*Inglaterra*
The Savoy, A Fairmont Hotel
- Agente podia ter ficado na casa da minha tia – resmunga Natalie saindo do carro.
-Não ficaria a vontade na casa de sua tia, além do que – faz uma careta apontando para os guarda-costas – Não somos só nós duas.
-Tinha esquecido desses urubus – bufa.
-Hei! – a abraça – Fica tranqüila.
-Eu estou nervosa Priscilla – diz aflita.
-Eu sei como é difícil para você está aqui, mas vai dar tudo certo.
Amanhã teremos um encontro com a tal assistente social.
-Espero que ela saiba onde está minha filha – diz tristemente.
-Vem – a puxa pela mão – vamos fazer o check in e descansar.
Elas são encaminhadas para uma das melhores suítes do hotel. Os guarda-costas ficam nos quartos mais simples. Eles não estavam ali para curti e sim para trabalhar e garantir a segurança de ambas.
Quando já estão acomodadas ambas ligam para o Brasil para avisar que está tudo bem. Priscilla aproveita e liga para Espanha para avisar aos pais que chegou bem a Inglaterra.Cansadas por conta da viagem as duas tomam banho separadamente e caem na cama se entregando ao Morpheus quase que instantaneamente.
Dia seguinte
Chá da tarde
- Vamos descer? O detetive e a assistente social já estão a nossa espera – fala Priscilla.
-Sim. Vamos – diz Naty visivelmente nervosa.
-Calma – diz Priscilla e em seguida dá um beijo em Naty.
Elas descem para o restaurante do hotel onde já estão a espera o detetive e a assistente social. Eles se cumprimentam e sentam em seguida.
-Srta. Emily, não tivemos a oportunidade de nos encontrar naquela época, pois eu era uma adolescente machucada e revoltada com minha gravidez. A Srta. Tratou diretamente com o meu pai – diz Natalie tentando manter a calma e retirando uma foto do pai de um envelope.
Emily segura à foto em suas mãos, observando cada detalhe do rosto de Paulo ficando calada por uns instantes.
- A Srta. Lembra de meu pai? – pergunta Naty.
-Eram muitas pessoas – fala sem tirar os olhos da foto.
-Olhe bem a foto – diz aflita.
-Desculpe senhorita. Eram muitas pessoas e já faz muito tempo, mas como disse para o detetive – aponta para o mesmo – faz muitos anos para eu lembrar. Foram muitos casos, muitas crianças – encara Natalie novamente que estava visivelmente abalada – Mesmo que soubesse não poderia dar informações do paradeiro da criança. No momento em que elas são entregues a nós, as encaminhamos para orfanatos para serem adotadas. Seria totalmente antiético de minha parte dar informações à senhorita. Por que está buscando essa criança depois de 10 anos?
-Eu quero encontrá-la, necessito pedir desculpas – fala não conseguindo controlar as lágrimas que insistem em cair.
-Não acha que é muito tarde? – pergunta Emily a encarando – já se passaram 10 anos. Essa criança já deve ter um lar, uma vida, e às vezes nem sabe que é adotada. A Srta poderia complicar a cabeça e a vida dessa criança aparecendo do nada falando que é sua mãe biológica. Por isso temos regras.
-Eu só quero saber se ela está bem – limpa as lágrimas – Se é feliz. Eu só preciso saber disso.
-Lamento, mas não posso ajudá-la.
Priscilla fica calada o tempo todo. Eles conversam mais alguns minutos e quando se despedem Natalie vai rapidamente para o quarto. Estava abalada. Todas suas esperanças estavam sendo destruídas, talvez nunca visse a filha, nunca saberia se ela é feliz ou não. Isso a deixava ainda mais triste. A sua cicatriz fora arrebentada. Ela sangrava, o medo tomou conta de todo o seu ser. A dúvida, insegurança, raiva, ódio de si mesma e de Poncho voltaram à tona.Priscilla prefere não a seguir, pois segui-la poderia causar em uma briga entre elas, preferiu conversar mais um pouco com a assistente social e o detetive.
- O que podemos fazer para encontrar essa criança? Não me interessa de ela foi adotada ou não. Eu quero saber onde ela está – diz Priscilla com uma arrogância de dar medo – Se você – vira para o detetive – Não é capaz de encontra - lá eu contratarei outro melhor que você, tenho dinheiro e poder para isso – fala seca – e você – vira-se para a assistente social – Não me engana, sei que esconde alguma coisa. Vi a maneira que olhou para a foto do Sr. Paulo, pode ter enganado a Natalie, mas a mim você não engana. Se não me falar tudo o que sabe pode destruir com a sua carreira, entendeu? – a ameaça.
