Capítulo #10 - Reinos ameaçados

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— Está feito! – Disse a voz do outro lado da linha

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— Está feito! – Disse a voz do outro lado da linha.

—Tem certeza? – Perito quis confirmar. Olhava ao redor para ver se alguém estava próximo, mas era evidente que toda a equipe já tirara os esqueletos do salão do outro lado. Apenas um carro permanecera no local, e o motorista estava fumando do outro lado.

— Absoluta. – Confirmaram do outro lado da linha, segundos antes de desligar. Lucas colocou o celular no bolso e voltou para a casa exultante. Iria se despedir dos participantes e subir a nova inteligência artificial, Chris.

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A neve caia de maneira constante nas últimas horas, a rainha Vinhas tinha certeza de que alguém da outra dimensão cruzou o portal, e foi com base no tempo – e em fofocas - que teve a confirmação de que duas garotas da casa proibida entraram pelo portal. Sua aura de poder afetou aquela dimensão e mexeu com os reinos acabando com segredos e atiçando velhas rivalidades.

No esconderijo, cada um dos sete reinos se fez representar por uma autoridade.

— É inaceitável! - Gritou o intendente do reino do lago. Era a maior autoridade desde que o rei morrera em combate na grande cisão. – Há quanto tempo sabe disso? – Acusou a rainha do outro reino, irado.

Vinhas limitou-se a responder de modo protocolar:

— Não faz tanto. Mas há razões para crer que as sete armas estejam reunidas, finalmente.

— Estou com fome! Não é a primeira vez que tratamos disto – Manifestou-se Ignomux, o anão das montanhas e máximo guardião dos campos de fartura – sempre termina igual. Tragam mais vinho, por favor!

­— Deveríamos poupar! Cada recurso é vital e essencial na guerra!

— Zura, ainda me pergunto onde foi que a gente concordou em se juntar. Esta aliança é um fracasso! Cadê o vinho? O pão? A...

— Isso não está funcionando... – A rainha Vinhas começou – o inimigo vai nos esmagar desta maneira. Ignomux, você come por todos nós aqui juntos. Eu apenas os chamei para comunicar isto. Finalmente podemos mudar o curso da guerra.

— Fala como se fosse uma espécie de líder. Por que você? Por que se coloca nesta posição?

— Oge, sempre dando um palpite indispensável – Vinhas ironizou. A troca de olhares entre ambos fez com que momentaneamente todos se voltassem ao ponto central: A escuridão estava muito mais perto das armas que poderiam ser usadas para vencê-la.

— Como eu dizia, chamam de reality. Trata-se de uma espécie de espetáculo que muitos podem acompanhar ao mesmo tempo. Lá estão reunidas as almas que, pelos meus cálculos, são as guardiãs adequadas para o poder que precisaremos para derrotar.

— A escuridão já tem um corpo... – Lazy começou a meditar, e então desistiu de continuar pensando. Aquilo ali era um tédio para ele.

— Espere! – Naken interrompeu – fale mais do que os seres inferiores criaram, como é o nome mesmo? Reality? Eles... bem.... fazem de tudo um pouco? – Questionou com malícia. Vinhas sabia muito bem onde ele queria – e iria – chegar.

Bateu com tudo na mesa e impôs sua voz sobre as demais:

— Ainda estamos na minha casa! – Lembrou – e só não fomos destruídos ainda porque a escuridão não pôde absorver a nossa dimensão. Vamos ou não vamos lutar?

— Devemos? – Lazy retrucou, pausadamente.

— Vai desistir? – Vinhas questionou. Era obvio que o outro estava em uma terrível encruzilhada, já que ambas as coisas implicaria um esforço que não estava disponível e em condição de fazer. — Suspeitei. – Ela constatou. Meus guerreiros conseguiram interceptar a frequência deles, hoje a noite vamos invadir a frequência deles mais uma vez. Soubemos que um deles se aproximará da floresta na ocasião. Não poderia haver melhor chance.

— E o que pretende? – Oge indagou, inquisidor – sequestrá-lo?

— Não vou sequestrá-las, querido. – Vinhas retornou, firme. Por pouco não sorriu diante da expressão de confusão no rosto de Oge, mas tratou de explicar logo, antes que alguém desviasse o foco novamente: Um corpo feminino habitado por uma tríplice personalidade. Kasten, Kastenny e Kastenna. Mas se não calculamos mal, Kastenny é quem estará no controle, e digamos que ela "virá" até mim.

Houve silêncio. As vezes Vinhas parecia ter uma arma secreta que podia visualizar o futuro. Algo que ninguém questionava indagar, tampouco admitir que pudesse existir.

— Quando diz: guerreiros você se refere aquelas criancinhas? – Oge debochou, simplesmente para disfarçar a própria dor de cotovelo.

Vinhas nem se deu o trabalho de rebater. Continuou o assunto como se o outro nem estivesse a mesa.

— Vou lhe contar apenas o necessário, não se preocupem. A escuridão ainda está lá fora – disse, referindo-se a dimensão terrena ainda em estágio de evolução e, de certa forma, Kastenny. Bem...

Vinhas hesitou, como se um pressentimento lhe sussurrasse que aquela informação não precisaria ser compartilhada. Desde a grande cisão, os sete reinos foram vencidos e, para fugir da completa extinção, aprisionaram a escuridão do outro lado sem que esta pudesse ter contato com a fonte. A princípio a ideia se mostrou eficiente, mas à medida que o tempo passava, ficava cada vez mais evidente que aquilo não era uma vitória. Nem garantia de sobrevivência. No máximo uma sobrevida...

— Isso tudo é uma grande tolice! – Bradou o intendente, levantando-se, o dedo ainda em riste. Esta aliança está fadada ao fracasso. Desde quando passamos a acreditar em lendas e a confiar em gente daquele lado. Quem garante que a escuridão não venha com a garota?

— Sabemos que isto é impossível... – Vinhas começou.

— Claro, o portal, a proteção, blá blá blá.

— Não por isto Ignomux! Você não é o único que mantém alguém do outro lado. Ele tem se mostrado um grande aliado até agora.

— Crê que não pode trai-la?

Vinhas os olhou profundamente:

— Dou passagem ao mundo daqueles que não precisam de um corpo. Se é que me entendem. Do outro lado um raio ribombou e a neve evaporou no exato instante em que um céu muito alaranjado se desdobrou. A noite do outro lado se aproximava, mas naquela dimensão louca a tarde simplesmente dava as caras, mas duraria pouco. Segundos depois uma densa tempestade se formaria e antes que pudessem ser localizados, os sete lordes teriam se retirado como a poeira soprada pelo vento frio.

 Segundos depois uma densa tempestade se formaria e antes que pudessem ser localizados, os sete lordes teriam se retirado como a poeira soprada pelo vento frio

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