Para escapar da falência, a emissora (in)Certa decide lançar um reality show exótico que promete agitar o país. Participantes exóticas, uma mansão comprada a preço de banana, um farol que permite acessar a outra dimensão e um grupo de peças de um qu...
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Si e Maria Praga não podiam estar mais certas de que eram a "dupla perfeita" pra jogar na mega sena. Não por serem talentosas, bonitas, esbeltas ou algo do tipo: Tudo se resumia a sorte mesmo... Resultado de ofensas e um completo desarranjo mental de neurônios confusos: Silene, ou Si, e Mariachi, ou Maria, eram as duas irmãs e apresentadoras contratadas pra o matinal. O programa em si definhava, mas não morria. O fato é que ninguém ao certo sabia por que o mesmo se mantinha no ar, há quem suspeitasse que Forreta não tocava na atração porque ver as irmãs batendo boca lhe entretida, ainda assim, há quem creia que era a morte do animal convidado o ponto alto da coisa toda. Era até irônico chamar de "animal convidado", já que: seja porco, galinha, peru... O mesmo seria fatiado ao final da atração pra compor o prato a ser ensinado. Forreta decidiu fazer essa mudança e deixar o sacrifício pro fim para dar tempo de colocar outra pessoa pra cozinhar o prato real, já que as irmãs eram um desastre... O câmera, por sinal, estava há quase dois meses se recuperando do último feito pela dupla maluca...
O ponto a se frisar era que o reality foi a desculpa perfeita pra adicionar algum conteúdo minimamente útil a atração. E, como ainda não rolou nenhum tipo de eliminação, Max e Mary - os dois pré-candidatos a participante que não vingaram - foram escolhidos pra comparecer no outro dia.
— Eu acho uma boa ter eliminado os dois. Um pior que o outro - começou Si assim que soube o que teriam por fazer no próximo programa.
— E pensar que antes a gente entrevistava celebridades... - Lamentou a outra pouco antes de um arroto.
Mary e Max pareciam contidos demais pra coisa toda. A produção - que no geral é quem faz todo o trabalho sujo de ficar tentando contatar os participantes, pagar presença de subcelebridades, pedir que não citem marcas ou emissoras rivais, prover contratos, etc - ficou em polvorosa quando Mary sumiu como dinheiro nas mãos dos políticos, de modo que pensaram num plano B que tinha tudo pra dar merda:
— Que tal chamarmos a moça da piscina? Todo mundo estava comentando disso mesmo! - Sugeriu uma das integrantes do grupo.
Na falta de uma ideia melhor, todos concordaram por osmose, mas no outro dia, de trás da pilastra, o diretor de filmagens já comia o próprio chapéu e se perguntava que diabos tinha na própria cabeça pra permitir tal absurdo. Aline era uma verdadeira máquina de fabricar merda e jogar no ventilador. E quando Ana Kalahan - irmã do gringo italiano, Eron - deu as caras junto com Max, aí ele aprendeu a rezar a Deus... Seu emprego estava em risco como uma zebra em meio w manada dos leões.
Si - fina como uma régua, nariguda como uma garça e olhuda como uma coruja velha - e Maria - rechonchuda, confusa e egocêntrica - ficaram posicionadas no centro da câmera se acotovelando por destaque. Quando a contagem de dedos do diretor de filmagem chegou ao fim todos entraram no ar. Na mesa de convidados um assustado Max dividia lugar com a imperatriz da arrogância, um seguidor seu e - na ponta oposta - a loira dona do par de seios que todo o país viu na noite anterior quando ela desabou na piscina.