Tanto o detetive quanto a assistente social se assustam com as ameaças de Priscilla. Priscilla não era assim, mas quando via alguém que ela gostava, amada sendo enganada ela virava um bicho. Todo o chá ela tinha reparado nas expressões da assistente social e notara que esta estava escondendo alguma coisa, quanto ao detetive ele era um acomodado, não estava fazendo o menor esforço para encontra a filha de sua namorada.
-A Srta está enganada, eu não sei de nada – gagueja Emily.
- Se você não soubesse não estaria gaguejando – a fuzila – O que você prefere? Dizer-me tudo o que sabe, ou que eu mande investigá-la, e encontre coisas ruins que poderiam arruinar sua carreira.
-Não tenho nada que possa me arruinar, sempre fui honesta – fala Emily tentando permanecer firme.
- Se fosse honesta me falaria o que sabe, mas se prefere que eu peça um dossiê a seu respeito tudo bem.
Emily fica visivelmente assustada, suas mãos soam, sua pele fica pálida, sente o sangue fugir do seu rosto. Priscilla esboça um sorriso vitorioso tinha conseguido o efeito desejado.-E então? – pergunta quebrando o silêncio – Vai me contar ou vou ter que apelar?
-Eu realmente não sei o paradeiro da filha da Srta Natalie, mas se quer tanto saber tem que perguntar para o pai dela – diz Emily – Ele que levou a criança.
-Como assim ele que levou a criança? – pergunta Priscilla – Essa criança foi entregue para adoção e a Srta foi à responsável por isso.
-Não. Eu não cuidei dessa criança, apenas consegui os documentos para que a criança fosse tirada do país pelo Sr Paulo.
-Tirada do país? – pergunta Priscilla.
-Sim. Ele queria tirar a criança do país, e eu cuidei das papeladas para que ele se tornasse o responsável pela criança e pudesse fazê-lo.
Priscilla se levanta aparentemente abalada:
-Obrigada pela informação. Terei que conversar com o Sr Paulo, mas se isso for mentira, considere-se na miséria, pois destruirei sua carreira. Não tente mover nada contra mim, pois venho de uma família poderosa. Isso não é uma ameaça e sim um aviso – olha para o detetive – Quanto a você – fala com desdém – Considere-se dispensado. Não há nada mais que possa fazer. Mande o valor dos seus últimos serviços por fax para esse número, com o número de uma conta bancária que eu mesma o pagarei – diz Priscilla entregando um cartão para o detetive – Agora se me dão licença tenho coisas importantes para fazer – o detetive e a assistente social se levantam – Foi um prazer fazer negócios com os Sr e com a Srta – aperta a mão de ambos, indo embora em seguida acompanhada por dois guarda-costas.
Priscilla sobe para a suíte encontrando uma Natalie completamente abalada, frágil, raivosa. O primeiro impulso que Priscilla tem é correr para ela e a abraçar. Natalie se agarra a Priscilla e chora descontroladamente. As duas permanecem abraçadas por cerca de uma hora, quando o abraço termina. Elas se olham e Natalie quebra o silencio:
- Não se isso vai dar certo – diz se referindo a relação delas – Eu não sou uma pessoa instável, vou acabar fazendo-a sofrer – diz baixando os olhos, sem coragem de encarar Priscilla. Esta por sua vez está completamente atônica, não acreditava no que estava acontecendo. Natalie estava tentando terminar com ela? Não isso não podia ser verdade.
Priscilla fica em silêncio durante alguns segundos, por sua vez Natalie não tinha coragem de encará-la. Gostava de Priscilla e por isso estava fazendo isso porque por mais que houvesse carinho entre elas, por mais que quisesse permanecer ao lado de Priscilla se conhecida e tinha certeza que faria Priscilla sofrer se seguissem com aquele relacionamento.
-Você está terminando comigo? – pergunta Priscilla levantando o queixo de Natalie, fazendo esta a encará-la.

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☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ ⱧɆ . ₳Ⱡ . ł₦₲
Fanfiction02 •𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚• √ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ S̶I̶N̶O̶P̶SE̶ s. f. 1. Med. Marca deixada por ferida ou lesão, depois de curadas. 2. Sinal ou vestígio de estrago ou de destruição. 3. Impressão duradoura de uma ofensa. Ela possui uma cicatriz...