida! – Disse Dave, no seu estilo sutil Maysa.

— Isso tudo devia estar ao vivo, estou só comentando! – Disse Caruso olhando de relance para alguns operadores de câmera que se coçavam para fazer uma tomada.

— Deixa comigo, vou ligar na ala médica! – A assistente de direção se ofereceu. Sim, a da péssima atuação mexicana. Saiu rebolando como se desse alguns pulinhos e fez questão de jogar os cabelos para trás assim que Lucas a olhou partir.

— Que oferecida... – Jaqueline sussurrou. Lucas limitou-se a dar um sorrisinho malicioso.

— Eu nem sabia que já tínhamos paramédicos – disse o apresentador, voltando-se à produção – Onde vai estar a ambulância?

— Está dentro da própria casa! Sabe aquele lance das portas fechadas? Pois bem, uma delas leva à ALA médica e os túneis dão acesso daqui pra ela e dela pra o casarão e sabe Deus mais quantos lugares.

e, cadê esse povo todo? – Lucas indagou Caruso num atropelo exausto. Do outro lado dos monitores o alvoroço fora aliviado à medida que tentavam fazer Eva recobrar os sentidos.

— São robôs! – Ele disse – Mas diz ai, parecem ou não parecem extremamente realistas? O doutor Forreta ia morrer se visse isso. Tem uma equipe remota cuidando de tudo.

Lucas não disse nada, realmente o senhor Forreta iria morrer, mas era muito mais fácil que isto fosse ao ver a fatura do custo que aquilo tudo ia gerar.

— Vamos fazer algumas tomadas, vai dar uma boa chamada de público! – O diretor comentou. Do outro lado os paramédicos começavam a interagir com o grupo, Eva foi amarrada a maca e Akya foi amarrada com as mãos para traz. Então o diretor ordenou que cortassem a transmissão com o restante do grupo:

— Eles ficarão bem. – Disse.

Jaqueline e Lucas apenas o olharam.

— Como são realistas! – Ela observou, fazendo menção aos robôs humanoides.

— E como... – Disse um Caruso orgulhoso da superprodução.

— Desse jeito a gente vai falir mesmo. – Lucas observou, cansado.

— Claro que não, imagine a audiência que isto vai dar, os anunciantes etc. A gente vai recuperar esse dinheiro, né?

Todos se entreolharam como cachorros abandonados embaixo da ponte. Caruso buscava apoio visual e não encontrava nada a não ser olhares perdidos.

— Não vamos?

— Claro que vamos! – Jaque tentou ser otimista.

— Pensa bem, se não acharmos anunciantes, teremos que achar outra coisa – Lucas ironizou.

— O que?

— Emprego novo. – Melindrosa respondeu ao roteirista.

Muitos caíram na gargalhada, a chefe da faxina – Dona Lourdes – entrou trazendo uma bandeja de chá com bolachas. Jeremias anunciou que conseguiram ativar a nova I.A: Chris. Ele até pensou em dizer que os enfermeiros também haviam sido hackeados, mas o chá o deixou pra lá de Bagdá. A tia tinha caprichado nas folhas. Aqueles cogumelos uma hora iam matar alguém... 

 

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