Capítulo #23 - Peões, cavalos, bispos e reis...

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Era obvio que a festa seria, sem dúvida, um grande chamariz para o público que acompanhava o programa

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Era obvio que a festa seria, sem dúvida, um grande chamariz para o público que acompanhava o programa. No final das contas a ideia do time de roteirização de levar lá grande parte da equipe de produção – um script fatalmente muito influenciado por Caruso, seu mais solicito membro – veio a calhar e muito. – Lucas pensou.

Ele se dirigia até a casa lado a lado com Jaqueline Melindrosa, aquela morena de olhos potentes e corpo voluptuoso. Mas que ninguém se engane: usar a festa para fazer um contato externo imperceptível era melhor do que a festa em si.

Jaqueline fora a primeira a indicar o quarto VIP como o lugar ideal, e a festa estava tão fervorosa que a ausência de ambos não seria suspeita. Não haviam chamadas programadas, e, desativar as câmeras não parecia tão complicado quando se têm todos os acessos requeridos, se brincar, a privacidade dos apresentadores poderia ser plenamente justificável para o fato das imagens não irem ao ar, embora o tamanho das especulações era incalculável.

Quando ambos pararam próximo ao quarto VIP disponível, notaram que Aline e Midas conversavam.

— Me pega! Me pega! Me beija, vai! – Gritava Aline.

Ambos se entreolharam, mas Jaqueline não se aguentou:

— Vaca!

Lucas sorriu timidamente e colocou o dedo no indicador para liberar a porta, em seguida foi a vez da colega fazê-lo, e segundos depois estavam ali dentro. Lucas prontamente iniciou o protocolo de desativação, ao passo que Jaqueline foi checar o banheiro – como para ter certeza de que ninguém estaria ali observando ou sabe-se lá o quê.

— Tudo livre! – Anunciou.

­— Tenho certeza de que ninguém também vai nos incomodar – Lucas complementou indicando as câmeras desativadas – vamos ter pouco tempo enquanto o firewall estiver liberado.

­— Há risco de ataque? – Quis saber.

— Duvido. É bem da verdade que neste exato momento uma parte da TI deve estar contornando a rede principal usando um mecanismo bem parecido com este que faremos aqui, Jaque.

A mulher enfiou a mão no meio do decote e começou a puxar um pequeno objeto preto para espetar no pequeno netbook que Perito trouxera consigo. O pen drive fora prontamente reconhecido, mas segundos depois apareceu a pop up para a inclusão da senha de acesso.

Ambos se entreolharam. Lucas esperando uma espécie de aprovação da mulher. Jaqueline então tomou conta do teclado e incluiu o código de liberação, em seguida uma variedade de arquivos de distintos formatos lhes saltou a vista, o brilho do computador contrastava com a escuridão quase completa do recinto. Lucas olhava o relógio, em poucos segundos as paredes digitais estariam derrubadas e ninguém iria notar nada, tal como ninguém notou quando um homem branco de barba farta se deslocou para a fria e sombria floresta rangente, um friozinho era assobiado de lá de dentro, enquanto o brilho mais afastado lhe indicava que havia uma festa na casa que estava deixando para trás.

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