Capítulo: 36

1.7K 84 1
                                    

*Casa dos pais de Natalie*

-Pensei que vocês não iam chegar mais – diz Ângela ao ver as duas.

-Fomos  fazer o pré-natal – diz Natalie abraçando a mãe – Estava com saudades.

-Eu também meu amor – diz Ângela abraçando a filha bem forte.

-Oi Priscilla! – fala Paulo dando um beijo e um abraço em Priscilla.

-Oi Paulo! – ela o cumprimenta com dois beijinhos no rosto.

Ângela se afasta para ver a barriga de Natalie.

-Nossa como sua barriga cresceu
– diz passando a mão – Está tudo bem com ela?

-Sim. Hoje fizemos a ultra em 4D – diz Natalie empolgada – Vimos o rostinho dela. Ela é tão fofa mãe.

-Quero ver depois. Você mandou gravar? – pergunta Ângela ansiosa.

-Sim – diz abrindo a bolsa, pegando o DVD – Aqui – diz entregando para a mãe.

-Vamos assistir enquanto eles não chegam? – pergunta Ângela.

-Eles? – pergunta Natalie.

-Mari, o marido e Ana vêem almoçar conosco – diz Ângela.

-Acho que não é boa idéia nós ficarmos – diz Natalie.

-Você não pode fugir dela para sempre – Fala Ângela.

-Ela não quer falar comigo mamãe, melhor não ficar - diz Natalie.

-Você vai ficar – diz Ângela deixando claro que não aceitava recusas – Ana Paula já teve tempo o suficiente para entender tudo que aconteceu.

-Ela é só uma criança – diz Natalie.

-Tem 11 anos, já não é nenhuma criancinha – diz Ângela.

-Mamãe ela está no seu direito. Eu a rejeitei – diz Natalie baixando a cabeça triste.

-Ei! – diz Ângela erguendo a cabeça de Natalie – Você era uma adolescente assustada e magoada, não se culpe mais por isso.

Priscilla também achava que não seria bom para Natalie ver Ana no momento, mas nada falara.

Quando Mari chega com Ana e a menina vê Natalie ela trava.

-Vamos filha! – diz Mari a puxando para cumprimentar os avos, Priscilla e Natalie.

-Oi minha princesa! – Fala Paulo abraçando a neta – Como você está se sentindo?

-Um pouco melhor, as medicações não estão me fazendo mal como antes – responde Ana.

-Que bom! Logo você ficará curada – diz Paulo emocionado.

Carolina não fala nada.

Mari fica radiante ao ver a barriga de Natalie.

-Você está linda! – diz passando a mão na barriga de Natalie.

Elas conversam sobre algumas amenidades. Natalie nem se aproxima de Ana, só fala um oi tímido que é respondido da mesma forma.

Eles almoçam juntos e depois vão para a sala assistir a ultra-sonografia de Natalie.

Ângela e Paulo ficam emocionados ao verem a netinha.

Ana Paula olha para a TV, mas não demonstra nenhuma reação.

Mari e o marido ficam felizes por verem a sobrinha.

-Ela é linda – diz Ângela – Ela tem o nariz de Ana – dispara contente – Estou ansiosa para tê-la em meus braços.

-Faltam apenas 3 meses – diz Priscilla sorrindo acariciando a barriga de Natalie.

-Já escolheram o nome? – pergunta Mari.

-Ainda não. Não entramos em um acordo – responde Natalie fazendo uma careta – A Priscilla só escolhe nome comum. Eu quero um nome forte.

-Façam uma listinha com os melhores nomes. Quando ela nascer vocês duas decidem qual é o melhor nome para ela – sugere Mari.

-Talvez seja melhor fazer isso mesmo – diz Priscilla.

-Verdade – fala Natalie.

- Mamãe – chama Ana – Estou cansada – fala dengosa.

-Está sentindo alguma coisa meu amor? – pergunta Mari preocupada.

-Não. Eu estou apenas cansada.
-Ana – fala Paulo – Porque você não vai descansar no quarto que era de Natalie?

-Ok! – concorda a menina se levantando e indo para o quarto que era de Natalie.

-Natalie queria agradecer por tudo que você tem feito por Ana Paula
– diz Mari sincera.

-Não tem nada que me agradecer irmã. Estou fazendo o que me neguei a fazer há quase 11 anos atrás. 

Natalie e Priscilla conversam com a família de Natalie toda à tarde.

Falam sobre o casamento, a lua de mel, e é claro sobre o bebê. Todos estão ansiosos pela chegada desse novo ser que salvará a vida de um membro da família e também que trará alegria àquela casa que andava cheia de tristeza.

“Tudo está ainda tão confuso. Hoje vi minha madrinha e a tia Priscilla na casa dos meus avos. Senti muita vontade de falar com a minha madrinha, sinto sua falta, mas ainda não consigo me aproximar dela, sempre que tento ou penso à respeito, lembro-me de que ela me rejeitou, e que se não fosse pelo meu avô nem sei onde eu estaria agora.O que devo fazer? Preciso de ajuda, mas não quero pedi-la. Ana Paula”

Ana Paula completa 11 anos, mas não quer uma festa de aniversário, pelo contrário não tem animo para comemorar nada. Tornou-se uma menina sombria e triste.  Todos estão preocupados com ela, tanto por sua saúde como por sua postura. Mari tenta a todo custo convencer a filha a fazer uma festinha de aniversário.

-Eu já disse que eu não quero – Grita Ana Paula – Eu estou feia, não quero que os meus amigos me vejam assim e tenham pena de mim.

-Mas é seu aniversário meu amor. Seus amigos sentem a sua falta
– fala Marisa tentando convencer Ana – Veja todas essas cartinhas
– aponta para uma caixa – Eles mandaram desejando toda sorte
do mundo e você nem as abriu.

  -Eu já disse que eu não quero ver ninguém. Todos estão com pena de mim. Eu odeio que todos sintam pena de mim porque eu estou doente. Eu não vou ler carta de ninguém – fala Ana alterada.

Marisa se dá por vencida e desiste da festa de aniversário da filha.

- Ela está se tornando agressiva – choraminga Mari – Muda de personalidade o tempo todo.

-Não se preocupe meu amor – fala Ângela – Ana está sofrendo uma grande pressão por conta dessa doença. Seu frágil corpo está sendo atacado com medicamentos violentos. Ela perdeu os cabelos, vive em hospital, não tem mais contato com nenhum amiguinho do colégio, descobriu que é filha da madrinha e não sua. A cabecinha dela está uma confusão só.

-Eu queria que ela se abrisse comigo, mas Ana não diz nada. Fica calada – chora Mari – Quero minha filha de volta mamãe.

-Fique tranqüila minha menina – fala Ângela tentando acalmar a filha que chora compulsivamente.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ ⱧɆ . ₳Ⱡ . ł₦₲Onde histórias criam vida. Descubra agora